__ Eu não – Emmanuelle empurrou a porta branca com força, mas a mão de Isabela foi mais rápida do que ela e a fez parar – eu disse que não Isabela.
Isabela empurrou a porta e entrou no quarto fechando-a atrás de si.
__ Eu sei que você está chateada, mas preciso te contar... Manu, preciso te explicar o que você viu.
Emmanuelle fitou os olhos no rosto pálido com sardas de Isabela, ela se virou estava se sentindo enjoada. Tudo o que ela sabia sobre aquela garota atrás dela não passava de um farsa, era tudo por informações.
__ Manu – Isabela sussurrou tocando no ombro de Emmanuelle que se contraiu com o toque – eu menti, não sobre ser jornalista, mas sim pelo o que eu me aproximei de você.
__ Pare.
Isabela deu um passo à frente e fez com que Emmanuelle olhasse para ela novamente.
__ Ana fez coisas horríveis, para muitas pessoas. Ela já feriu minha família, ela não é quem você pensa.
__ Eu não quero saber, não mesmo...
__ Mas você precisa – Disse Isabela interrompendo a garota que se sentou na cama tentando conter as lagrimas que lutavam para escorrer por seu rosto – Manu quando era pequena, eu te vi pela primeira vez no colo de sua babá, Melissa, minha mãe estava gritando com Ana do outro lado da sala e eu estava escondida assistindo a tudo no canto do sofá do nosso pequeno apartamento. Depois que minha mãe gritou horrores, Ana – Isabela fechou os olhos como se estivesse assistindo tudo novamente – ela simplesmente acenou e um homem que ficou parado a todo instante do outro lado da sala atirou na nela. Foi horrível, eu gritei e Ana fez questão de sair impune.
__ Não me lembro disso.
__ Não deve se lembrar, você era uma linda bebezinha. Eu tinha quatro anos. Ela tinha um álibi para tudo, até quando eu a reconheci na delegacia, eles não fizeram nada. Cresci com a minha madrinha e ela quem me inspirou a ser jornalista investigativa. Vi Ana quando comecei um estágio em um jornal. Foi assim que comecei a segui-la. Eu vi ela dispensar vários dos seus namorados, mas aquele ultimo dia em Paris, aquele dia foi o mais sombrio.
__ Ela perdeu um amigo neste dia.
__ Ela matou o amigo – Isabela encarou o olhar assustado de Emmanuelle como uma forma dela expressar sua curiosidade – ele tinha algo que pertencia a Ana, ele não a ameaçou, mas ela o chamou de ponta solta e o matou. Deklan entrou no quarto e ela quis culpa-lo pelo assassinato, mas ele se recusou – Emmanuelle perdeu para as lagrimas e elas começaram a escorrer por seu rosto que estava todo avermelhado – ela matou ele, Manu, eu vi tudo de dentro do armário, foi assim que descobri...
__ Eu não posso mais ficar aqui e ouvir tudo isso, Isabela – Emmanuelle levantou da cama e caminhou até a porta – você precisa ir.
__ Tudo bem, eu entendo – Isabela fez uma pausa – eu gosto de você, de todas essas mentiras que você viveu e que eu vivi você é a pessoa mais verdadeira que eu conheci. Existem muitas pessoas que querem sua tia morta, eu só quero que ela pague pelas mortes...
Isabela começou a chorar.
__ Eu vou pegar lenços para você – Emmanuelle entrou no banheiro com pressa procurando a caixa de lenços no gabinete da pia do banheiro. Ela tinha certeza que havia visto algum ali.
Emmanuelle escutou um barulho vindo do quarto e parou de procurar, ela levantou a cabeça e tentou ouvir mesmo com a porta entreaberta.
__ Ana, estou com ela, vou te enviar o endereço por mensagem. Venha pra cá agora.
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Dangerous Woman
ChickLitAna tem segredos, e os guarda da melhor forma que ela encontrou. Ela retira todas as pontas soltas de seu caminho, até não haver nenhuma. Com o passar do tempo, Emmanuelle, sua sobrinha, começa a se interessar mais em seu passado, e depois de Ana ve...