Capítulo 15

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Ana pisou fundo com o pé no acelerador do carro dirigindo em alta velocidade pela rodovia. Ela ainda ouvia as sirenes da polícia seguindo-a, mas ainda assim não havia desistido de tudo.

Ela pensava em tudo o que passou, em tudo o que conseguiu... e como tudo acabou em mentiras.

Ana sempre escondeu bem seus segredos, sempre soube como passar até mesmo pelos polígrafos da vida. Ana era esperta demais para fugir sem ter um plano. Ela acelerou um pouco mais e fez uma curva arriscada, ela ouviu o pneu deslizar no asfalto úmido pela chuva que acabara de cair e depois se viu flutuar no ar dentro do carro enquanto ela capotava para fora da rodovia caindo no meio da mata.

24 horas antes

Ana atendeu a ligação em seu celular minutos depois de ligar para Amanda.

"Ana".

__Valdez, me dê boas notícias, meu dia está um inferno hoje.

"Sugiro que sente-se então", O homem do outro lado do telefone disse baixo, "Temos um problema maior do que a fuga de Adélia, achamos provas de que ela teve ajuda, e você nem imagina quem esteve aqui".

__ Estou a caminho.

Ana guardou o celular dentro da sua bolsa e a pegou de cima da cama saindo do quarto. Ela caminhou pelo corredor com alguns quadros nas paredes e parou diante a porta do quarto de Emmanuelle, ela abriu a porta mas o quarto estava vazio e a cama arrumada.

Ana continuou pelo corredor e desceu o lance de escadas.

Alice estava sentada na sala olhando alguns documentos, Ana se aproximou e chamou sua atenção tocando em seu ombro.

__ Vou sair...

__ Ana, você precisa me contar o que está acontecendo com você, nesse últimos dias, na verdade desde que você viu o seu ex você vem ficando cada vez pior – disse Alice olhando nos olhos de Ana – você precisa de ajuda?

Ana desviou o olhar passando a escarar a janela.

__ Vá embora, Alice... Não preciso mais de você por hoje. Eu sei que você tem essa preocupação materna por mim, mas sabemos de verdade em quem eu realmente posso confiar e essa pessoa não é você quando se trata de segredos.

__ Ana – Alice se levantou colocando os papeis em cima do sofá branco – você pode confiar em mim – ela fez uma pausa – faz um tempo que nos conhecemos.

__ treze anos, não é um tempo, Alice – Ana a interrompeu com sua arrogância – independente de quanto tempo faz, não me importo, você era a minha amiga, mas de um tempo pra cá, não sei se devo confiar em todos que estão à minha volta.

__ Eu não sei quem foi que colocou essa paranoia na sua cabeça – disse Alice virando-se para o sofá e recolhendo os documentos, ela olhou para Ana novamente que desta vez a encarava com desprezo – tenho certeza de isso é coisa daquela Amanda.

Alice continuou olhando para Ana esperando que ela falasse alguma coisa, mas ela não disse nada, apenas ficou calada olhando a pele incrivelmente branca de Alice.

A assistente pessoal e agora nada mais do que isso, caminhou até a porta e olhou para trás ainda esperando Ana dizer alguma coisa.

__ Em Marrocos quando você a viu... Depois que ela sussurrou no seu ouvido, deste dia em diante eu já sabia que ela não lhe faria bem algum. Não tem problema, Ana. O importante é que no final você saiba quem são os seus verdadeiros amigos.

Alice abriu a porta e saiu de dentro da mansão. Ela caminhou até o carro e entrou travando a porta.

Ela pegou rapidamente o smartphone de dentro do porta luvas, e teclou a discagem rápida.

__ Ela está estranha comigo, eu não sei até quando vamos conseguir ter contato de dentro da casa. Eu sou um alvo fácil para ela.

"Sabemos que ela está em pânico, e vamos verificar o porquê deste desespero, ouvimos tudo o que ela te falou pela escuta que implantamos na sala".

__ Temos que dar um jeito de escutar o que acontece no quarto, coloque câmeras no quarto, precisamos ver o que acontece lá dentro.

"Vou ver isso".

Alice arrancou com o carro e Ana saiu da mansão. Ela entrou em outro carro, e acelerou saindo do condomínio.

Mayere entrou em seu quarto aonde estava hospedada em uma pousada, Rachel estava sentada na cama a sua espera.

Mayere tirou os saltos e olhou pela janela, estava quase amanhecendo, ela conseguia ver distante uma luz que poderia ser o sol nascendo.

__ Eu não sei o que tanto vê nessa Ana Marques, ela não passa medo ou terror algum, ela só é um loira rica e poderosa.

__ Ela é perigosa, isso sim – Mayere fez uma pausa – a essa altura do tempo ela já sabe o que fizemos.

__ Conte com isso, tenho informantes na cadeia alimentar dela, e eles me disseram quase agora que ela está indo para o cativeiro.

__ Eu não sei como uma pessoa pode ser tão fria a esse ponto. Manter alguém naquelas condições, alguém como ela. É como se olhar no espelho todos os dias e se ver em um estado degradante.

Rachel se levantou assim que viu o visor do smartphone brilhar em cima da mesa de madeira no canto do quarto.

__ É uma mensagem de um numero bloqueado.

Mayere se aproximou e olhou no visor.

ESTOU PERTO O SUFICIENTE.

__ Não entendi, Rachel.

__ Vamos sair daqui, agora.

O smartphone vibro na mão de Rachel e apareceu uma nova mensagem no visor.

OLHEM PELA JANELA

As duas se olharam. Mayere pegou sua bolsa e os sapatos, Rachel fez o mesmo e caminhou até a janela. As duas viram um carro se aproximar em alta velocidade em sua direção. Elas correram até a porta e a abriram correndo do quarto que em segundos foi tomado por um carro que se afundou na parede destruindo tudo.

Mayere e Rachel correram para o carro alugado e arrancaram com ela saindo do estacionamento da pousada.

__ Tem alguém querendo nos matar.

__ Eu sei muito bem quem é, Rachel, isso é coisa da Amanda.

Emmanuelle estava sentada no sofá olhando para o smartphone, ela ouviu duas batidas na porta. E se levantou. Ela caminhou até a porta e a abriu dando de cara com Isabela.

__ Preciso falar com você...

Dangerous WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora