Jeff (cont)
Eu deveria interromper essa loucura. Mas não sou mais capaz.
Todos os sentimentos que reprimi por anos, agora emanam do âmago, dominando meu juízo.
E congelo esse momento pela eternidade. Enquanto eu viver, esse exato momento vive comigo.
— Perfeita, Amy... Você é perfeita... — sussurro ao pé do ouvido, um segundo antes de afastar a calcinha e enterrar meu pau nela, com o desejo que guardei todos esses anos.
Amy prende a respiração com um gritinho e logo solta, entregando-se a mim com um beijo ardente, mas não mais urgente, enquanto meu membro vai e vem de dentro dela...
E ela gosta. Se contorce inteira, a pele arrepiada, o bico enrubescido tocando meu tórax. Sintonia total e absoluta entre dois estranhos, nem tão estranhos assim...
São apenas segundos, mas parece uma eternidade.
Tento prolongar ao máximo, congelar o tempo, mas, no estado em que estamos... Em menos de dois minutos nossos corpos se entregam ao gozo mais arrebatador que alguém já conseguiu arrancar de mim.
Amy grita alto...
— Jeff... Jeff... Aiiii!!!!
É a música... A melodia perfeita...
Lindo senti-la chegar lá... Ouvi-la chegar lá...
E ela estrebucha de prazer. Grita de novo. E de novo, fincando as unhas na minha pele. O cabelo da nuca embebido em suor.
Nunca imaginei que um pau nesse mundo pudesse causar tal reação em uma mulher.
E justo o meu pau. Meu! E na minha Amy... Minha!
Assim que acabamos, afundo o rosto no pescoço dela e ela se encolhe no meu corpo.
Aliso o cabelo... sem vontade de dizer nada. Não precisa.
Conversamos por gestos...
Um enroscado no outro...
Lágrimas preenchem meus olhos. Me sinto ridículo. Mas no escuro.... Tudo é válido.
Minha Amy... Minha... Finalmente...
Reciprocidade. Tudo que esperei por quatorze anos.
Mas ela não sabe quem eu sou...
E logo a decepção se sobrepõe a qualquer sensação boa.
Amy se entregando a um desconhecido qualquer, no elevador quebrado...
Quem é essa Amy?
A minha Amy...?
E por que ela fez isso...?
Sinto uma ponta de raiva. Jeffrey Cooper apaixonado por Amy a metade de uma vida... E ela nem liga. Mas agora, abre as pernas para um desconhecido, num elevador quebrado, em um prédio qualquer...
Larga a mão de ser piegas, Jeffrey...! E curte a garota dos seus sonhos...
Você conseguiu! Você a conquistou!
O velho Jeffrey tentou por um ano inteiro e mal foi capaz de dizer "bom dia" à garota mais perfeita do colégio...
Já o novo Jeffrey não precisou de mais que dois minutos para fazer a Amy dos sonhos abrir as pernas para ele, de livre e espontânea vontade...
— O que foi isso?! — e ela, de repente, quebra o silêncio, a voz quase de choro, me trazendo da viagem angustiante pelo moralismo barato do meu âmago.
— Mágico, Amy...
— Meu mágico... — e se aninha ainda mais em mim, a ponta dos seios ainda dura, roçando a pele.
Situação mais que suficiente para reacender qualquer libido e começar tudo de novo.
Mas não é o momento.
Reprimo o tesão, beijo a testa dela, e aliso o cabelo com carinho, enquanto tiro com cuidado meu pau de dentro dela.
— Meu mágico... — repete, enquanto esfrega a cabeça, carinhosa, contra meu ombro.
Ai, caramba! O que é essa mulher?!
— Minha Amy... — e não resisto mais.
Não deveria ter dado brecha... Mas agora, já foi...
— Parece que a gente até se conhece... — comenta. A voz manhosa.
Rio de nervoso. Preciso dizer algo...
— Confesso que mal tive tempo de descobrir... — falo, mas logo me arrependo.
Amy recolhe os braços e se afasta de mim. Logo ouço um suspiro profundo. Ela parece envergonhada. Arrependida talvez.
Merda!
Devia ter mantido essa maldita boca fechada, Jeffrey!
É por essas que sempre falo menos que todo mundo. Mas dessa vez não. E agora é tarde demais.
— Hei?! — procuro o rosto dela no escuro e esfrego o polegar com carinho na pele.
Não posso enxerga-lá, mas sei que está acuada.
— Não precisa ter vergonha... nem medo... culpa... — e tento consolá-la. — Rolou... Já foi... E foi incrível... — desço a mão pelo braço que está recolhido guardando os seios.
— Mágico. — e ela tira a palavra da minha boca em meio a um suspiro de alívio.
— Exatamente, Amy... Mágico. — eu concordo. — E só nosso.
— Será que alguém viu a gente? Câmeras? — pergunta, preocupada.
— Nesse breu? Sem energia? Nem se preocupa... — sigo, para tranquiliza-la.
— É o nosso segredo? — ela praticamente súplica, enquanto me envolve num abraço outra vez.
— Só nosso, Amy.
Ouço um suspiro de alívio.
—Você é incrível, Amy... — digo, bem baixinho. — Nem em sonho eu imaginaria uma mulher tão incrível quanto você.
Ela suspira de satisfação e enterra o rosto no meu pescoço...
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Dear Amy
RomanceUm presente de aniversário inesperado do irmão favorito e Jeff se vê preso em um elevador enguiçado, complemente a sós com sua paixão platônica da adolescência, jamais superada, apesar de mais de uma década sem ter qualquer contato com Amy. Poucos...