45. A vida é uma jornada.

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Justin Bieber.

Chicago,​ ​Illinois.

09:41 ​a.m,​ ​05/12/2015.

Depois da noite de domingo, nós acordamos com o navio já ancorado em Miami. Aurora já estava vestida e gritava meu nome para que eu levantasse, mas eu só fui acordar de fato depois de quinze minutos. Ela tinha me dado trabalho ontem à noite.

Eu não deveria, mas ainda me surpreendia com ela na cama. Aurora entre quatro paredes é alguém realmente muito surpreendente.

Nós estávamos caminhando no cais quando eu senti mais um incomodo no peito, mas eu não deixei que Aurora percebesse. Em alguns minutos, estávamos no hotel, e então depois fomos aproveitar os lugares de Miami. Levei Aurora para um restaurante, um karaokê e no início da noite para um bar. E no dia seguinte, voltamos para Chicago.

— Não ganho nenhum beijinho? - digo fazendo bico.

— Você já ganhou beijo demais, não acha? - enruga a testa e eu nego. Aurora está na calçada segurando as malas enquanto eu estou em pé próximo a porta do carro.

— Qual é. Venha aqui. - fiz um gesto com as mãos, e Aurora veio bufando. Mulher chata.

Ela ficou na ponta do pés para alcançar a minha boca, já que eu não fiz o mínimo esforço para abaixar, e só depois toquei a cintura dela. Juro que nunca vou ser capaz de enjoar de beijá-la.

— Depois de amanhã começaremos suas sessões de quimioterapia, garotão. - diz se afastando.

— Depois de amanhã?

— Já te dei tempo para descansar demais. Não seja tão manhoso.

— Pode ir embora, Grace. - reviro os olhos. - Nós vemos daqui há dois dias. Amo você.

Vejo-a silabar um "eu também amo você" e entro no carro. No meio do caminho, acabo ligando para Scooter pra avisar que estávamos bem, e aproveito para perguntar sobre como tudo estava indo sobre o meu documentário. Eu preciso que ele fique pronto até o aniversário da Aurora, mas não falta muito para que ele fique concluído. Alguns ajustes ali e aqui, algumas outras cenas e os meus agradecimentos finais, que eu ainda precisava gravar. Nós já tínhamos quase uma hora do documentário.

Os desconfortos no meu peito aumentavam, e eu sabia que era por causa do meu maldito câncer. Eu sei que se tivesse escutado Aurora desde o início, toda a minha situação estaria bem melhor do que agora, o que só me faz ficar mais amargamente arrependido. Há duas semanas atrás, eu ainda estava negando e dizendo mentalmente que eu não tinha essa doença, o que serve como um dos motivos para eu ter negado ajuda. O outro motivo é que eu realmente não quero que as pessoas que me apoiam me vejam tão debilitado. Aurora já deixou claro há um tempo atrás a situação das pessoas que fazem quimioterapia, mas se me ver nessa situação significa que elas me terão vivo, então minhas beliebers me verão assim. Infelizmente.

Meus seguranças levaram minhas malas para dentro de casa, e eu subi para o quarto indo tomar banho. Antes de largar a calça, puxei o maço de cigarros lacrado de dentro do bolso e o encarei por alguns segundos. Eu não precisava deles. Agora e nunca mais. E eu desejaria nunca ter precisado. Isso me pouparia de muita coisa. A última vez que eu usei um foi há... seis dias? Eu não tinha fumado mais nada antes desse dia, eu ainda estava mantendo a promessa que fiz para Aurora. Mas acontece, que um dia antes de pedí-la em namoro, a minha ansiedade e nervosismo estavam gritantes, e eu precisava de alguma coisa para relaxar. Eu tinha remédios, mas... é algo um pouco complicado. Eu meio que não estou os tomando.

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