Caso Universitário - Segredos em Segredo (Parte 1)

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Eles vão ao laboratório onde Martha atendia e ver uma sala limpa e organizada,

- Parece comum pra mim? - Luke fala vendo André olhando de um lado ao outro - O que procura?
- Essa sala foi mexida e não foi por Martha
- Como sabe?
- Alex o computador dela - Alex liga em silêncio enquanto André puxa o ar pra falar - Um psicólogo carrega muita coisa em seus ombros, cada pessoa que atende é um problema a mais em sua vida, que tem que carregar
- O melhor jeito é separar vida profissional e pessoal - Grace acrescenta o raciocínio
- E como fazer isso?
- É essa é a parte complicada
- Complicada já é a profissão em sí - André fala rindo da companheira - Dizem que uma dor que é guardada por muito tempo apodrece o coração, o melhor jeito é desabafar
- Mas isso vai contra a ética profissional
- Não se você desabafar contigo mesmo

Eles ficam um tempo pensando até Alex conseguir entender o que André quer dizer

- Um diário! 
- Muito papel não acha? E qualquer um poderia acabar lendo
- Não se ele for virtual - Alex subitamente compreende - Então vou procura anotações pessoais no computador
- É isso aí vossa divindade, está vendo não é tão difícil de me acompanhar - André fala rindo - Enquanto ele procura deixa eu te fazer uma pergunta professor... O que essa sala revela sobre a nossa vítima?
- Como assim?
- Você estuda meus casos e ensina técnicas que usamos, acho um bom desafío para você,  o que acha?

Luke pensa observando a sala enquanto Grace sorrir, André estava realizando uma grande vontade de seu noivo, que era participar de um caso, entender como funcionava com André e não só isso, o investigador ainda fizera ele participar como parte de sua equipe, sabia que Luke estava adorando

- Achei - Alex fala depois de um tempo - infelizmente protegido por senha numérica de seis dígitos
- Deixa eu ver - André fala olhando para o teclado - Tenta ai 276301

Alex digita e para o espanto a senha está correta

- Como conseguiu? - Alex pergunta ainda surpreso
- Depois explico, procura ai a palavra chocolate
- Ok... aqui tem algo " Ela só consegue se conter comendo chocolate e uma massagem tailandesa
- De quem é o caso?
- Marina Cristha
- Conhece professor?
- Sim, aluna do terceiro ano de direito, sempre fora uma menina alegre, mas de uns três meses pra cá - Ele faz uma pausa vendo André desligar o monitor e ver a cara de surpreso de Alex - ela tem ficado retraída
- Ei eu tava lendo.
- Exatamente esse o problema, só precisávamos saber á quem procurar e não o caso contado á psicologa isso não nos diz respeito. - André se volta a Luke - Como a encontramos?
- Ela está na escola, deve estar na biblioteca estudando
- Ok, vamos lá
- Ei espera ai? Não vai me dizer?

André sorri do novo amigo

- Ja desistiu? ... A sala diz que Martha era extremamente organizada, repara nos livros e tudo mais, tudo separado por ordem de tamanho,  alfabética e data, eu diria que ela tinha TOC
- É verdade ela realmente tinha problema com isso
- Agora repara terceira estante quarta fileira terceiro livro da esquerda pra direita e quinto de cima pra baixo - A equipe olha e ele espera todos localizarem então acrescenta - Ele está de cabeça pra baixo, isso agunia a vida de alguém com TOC, por isso sei que essa sala foi mexida... vamos!

André sai primeiro enquanto Luke fica admirado com a velocidade e a lógica de seu raciocínio assim como a equipe que não havia reparado, mas já estavam acostumado

- É Luke todos nós ja ficamos assim com ele? - Natan fala sorrindo vendo a cara de perplexidade do professor

Chegando a biblioteca André pede pra equipe esperar e pede para Grace entrar com ele, dizendo que precisaria da sensibilidade feminina.

No canto eles encontram a menina sozinha, acanhada sozinha com o livro

- Olá - Grace fala se sentando com André - Você é Marina Cristha?
- Sim sou - a menina diz com o semblante triste - e eu sei por que estão aqui - ela estende o braço em direção a André - fui eu, pode me prender

André se levanta dar a volta na mesa se abaixa do lado de Marina

- Tem algo mais importante do que isso - ele fala apoiando a mão nas mãos dela - Você precisa desabafar, eu vou deixa-la a sós com ela solte tudo o que precisa - André se levanta e deixa Grace com Marina na biblioteca

- E ai foi ela - Alex pergunta ao vê-lo saindo
- Sim ela confessou...

Na biblioteca...

- Marina, quer me contar o que houve?
- E..eu..eu não sei
- Leve o tempo que precisar
- Há um ano mais ou menos eu saía da faculdade... iria fazer um trabalho na casa de uma amiga, quando eu entrei no beco que dava acesso a casa dela, eu fui agarrada, violentada, o desgraçado tinha uma faca e quando ele a deixou no chão eu conseguir pegar e enfiei no pescoço dele e sair correndo de volta pra minha casa liguei pra minha amiga dizendo que estava com dor de cabeça... Dois dias depois minha amiga estava chorando aqui nesse mesmo lugar que estamos, disse que o irmão dela tinha sido morto com uma facada na garganta ele tinha apenas dezessete anos e fora vítima de uma quadrilha - Ela cai no choro enquanto Grace calmamente a deixa por tudo pra fora -  eu nunca conseguir contar que fui eu que o matei, nunca  conseguir olhar na cara dela de novo a única pessoa que me ouvia  era a doutora Martha...
- E o que houve a seguir

- Eu religiosamente me encontrava com ela, falava de meus pesadelos e de que precisava de chocolate pra me conter, descobrir que massagem tailandesa afasta os maus espíritos os quais me assombravam, ela me ouvia quase como um anjo em quem eu fervorosamente depositava minha confiança, até ela me trair... Reparei que as pessoas mudaram comigo, me olhavam diferentes, me condenavam com os olhos... Ela havia me traído. Eu entrei em sua sala procurei livro por livro algo que me acalmasse e me convencesse que estava errada, mas nada tirava minha certeza, foi quando subir a sala com aromas e a fiz desmaiar depois a crucifiquei na Crux Decussata e a fiz beber veneno... Depois disso eu percebi que agia errado tentei salva-la, mas ela morreu e caiu da janela

- Sim você agiu mal, a vitima esfaqueada foi legitima defesa ninguém pode lhe condenar por isso, mas tenho certeza que a doutora não a traiu aliás ela morreu com teu segredo... A maior condenação que uma pessoa pode sofrer é de si mesma

Ela se levanta e chama André que a prende e leva com Natan a delegacia pedindo pra Alex formatar o computador, excluir tudo para que ninguém possa ter acesso aos casos dos pacientes de Martha e pede que Luke e Grace não o deixe ler nenhuma linha no processo

- Ei Grace - Marina chama antes de ir - Obrigada,  não vou mais me condenar.

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