Cap 8

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Jeff (cont)

Assim que termino a reunião com o presidente do Huppert Bank, sigo para casa, ainda perturbado.

Milhares de dúvidas sobre ela me importunam tanto, que está difícil até de me concentrar. Coisa que, modéstia parte, nunca tive problema.

Preciso me livrar dessa paranoia...

Logo lembro do meu brother. Um chegado desde os tempos da universidade. O cara ideal para a situação.

Ligo e passo tudo que tenho para ele: Amy Morgan Thompson, vinte e sete anos, data de nascimento, profissão, onde trabalha, onde morava na adolescência, onde estudou... Advirto Lucas sobre Dan e suas habilidades tecnológicas de invadir sistemas de segurança de prédios, bancos, celulares.

O pirralho não pode saber dessa investigação. Tenho que descobrir qual é a da Amy sem a interferência do meu irmão. As peças que completam esse quebra-cabeça vão ser o meu sossego, a chance de recuperar minha autoestima e definir o rumo que darei para essa história. Afinal, o desfecho está na minha mão. Só eu tenho o número dela... E todo o resto também...

Amy, até onde prefiro acreditar, não sabe nada sobre mim.

***

A comemoração (oficial) do meu aniversário chega.

Festa em casa. Minha mãe fez questão de organizar uma. Familiares, os (poucos) amigos...

E passou...

Sou oficialmente um homem de trinta anos.

Isso também passou, como tudo na vida.

Menos Amy...

Desde a fatídica quarta-feira, viro dia e noite esfregando o dedo na tela do celular.

A essa altura, ela com certeza já arrumou outro aparelho. Ou concertou o quebrado.

Aquilo foi engraçado... Tanto tesão que meteu o salto na tela...

Caramba! Nem nos meus sonhos, Amy aparecia tão receptiva e me dava tão gostoso, quanto foi na real.

Preciso tê-la de novo. Ficar com ela. Ou, pelo menos, chegar perto dela outra vez...

Mas eu não posso. Não ainda...

Merda de dúvida! Merda de insegurança! Merda!

Lucas ainda me deve a metade da investigação...

Na real, tudo que ele descobriu é previsível demais...

Tem que haver algo mais aí...

Não é possível que Amy... Ou será que é possível?

Tanto tesão, que a levou à insanidade de atacar um desconhecido no elevador, feito uma fera no cio?

Será que é só isso e eu não quero enxergar...?

Mais três dias se passam e fico perto de explodir.

Poucas notícias de Lucas... Informações adicionais irrelevantes. Menos uma! Que chegou na terça-feira. Amy aparentemente tem um cara. Ele está em Londres, a trabalho. Mas, com passagem marcada para a próxima sexta.

Ou você toma a frente da situação, vai atrás dela e marca de vez seu território, ou vai chupar dedo pelo resto da vida, agarrado ao benefício da dúvida que não teve a coragem de esclarecer.

E eu não sou de perder por W.O. Nunca! Mas não sei lidar com a rejeição, se Amy me ignorar.

Só que não posso esperar mais...

É agora ou nunca, Jeff!

Boa sorte para mim...

My Dear AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora