Capítulo Especial - Que problema teria em amar, não é mesmo?

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Este capítulo especial marca o fim da trilogia I'm. Espero que todos tenham gostado. Obrigado pelos votos e comentários, tudo isso me incentivou sempre a escrever mais.

Obrigado por serem pacientes comigo. E mais uma vez sem vocês eu não estaria onde eu estou.

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Eu estava sentado em frente ao diretor mais uma vez naquela semana, mas dessa vez não era pelos motivos mais óbvios. Eu não havia socado a cara de ninguém, eu tinha me comportado até porque foi um pedido dos meus pais e de Jared.

- O que tem a me dizer sobre isso sr. Leal?

- Eu não fiz nada de errado. - justifiquei.

- Chamei seus pais para conversarmos sobre o ocorrido.

- Meus pais? - olhei assustado. - Não poderíamos resolver isso de uma outra forma sr. Jones, que não envolva meu pais. Eu ia fala sobre isso justamente nesse final de semana.

- Então já estava planejando essa pouca vergonha aqui na minha escola? Nunca imaginei que um de nossos melhores alunos seria capaz de tamanha monstruosidade.

O que ele pensa que estava falando, ele não tinha o menor direito de falar aquilo para mim. Jones era o direto da escola Portinari, seus quase cento e oitenta quilos não caiam na cadeira frágil de plástico em que ele estava sentado. Sua barriga era enorme e eu nem sei se ele conseguia enxergar os países baixos com aquela coisa na frente. Além do bigode exagerado ainda era careca o que tornava o sr. Jones engraçado naturalmente.

- E você mocinho não vai falar nada? - ele olhava para Jared.

- O que esta havendo aqui? - voz do meu pai Gui ecoa em minha cabeça.

- Calma amor, mal chegamos. - pai Math fala mais simpático.

Sr. Jones os olha e se senta em um único movimento, fazendo a cadeira ranger em protesto ao peso dele.

- Vocês são um casal? - ele aponta para meus pais.

- Sim, algum problema? - pergunta meu pai Math.

- Então é dai que vem a pouca vergonha do seu filho.

- Como assim senhor Jones exijo respeito.

Eu conhecia aquele tom em qualquer lugar, meu pai Gui estava ficando furioso e se meu pai Math não intervisse ele iria agarrar o pescoço do senhor Jones e estrangula-lo ali mesmo.

- Eu que exijo meu senhor - Jones levanta a voz - Seu filho estava beijando outro garoto na arquibancada da quadra.

Meus pais me olham e eu abaixo a cabeça.

- Ele é bonito? - Math pergunta.

- Me diga você. - fala rude Jones e aponta para Jared, meus pais se olham e dão um sorriso.

- Vou fazer um telefonema. - diz meu pai Gui pegando o celular.

- Como assim... - meu pai lhe lança um olhar mortal, o mesmo olhar de que se ele não ficar calado ele arranca o que ele tem entre as pernas. Podemos ouvir o telefone chamar até que ouço a voz familiar.

- Desculpe telefonar... Ah claro, tudo ótimo... Viemos na Portinari... O diretor que você contratou esta descriminando seu afilhado - a boca de Jones se abre e de sua testa começa a descer suor - Ah... tudo bem. Obrigado Angelina... Claro que sim, estaremos lá no sábado. - ele desliga o celular.

O telefone da mesa do diretor Jones toca e ele olha para meus pais que estão o olhando. Ele pega o telefone e o tira do gancho.

- Alô... - ele diz e fica em silencio pelos próximos cinco minutos.

Minha madrinha Angelina havia aberto a escola Portinari para alunos que tinham dom para alguma das áreas de artes plásticas, além do currículo normal tínhamos atividades voltadas para pintura, escultura, cinema e etc... Ao desligar o telefone, Jones nos olha com vergonha e fala:

- Me desculpe pelo transtorno senhores. Me perdoem pelo tempo que os fiz perder.

- Obrigado - diz meu pai Gui sarcástico.

- Precisava mesmo ligar para Angelina amor - disse meu pai Math - Não foi exagero.

- Claro que não. Meu filho não vai ser repreendido por suas escolhas enquanto eu viver. - disse ele convicto. - Agora Eric... - me pus em sua frente. - Quando ia nos contar filho?

- Nesse sábado pai...

- E vai nos apresentar seu namorado, espero.

- Claro, mas acho que já conhecem ele.

- Conhecemos?

- Vocês também foram chamados? - a voz do tio Arxos ecoou no corredor vazio e ao seu lado estava tio Matheus. - Jared! - ele correu até onde estávamos.

- Houve algum problema? - perguntou Matheus.

Meus pais me olharam.

- Tios eu quero pedir a sua permissão para namorar Jared.

O silencio que se estabeleceu foi terrível, mas então todos começaram a rir da situação. Pelo que eu percebi acho que não teria problema de Jared e eu estamos juntos. Que problema teria em amar, não é mesmo?

Eu sou Demais - Livro III (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora