O dia das Bruxas sempre foi o meu feriado preferido. Afinal, era a única época do ano em que eu não era julgada por minhas travessuras e poderia experimentar a vontade os doces da vizinhança. Sempre pensei na existência de uma realidade paralela onde nesse dia os monstros se fantasiavam de nós humanos.
Como vocês chegaram até esse ponto eu suponho que os segredos que eu guardei por todos esses anos finalmente foram revelados. Bom, pelo menos alguns deles.
Susan estava certa quando disse que eu era o tipo de pessoa que sabia tudo de todo mundo, mas que ninguém sabia nada sobre mim. A verdade é que houve uma época em que o meu maior segredo era apenas o que eu realmente sentia pelo moreno de expressivos olhos azuis.
Antes dos segredos serem de fato segredos, os acontecimentos da última festa de Halloween que eu fui enquanto ainda estava viva desencadearam todos os eventos que vieram em seguida. Por que Lexa Solis me odiava tanto? Por que Ross me seguiu até Los Angeles naquela noite? O quão misterioso era o garoto que eu deflorei no banheiro da casa do lago de Aaron? E o mais importante: O que me levaria a cometer suicídio três anos depois?
Terei que interromper a minha irreverente narração durante esse capitulo, pois está na hora do meu primeiro segredo finalmente ser revelado.
Halloween de 2012
Algumas horas antes da festa...
— Isso foi incrível — Disse Ross, desenvolvendo o seu corpo aquecido do meu.
Sentei-me sobre os lençóis brancos e vesti a camiseta jeans dele até que eu encontrasse as minhas próprias peças espalhadas pelo chão. Em seguida caminhei até o espelho que ficava próximo do closet entreaberto e sorri para mim mesma enquanto brincava com os fios do meu cabelo e continuava a admirar o reflexo desnudo de Ross através do vidro.
— Claro que foi — disse com um sorriso convencido. Eu também adorei a forma talentosa com que ele se movimentou dentro de mim, mas dificilmente eu admitiria isso para qualquer um dos garotos com qual eu já fiquei.
— Eu te amo, sabia? — disse Ross, passando a mão pelo seu abdômen.
— Não diga a frase de sete letras — voltei em direção ao moreno e coloquei a ponta do meu dedo indicador sobre os seus lábios carnudos. — Isso leva a um nível que não precisamos chegar. Mas eu tenho certeza que você diz isso para todas as garotas que você leva para a cama.
Ross se livrou dos panos que havíamos compartilhado para cobrir os nossos corpos e vestiu rapidamente a sua cueca boxer branca.
— Estou falando sério, Courtney — Ross se aproximou delicadamente por trás de mim, tocando a minha cintura. — Eu adoro estar com você. Não precisamos tirar as nossas roupas para termos um bom momento.
— Você sabe que eu nunca fui o tipo de garota que vive para um compromisso, não é mesmo? Aquela que talvez você precise e deseja que eu seja. — Esclareci, dando um leve beijo em seu pescoço. — Relacionamentos são desnecessários e fora de moda. Não é muito mais agradável sermos amigos com benefícios?
— Se você diz — Ross respondeu simplesmente.
Eu não poderia julga-lo por se sentir assim. Só havia dois tipos de cara com quem eu me relacionava: Os que me amavam demais e os que não me amavam o suficiente.
— Eu acabei de me lembrar de que comprei uma coisa para você — disse, abaixando para pegar a sacola preta embaixo da cama para entregar para ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um guia para as vadias de Allenwood ✔
Mistero / Thriller#1 no Ranking de Mistério e Suspense nos dias 31/12/17 e 01/01/18 Cansada da sua própria existência, Courtney Heitt toma uma radical atitude ao decidir se matar (mas será que foi realmente um suicídio?). Assim, começa o guia para as vadias de Allenw...