Los Angeles,
Três anos antes.
Era quase noite quando desembarcamos no aeroporto. Apesar de eu nunca ter sido o tipo de cara impulsivo, seguir a Courtney naquela louca empreitada parecia à coisa certa a se fazer naquele momento.
— Ah, a cidade dos anjos. — Courtney agia como se aquilo fosse um simples tour Californiano.
— Espero que esses anjos te ajudem na sua loucura. — disse sarcasticamente.
— Você precisa ser tão negativo? — Courtney bufou entediada. — Ele tem que saber. Quero dizer, a filha também é dele.
— Como tem certeza que o bebê que você está esperando é do Ethan? — Perguntei cruzando os braços? — Ele pode ser meu ou até mesmo do idiota do Christopher. Afinal, você já teve vários relacionamentos.
— Isso é um eufemismo para me chamar de vadia? — Ela sorriu como se eu tivesse feito uma piada. — Mas até que seria divertido ver a reação do Chris.
— Acho que você confunde manipulação com diversão.
— É apenas um hobby. — Ela disse descontraidamente.
— Não. — Esbravejei. — Ler quadrinhos é um hobby. Isso que você faz afeta as pessoas diretamente. Mas você não se importa, não é mesmo?
— Por que você está agindo assim? — Courtney perguntou.
— Como você queria que eu agisse? Que eu ficasse feliz com o seu reencontro com o garoto que você deflorou no Halloween?
— Eu nunca pedi para você me seguir. — Courtney deixou claro, pegando o seu celular na bolsa tiracolo. Pela troca de mensagens eu tinha certeza que não seria uma visita surpresa.
— Tem razão. — Concordei. — Você não pediu. Acho que eu deveria procurar o primeiro voo e voltar para Allenwood.
— Se essa é a sua escolha. — Foi tudo o que ela disse, enquanto me dava às costas e se direcionava até a saída do aeroporto.
Rapidamente me aproximei do guichê para adquirir novas passagens.
— Uma passagem para a Virginia. — disse para a recepcionista.
Enquanto ela digitava algo no computador eu não conseguia parar de olhar para trás.
— Ah, que se dane. — Pensei em voz alta.
— Qual assento da sua preferência? — Ela prontamente direcionou a sua atenção de volta para mim.
— Desculpe, mas eu acho que vou ter que deixar isso para depois. — disse, correndo o mais rápido possível e deixando a atendente levemente confusa.
Ao chegar do lado de fora, encarei os dois trechos da rua para ver se eu ainda conseguia a encontrar, mas aparentemente ela já havia desaparecido em meio aos carros que circulavam por Los Angeles naquela noite soturna.
— Droga. Droga. Droga. — Comecei a bater sobre o meu próprio peito me sentindo totalmente perdido.
— Você demorou. — Uma voz ressoou logo atrás de mim. Ao me virar, percebi que Courtney ainda estava bem ali, apoiada em uma parede pichada com o auxílio do seu salto alto.
— Claro que você sabia que eu não conseguiria escapar de Los Angeles sem você. — Sorri um pouco mais aliviado.
— Apesar de toda a minha escuridão, a sua luz ainda o guia até mim. —Courtney veio ao meu encontro e tocou delicadamente o meu queixo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um guia para as vadias de Allenwood ✔
Mistero / Thriller#1 no Ranking de Mistério e Suspense nos dias 31/12/17 e 01/01/18 Cansada da sua própria existência, Courtney Heitt toma uma radical atitude ao decidir se matar (mas será que foi realmente um suicídio?). Assim, começa o guia para as vadias de Allenw...