Capitulo 3

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Continuação........

Todos que estavam na cerimônia fúnebre, foram desaparecendo da minha visão molhada de lágrimas, depois de uma avalanche de palavras de encorajamento, muita melação eu só tinha um desejo era ter a minha mãe, ao invés daquelas palavras amorosas que não confortam minimamente o meu coração "sou ingrata" pensei, os meus meio-irmãos só fixavam os seus olhos mortíferos, sem nenhum remorso, não havia mudanças nos seus semblantes.

Falei com a Sr. Alcione levar o carro, que eu haveria de voltar para casa a pé, que ficaria mais um tempo aqui sem questionar a minha decisão assentiu com a cabeça, restando eu e a Diana.

- Vamos amiga, todos já se foram. Disse encarando.

- Se quiser poder ir, eu vou ficar aqui até enjoar me desse local. Falei sem olha-la.

- Está bem, mas tarde irei para tua casa te ver. Disse erguendo o seu corpo sobre a relva do cemitério.

Assento com a cabeça, olhando ela entrando no seu carro deslumbrado a cor preta, até que ela desapareceu dos meu olhos vermelhos, voltei a minha atenção ao lápide da minha mãe feito de mármore.

Naquele momento era eu e a lápide da minha mãe, com a companhia do vento que fazia se sentir que balançava cada fio do meu cabelo. Lugar perdido, sem palavras para descrever que somente as lágrimas é que tinha o poder de fala.

As lágrimas começaram a banhar o meu rosto, fiquei por cima do túmulo dela, sem importa me com nada, se iria sujar me fui batendo com toda força possível na relva bem verde, organizada por cima do túmulo da minha mãe tentando descarregar a raiva que estava sentindo pela morte dela, que estava me causando uma dor no peito inexplicável, de tanto chorar mudei de posição ficando de barriga para cima, a escuridão da noite tomou conta do céu azul, contemplava a lua e as suas amantes ( estrelas).

Falando sozinha: Mãe eu vou sentir muitas saudades tuas, acreditas que já anoiteceu e eu ainda está no seu túmulo, só para te mostrar o quanto eu amava a senhora. Aqui as estrelas estão brilhando lindamente com sempre, a lua está bem redonda queria que estivesses aqui para contemplar comigo, só para te avisar que vou ficar duas semanas ausente da escola, dei um sorriso fraco lembrando me de qual seria a sua reacção, sei que irias bater me....de repente ouço uma voz a ecoar naquele local bem fraco "vai para casa", levantei me sem remover a bunda da relva procurando ver se havia algum ser humana mal educado atrapalhando a minha secção terapêutica, mas não obtive sucesso na minha procura.

Fiquei defronte a lápide e disse: Mãe eu vou embora, se eu ficar mas um pouco posso correr risco de vida, não posso morrer antes de cumprir o seu desejo, sei que existe um outro mas não é tão importante..sorri, beijei a lápide levantando me levando comigo as sandálias nas mão, descalcei os para ficar confortável no chão relvado, fui caminhando devagar pouco a pouco, as ruas estavam desertas As poucas pessoas que se faziam se sentir nas ruas limpas da cidade de Lisboa, encaravam me com olhares preocupados e curiosos, mas sem atitude para aproximar e perguntar. Os seus olhares explicavam ao meu cérebro que eu aprentava uma daquelas mulheres, abandonadas no altar do casamento, devastadas com cabelo desorganizado, roupa desarrumada com pequenos vestígios de relva, descalça com andar de solidão.

Em fim em casa, suspirei antes de mesmo de tocar a companhia, porque as chaves de casa estava na bolsa que estava no meu carro e a Sr. Alcione conduziu o mesmo até a casa, porque no momento tinha vontade de suicidar me para acabar com a dor que estava consumindo o meu bom senso.

Toquei o interfone da casa, e ouço o mesmo a ecoar em toda casa. De seguida ouço passos leves e calmo a caminhar até a porta, é a Sr. Alcione ao abrir a porta e soltou um sorriso para a mesma aclamar o seu coração dela que deve estar a mil amperes, devido à preocupação que pesava o seu coração, a mesma abraçou me e retribui, sem questionar no fundo do meu coração agradeço, porque não tinha a mínima vontade de falar.

Ao caminhar em direção do meu quarto, os meus olhos captaram uma presença inconfundível ficando surpresa com olhos arregalados, é o meu pai na minha casa sentando na sala, olhando para mim com uma cara de alívio por eu ter chegado salva. Soltei as sandálias das mão, caminhando em direcção a ele.

- Filha que bom que você chegou. Falou levantando se.

- Eu precisava ficar um pouco sozinha, mas estou bem. Digo em meio o seu abraço.
Não tenho a mínima força de perguntar o porquê dele estar aqui.

Queria chorar no seu abraço confortante, mais já havia lágrimas para escorrer.

- Senta te filhinha. Disse deslizando dos meus braços, olhando me passando para trás o cabelo que encobria o meu rosto cansado.

- Obrigada, pai. Falei e sentei me.

Deitei me no seu colo, e por sinal acabei dormindo nele, eu estava gostando de ficar ali.

O que acharam do capítulo estrelas?? Coloquem estrelinhas até ao próximo capítulo......beijão

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora