Cap 2

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O nome dessa coisa linda aí em cima é Jack Greystone e eu o achei a cara do Jeff. Agora é com vocês... Gostam dele ou não? Querem sugerir outro "Jeff", fiquem à vontade... 

xoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxoxo

Jeff (Cont...)

Ela segue me olhando, esfrega a mão na nuca, puxa a camisa para frente e para atrás, abana-se. Parece sentir calor... Ou fobia... Ou sei lá...

Eu sinto fobia dela. De ficar perto dela. E agora, estamos aqui, trancados, isolados do mundo.

Essa mulher me intimida só pelo fato de existir. Sempre foi assim...

Vinte segundos em silêncio, me encarando, e ela finalmente toma uma atitude. Emite um sorrisinho amarelo e dá um passo em direção ao botão de emergência, no painel. Mas, antes que o alcance, a luz se apaga de vez.

— Ai não!!! Droga! Droga! Droga! — ela vocifera alto enquanto ouço o barulho seco de algo batendo contra o chão, seguido de outros ruídos mais brandos. Acho que a bolsa dela e os rolos de papel se espalharam pelo cubículo.

Clico na tela do celular para ter alguma luminosidade.

Ainda não consigo dizer nada. Nem um som.

Diálogo, nem se fale. Mas nem uma palavra.

A gata Amy comeu a minha língua.

Que gata...

E que língua... Logo me vem a cena dela umedecendo os lábios, segundos atrás, enquanto estudava a minha alma, com seus olhos de raio X.

A luz do celular fornece uma mínima luminosidade.

Amy está abaixada tateando o chão a esmo, tentando juntar seus rolos de papel.

Abaixo-me para ajudá-la.

Nossos rostos ficam a milímetros. Emito um sorriso amarelo. Ela me devolve outro, em agradecimento. Perfeito...

Apoio o celular no chão para ter as mãos livres, começo a catar os rolos e coloca-los entre a gente.

A tela logo se apaga.

Perdi Amy para o escuro. Outra vez.

Eu sempre perco Amy...

Desbloqueio a tela com a senha, tenso, para a luz durar um pouco mais. Os traços delicados ressurgem.

E ela sorri para mim. Um sorriso lindo, sincero.

Esperei dias, meses, anos por esse sorriso. E agora, como um completo desconhecido, eu o conquisto, sem mais nem menos.

O sorriso mais lindo... Para um completo desconhecido.

— Dia difícil? — e me pergunta, divertida, sorrindo doce outra vez.

— Desde que pus o pé fora da cama. — respondo, a voz com dificuldade de sair, submersa em um nervosismo idiota. O mesmo nervosismo de sempre, desde que Amy nasceu para mim.

— O meu também — ela comenta, sem se cansar de sorrir.

Pelo olhar e a simpatia, evidente que ela não me reconheceu.

Já faz muito tempo....Treze anos...

A vida correu. Eu mudei... Ela também... Mas continua linda. A mesma Amy...

Agora mulher, pronta, o corpo feito... E ainda linda... Talvez mais que antes.

Sem que eu perceba, meus olhos me traem e, quando me dou conta, estão atolados no decote da camisa de dois botões abertos à minha frente. Ela, ainda juntando seus rolos de papel, percebe minha indiscrição, mas não faz nada além de me devolver um sorriso sem jeito.

Droga! Não queria inibi-la.

Quando penso em dizer qualquer coisa para quebrar o clima, o celular apaga e a penumbra se põe entre nós.

Um sorrisinho suspirado ressoa pelo cubículo escuro.

Amy sem graça. Eu sem graça...

Desbloqueio a tela e, de novo, a luz branca ilumina o rosto dela de baixo para cima.

Estonteante...

Amy tem a respiração entrecortada e segue agachada a milímetros de mim tentando desafiar a lei da Física ao insistir em ajeitar os rolos de papel entre as alças da bolsa.

— Eu sou Amy. — e finalmente quebra o desconfortável silêncio.

— Jeffrey — devolvo, com mais rispidez que gostaria.

Droga!

Amy é a criptonita do meu cérebro. Estou travado. Simplesmente travado.

— Obrigada, Jeff. — agradece, me encarando firme e umedece os lábios com a língua.

CA-RA-LHO! Será que ela está me dando mole?

Fala alguma coisa, idiota! Faz alguma coisa! Qualquer coisa...

— Trabalha aqui? — novamente, é ela quem quebra o silêncio, porque o imbecil aqui não serve nem para isso...

— Não... Só de passagem. E você? — escolho as palavras, reservado, na minha. Não sou muito de falar. Só o necessário.

Mas Amy merece mais...

— Três dias por semana. — ela responde, exalando simpatia.

A curva de cima dos peitos e parte da renda do sutiã continuam ao alcance dos meus olhos.

Ela não toma qualquer providência para tirar isso da minha vista e meu pau já manda lembrança, ali do meio das pernas.

Respiro fundo tentando controlar o nervosismo e assimilar a situação surreal, enquanto Amy segue ajeitando seus rolos na bolsa e me estudando com afinco, conferindo cada centímetro da minha pele.

Seus olhos de repente param na tatuagem que escapa do colarinho da camisa até a base da minha orelha.

— Curte tatuagem. — não foi uma pergunta.

— Muito. E você?

— Só nos outros... — ela responde, um sorriso maroto. E me pego esticando os lábios para ela. A cara de idiota apaixonado com certeza é a que estampa meu rosto. A meu favor, só a semi penumbra que torço para ser suficiente em disfarçar a feição deslumbrada de adolescente idiota e todo o resto.

O que mais me preocupa... Todo o resto...

De repente, sem que eu espere, o lábio dela cola ao meu.

Não é possível...!

A garota da minha vida me atacou.

xoxoxoxoxoxo


Curtindo? Não deixem de me dizer nada, hein?! ;-)

My Dear AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora