Susan e Natalie, assustadas, observavam o confronto entre Aaron e aquele que por muito tempo eles acreditaram ser um dos mocinhos. O revólver taurus de calibre 32 estava entre o corpo praticamente colado de ambos, ocasionando à falta de perspectiva sobre quem realmente estava no controle do gatilho.
Porém, não demorou muito para que o ambiente anuviado do terraço do prédio fosse envolvido pelo som de um tiro e pelo grito da ruiva que não foi suprimido durante a falha tentativa do abafamento propiciado pela mão da sua amiga.
O líquido denso de coloração carmesim escorrendo através do peito de Aaron manchou toda a sua camiseta anteriormente branca.
Um mês antes...
O garoto olhou para o seu peitoral e notou que um pouco da geleia de morango do seu cheesecake havia caído sobre a sua blusa.
— Vocês garotos definitivamente comem como uns bebês. — Natalie pegou um dos vários guardanapos sobre a mesa da Lions and Flowers e jogou para Aaron.
— Puxa vida. — Ele tentou limpar a massa viscosa de coloração vermelha. — Eu não devia ter usado branco.
Ross e as garotas deram uma breve risada com o comentário do amigo. Apesar de cada segundo ter se tornado um inferno desde que as mensagens começaram, eles finalmente estavam tentando voltar aos nossos antigos hábitos.
— É muito estranho vir aqui sem a Courtney. — Apesar de não ser exatamente um sentimento de saudades, Susan se indagava enquanto brincava com a colher sobre a sua taça de profiteroles.
Um fato engraçado sobre a perda, é que não importa se você está feliz ou não, algo sempre o fará lembrar sobre como costumava ser.
— É... — Natalie também começou a ficar pensativa. — É como se ela ainda estivesse presente em cada canto dessa cidade. — E quem disse que eu não estou? — Agora ela estaria reclamando com o garçom por ter confundido a sua água sem gás e diria que não come nada muito calórico, mas mesmo assim pegaria uma barra de chocolate belga da sua Prada que equivalentemente teria a mesma porcentagem Kcal.
Apesar da aparente distração dos quatro, o sininho sobre a porta da loja anunciando a entrada de uma jovem morena no estabelecimento fez com que toda a atenção deles fosse direcionada até ela.
— Eu vou querer um Mocha Latte. — A forma como ela gesticulava e conversava ao fazer o pedido era estranhamente familiar. Claro, era como eu costumava fazer.
— A calda do meu profiteroles está estragada e eu estou tendo alucinações ou vocês também notaram como aquela garota que acabou de entrar se parece com a C.? — Tipicamente, Susan era a que mais agia discretamente.
Uma vez que já havia pegado o seu pedido, a morena notou os psicóticos olhos sobre ela enquanto se direcionava até a saída.
— Eu posso ajudar? — A pergunta da misteriosa jovem fez com que os olhares de Natalie, Ross e Aaron se dispersassem em uma tentativa falha de disfarçar o fato de eles estarem a encarando como psicopatas.
— Desculpa, mas é que você lembra muito uma amiga nossa. — Susan tentou se explicar.
Claro que a forasteira tinha belos cabelos cacheados, uma pele dourada que parecia ser tocada pelo sol todas as manhãs e um senso de estilo impecável a julgar pelo seu vestido Dior. Mas sinceramente, eu sou muito mais bonita.
— Ela deve ser fabulosa então. — Tudo bem, eu diria a mesma coisa. — Adoraria conhecê-la.
— Talvez em um pós vida. — Susan respondeu enquanto mexia nos seus fios ruivos. — Ela está morta.
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Um guia para as vadias de Allenwood ✔
Misteri / Thriller#1 no Ranking de Mistério e Suspense nos dias 31/12/17 e 01/01/18 Cansada da sua própria existência, Courtney Heitt toma uma radical atitude ao decidir se matar (mas será que foi realmente um suicídio?). Assim, começa o guia para as vadias de Allenw...