D

141 23 8
                                    

Pelo menos uma vez na vida já nos perguntamos qual é o nosso maior castigo e também, a maior dádiva. Mingyu por vezes se questionava porque não tinha vindo de uma família rica ou se seria mais fácil viver numa casa que poderia comprar toda a casa em que ele vivia. Mas existiam pequenos detalhes que também faziam com que o garoto simplesmente amasse os pequenos detalhes do local em que vivia e da maneira que levava a vida. O jovem Kim era extremamente teimoso e sempre resmungava quanto à tudo, mas nunca deixou de amar nada por esse motivo, as vezes ele pensava que talvez por apreciar tudo com tanto amor, talvez não sentisse atração pelas pessoas nesse mesmo sentido. Para sua mãe jovens como ele já deveriam estar quase casando, porém ele apenas não entendia qual a razão de dizer "até que a morte nos separe" sem sentir absolutamente nada por alguém.

  Jeon Wonwoo possuía outra forma de ver o mundo, suas dádivas e castigos. Para Wonwoo ele jurava que já tinha pago todos os pecados com o tanto de dor que tinha passado como sua família. Ele não queria mais sentir tudo que sentiu, não queria ver mais aqueles que ele amava sofrer, não queria se lembrar do passado mas não pensava em como seria o futuro. Para ele era o presente. Viver o hoje pois não saberemos o amanhã. 

Mingyu pode ouvir as batidas na porta do seu quarto ecoarem no seu mais profundo sono. O garoto dormia de forma gostosa, vestindo apenas uma bermuda e praticamente babando sobre seu travesseiro, totalmente descoberto pelo calor. Ele não era fã número um do calor, o verão era repleto de coisas para se fazer e uma das últimas seria um descanso. As batidas foram ficando intensas e o rapaz se obrigou a se levantar da cama emburrado para abrir a mesma.

- Eca, coloca uma roupa. - Sua irmã fez uma cara de nojo e ele apenas revirou os olhos. - Papai quer você. 

Ela simplesmente disse e saiu, afinal recado dado. O garoto fechou a porta e bufou várias e várias vezes até chegar no banheiro. Mingyu fez sua rotina diária e vestiu uma das piores roupas que tinha no armário, afinal, seu pai tinha lhe chamado ou seja: Trabalho.

- Diga-me, que trabalho horrendo e cansativo me espera nessa tarde ensolarada?

- Kim Mingyu, é oito da manhã. - Sua mãe riu ao ver a cara do filho e terminou de ajeitar o café da manhã.  - Você não vai se cansar tanto, é algo que você gosta. Mamãe preparou até mochila para isso.

Mingyu deitou a cabeça na mesa pensando apenas em como queria sua deliciosa cama, principalmente ao saber que era oito horas da manhã. Ele se ajeitou ao ouvir seu pai dizer aquele bom dia, animado como sempre, afinal de contas ele ainda temia pela sua vida quando o assunto era respeitar seu pai.

- Você sabe que dia é hoje? - Perguntou animado e deu alguns tapinhas fracos nos ombros de Mingyu. 

- Dia de matar seu filho mais lindo de todos? - Ele fez uma cara de cachorro sem dono numa esperança de ser salvo e logo sentiu um beliscão da sua irmã. - Que foi peste! O que eu tenho de lindo você tem de chata.

- Não filho, vamos pescar hoje. - Seu pai disse por fim enquanto se ajeitava na mesa, sanando por fim as dúvidas do garoto.

Mingyu, se fosse um adolescente comum iria odiar a notícia de ficar num barco com cheiro de peixe, pescando, longe de tudo e todos e sem saber ao certo quando irão voltar. Mas ele adorava pescar. Não era uma tarefa difícil, não iria requerer de sua força braçal pesada como no campo e também não era um calor infernal, já que a brisa do Rio ajudava. O garoto automaticamente sorriu aliviado e começou a comer para poupar energias.

- Mesmo assim abre o mercado antes? - Sua mãe disse por fim e ele fez uma careta mas assentiu.

Oito e meia ele correu até o mercado e abriu o mesmo, entrando e organizando algumas coisas.

Crazy In Love ÷ MeanieOnde histórias criam vida. Descubra agora