Capitulo II- Anatomia de um suicídio

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Se existe algum lado bom em viver em uma pequena comunidade certamente é o fato de que todos sabem quem você é

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Se existe algum lado bom em viver em uma pequena comunidade certamente é o fato de que todos sabem quem você é.

Confesso que eu sempre preferi guardar nomes e rostos que fossem realmente importantes para mim, porém diferente do meu eu egocêntrico todo mundo na cidade se conhecia, ou pelo menos, conheciam a imagem aparentemente perfeita que tentavam passar um para o outro.

Nunca ninguém imaginou que uma só pessoa poderia esconder tantos segredos, mas como vocês bem sabem, quando se trata de Allenwood mentiras e deturpadas histórias são tão comuns quanto respirar.

Respirar. Agora, palavras desse tipo ressoadas através dos meus lábios secos não são capazes de sair se não for com tom de escárnio. E se alguém na cidade ainda não sabia o meu nome com certeza isso não duraria por muito tempo.

Os jornais da manhã estavam espalhados por toda a cidade. Na cafeteria, na banca próxima à igreja e também sobre o capacho de entrada da casa dos Sandborn. A manchete estampada na primeira página dizia: "garota local comete suicídio". Mas eu via de forma diferente. Era algo mais para:

"Estamos livres da vadia. Tudo está bem em Allenwood."

Na verdade desde que me matei eu tenho visto as coisas por um ponto de vista único. Inexplicavelmente diferente de quando estava viva. E se tinha algo que eu estava louca para ver era a forma como tudo isso afetou os meus melhores amigos.

Allenwood High.

Um ano antes.

Desde que Evan Griffin se mudou para Allenwood há dois anos ele despertou um grande interesse em quase todas as alunas da nossa turma. Um interesse que ia muito além da paixão pela matemática. Apesar de ter o seu cargo fixo na instituição ele também costumava ter alguns alunos para qual lecionava depois da aula. Mas isso vocês já sabem bem, não é mesmo?

Ah, como dava para entender perfeitamente o porquê de o nosso moreno sensação encontrar total prazer na arte dos números. Quando o Mr. Griffin ficava de costas para anotar complexas fórmulas e teoremas no quadro negro, era quase impossível não fixar toda a sua atenção sobre a perfeita circunferência que se formava naquele Jeans Skinny apertadinho.

— Será que se eu me comportar mal o Mr. Griffin me dá um corretivo que eu nunca mais esquecerei na minha vida? — Amber sussurrou maliciosa para as suas amigas.

Aaron, que se sentava na cadeira ao lado de Amber, revirou os olhos e franziu o cenho ao ouvir aquilo. Sabemos claramente que garotos reagem de forma diferente da nossa quando se sentem ameaçados. Aquele levantamento de sobrancelha queria dizer: "mantenha distância, vadia".

Com o sinal que anunciou o final da aula Mr. Griffin começou a entregar as provas que havíamos feito na semana passada. Apesar de ter estudado que nem uma louca com o nerd do Theo, eu ainda estava preocupada e doida para saber se eu consegui manter a minha média. Obviamente eu nunca fui muito boa com matemática e não era como se eu precisasse usar integral ou derivada para saber que eu continuava no ápice.

Um guia para as vadias de Allenwood ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora