Cap 4

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Jeff (cont)

Eu deveria interromper essa loucura. Mas não sou mais capaz.

Todos os sentimentos que reprimi por anos, agora emanam do âmago, dominando meu juízo.

E congelo esse momento pela eternidade. Enquanto eu viver, esse exato momento vive comigo.

— Perfeita, Amy... Você é perfeita... — sussurro ao pé do ouvido, um segundo antes de afastar a calcinha e enterrar meu pau nela, com o desejo que guardei todos esses anos.

Amy prende a respiração com um gritinho e logo solta, entregando-se a mim com um beijo ardente, mas não mais urgente, enquanto meu membro vai e vem de dentro dela...

E ela gosta. Se contorce inteira, a pele arrepiada, o bico enrubescido tocando meu tórax. Sintonia total e absoluta entre dois estranhos, nem tão estranhos assim...

São apenas segundos, mas parece uma eternidade.

Tento prolongar ao máximo, congelar o tempo, mas, no estado em que estamos... Em menos de dois minutos nossos corpos se entregam ao gozo mais arrebatador que alguém já conseguiu arrancar de mim.

Amy grita alto...

— Jeff... Jeff... Aiiii!!!!

É a música... A melodia perfeita...

Lindo senti-la chegar lá... Ouvi-la chegar lá...

E ela estrebucha de prazer. Grita de novo. E de novo, fincando as unhas na minha pele. O cabelo da nuca embebido em suor.

Nunca imaginei que um pau nesse mundo pudesse causar tal reação em uma mulher.

E justo o meu pau. Meu! E na minha Amy... Minha!

Assim que acabamos, afundo o rosto no pescoço dela e ela se encolhe no meu corpo.

Aliso o cabelo... sem vontade de dizer nada. Não precisa.

Conversamos por gestos...

Um enroscado no outro...

Lágrimas preenchem meus olhos. Me sinto ridículo. Mas no escuro.... Tudo é válido.

Minha Amy... Minha... Finalmente...

Reciprocidade. Tudo que esperei por quatorze anos.

Mas ela não sabe quem eu sou...

E logo a decepção se sobrepõe a qualquer sensação boa.

Amy se entregando a um desconhecido qualquer, no elevador quebrado...

Quem é essa Amy?

A minha Amy...?

E por que ela fez isso...?

Sinto uma ponta de raiva. Jeffrey Cooper apaixonado por Amy a metade de uma vida... E ela nem liga. Mas agora, abre as pernas para um desconhecido, num elevador quebrado, em um prédio qualquer...

Larga a mão de ser piegas, Jeffrey...! E curte a garota dos seus sonhos...

Você conseguiu! Você a conquistou!

O velho Jeffrey tentou por um ano inteiro e mal foi capaz de dizer "bom dia" à garota mais perfeita do colégio...

Já o novo Jeffrey não precisou de mais que dois minutos para fazer a Amy dos sonhos abrir as pernas para ele, de livre e espontânea vontade...

— O que foi isso?! — e ela, de repente, quebra o silêncio, a voz quase de choro, me trazendo da viagem angustiante pelo moralismo barato do meu âmago.

— Mágico, Amy...

— Meu mágico... — e se aninha ainda mais em mim, a ponta dos seios ainda dura, roçando a pele.

Situação mais que suficiente para reacender qualquer libido e começar tudo de novo.

Mas não é o momento.

Reprimo o tesão, beijo a testa dela, e aliso o cabelo com carinho, enquanto tiro com cuidado meu pau de dentro dela.

— Meu mágico... — repete, enquanto esfrega a cabeça, carinhosa, contra meu ombro.

Ai, caramba! O que é essa mulher?!

— Minha Amy... — e não resisto mais.

Não deveria ter dado brecha... Mas agora, já foi...

— Parece que a gente até se conhece... — comenta. A voz manhosa.

Rio de nervoso. Preciso dizer algo...

— Confesso que mal tive tempo de descobrir... — falo, mas logo me arrependo.

Amy recolhe os braços e se afasta de mim. Logo ouço um suspiro profundo. Ela parece envergonhada. Arrependida talvez.

Merda!

Devia ter mantido essa maldita boca fechada, Jeffrey!

É por essas que sempre falo menos que todo mundo. Mas dessa vez não. E agora é tarde demais.

— Hei?! — procuro o rosto dela no escuro e esfrego o polegar com carinho na pele.

Não posso enxerga-lá, mas sei que está acuada.

— Não precisa ter vergonha... nem medo... culpa... — e tento consolá-la. — Rolou... Já foi... E foi incrível... — desço a mão pelo braço que está recolhido guardando os seios.

— Mágico. — e ela tira a palavra da minha boca em meio a um suspiro de alívio.

— Exatamente, Amy... Mágico. — eu concordo. — E só nosso.

— Será que alguém viu a gente? Câmeras? — pergunta, preocupada.

— Nesse breu? Sem energia? Nem se preocupa... — sigo, para tranquiliza-la.

— É o nosso segredo? — ela praticamente súplica, enquanto me envolve num abraço outra vez.

— Só nosso, Amy.

Ouço um suspiro de alívio.

—Você é incrível, Amy... — digo, bem baixinho. — Nem em sonho eu imaginaria uma mulher tão incrível quanto você.

Ela suspira de satisfação e enterra o rosto no meu pescoço...

My Dear AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora