Quando a Mari vem a minha sala para irmos pra casa aviso a ela que vou continuar trabalhando, e que depois pego um táxi.
Fico analisando e assinando papéis. Quando olho no relógio já são 9:30, pego minha bolsa e saio da sala, por instinto resolvo dar uma passada na sala do Sebastian, provavelmente ele não vai estar lá. Quando entro não vejo ninguém na mesa da sua secretária e entro na sua sala.
Fico paralisada com a cena que vejo. Sebastian e a sua secretária em uma cena no mínimo... constrangedora. Eles não percebem a minha presença. Fico paralisada no lugar, alguns segundos depois o que pareceram horas saio batendo a porta, mas mesmo assim eles não me vêm. Eles escutaram o barulho da porta, mas não sabem que sou eu. Saio correndo em direção ao elevador, que chega rapidamente na recepção. Passo pelas portas giratórias e vou em direção a entrada da empresa, não vejo nenhum táxi na rua. Resolvo ir andando pra casa já que a Marina foi com meu carro.
Depois do que vi naquela sala, percebo o qual cafajeste o Sebastian é, e provavelmente não é a primeira vez que ele transa com a sua secretária. Só de pensar nisso sinto nojo dele, imagina as consequências que isso acarretaria para a empresa caso a secretária dele resolvesse processa-lo.
Ando mais de meia hora até chegar ao prédio, passo pela recepção e vou pro elevador. Quando chego no meu andar tiro a chave da minha bolsa e destranco a porta. Quando entro tiro meus sapatos e coloco ao lado da porta.
Vejo Marina com um vestidinho azul soltinho o cabelo preso em um coque e de saltos.
- Vai sair? - pergunto.
- Vou jantar com um amigo. Quer ir também? - ela pergunta.
- Não obrigada. Você vai voltar hoje?
- pergunto.
- Provavelmente não - ela sorri. Pega a bolsa, da dois beijinhos na minha bochecha e sai.
Vou até a cozinha e começo a preparar alguma coisa pra comer. Quando termino deito no sofá e ligo a televisão. Meu celular toca.
- Alô? -
- Oi Lizzie. - Paul fala do outro lado da linha.
- Oi Paul. Quanto tempo não nos falamos. -
- Pois é. Estava com saudades. - Ele suspira. – Estou indo pro Brasil. O Robert te contou? - ele pergunta.
- É, o meu irmão me contou. Algum motivo em especial, pra vir pro Rio? - pergunto.
- Você. -
- Paul... você sabe que não temos mais nada não é? - pergunto.
- Quando eu chegar aí nós conversamos. Tchau vou ter que desligar. - ele diz.
- Tchau. Boa noite. - falo. Ele dá risada.
- Aqui ainda é dia. - rio. Desligo.
Desligo a televisão, subo para meu quarto e vou tomar um banho.
Abro uma caixa que trouxe de Nova Iorque, que tem fotos minha e do Robert com meus pais. Pego uma foto da minha mãe coloco sobre meu peito e começo a chorar. Como eu sinto falta dela. Acabo pegando no sono com a foto da minha mãe sobre meu peito.
Acordo no dia seguinte com os olhos vermelhos. Guardo todas as fotos dentro da caixa e a coloco dentro da gaveta do criado mudo. Me arrasto até o banheiro e ligo o chuveiro, sinto a água fria sobre a minha pele. Quando termino pé enrolo em uma toalha e vou até o armário. Acabo escolhendo uma calça jeans e uma blusa verde se seda. Opto por uma sapatilha ao invés do salto. Faço uma maquiagem pra disfarçar a vermelhidão dos meus olhos.
Vejo meu patins e resolvo ir pra empresa de patins hoje. Desço as escadas e vou pra cozinha, dessa vez não encontro a Mari lá. Faço um café forte e amargo. Coloco em uma xícara e bebo. Perfeito!
Quando termino de tomar meu café, coloco os patins e saio do apartamento. Saio do prédio e vou andando com os patins em direção a empresa. O percurso é de mais ou menos 20 minutos, passo pela recepção da empresa com meus patins e vejo a Marina no elevador, ela me olha com cara de espanto.
- Você é doidinha - ela sorri. - Ah, Lizzie, preciso ter uma reunião com você e o Sebastian. - Ela assume uma postura profissional. - Ele está nos esperando na sala dele. -
- Ok. - falo e tiro os patins colocando minha sapatilha. Coloco os patins dentro da bolsa. Dou uma olhada no espelho do elevador, e passo um batom.
Quando chega no nosso andar vamos até a sala do Sebastian, vejo sua secretária na recepção. Ela nos diz que o Sebastian está a nossa espera.
Entramos na sua sala. Ele está sentado em sua mesa. Quando nos vê chegando levanta e nos cumprimenta.
- Bom dia. - Ele fala. - Sentem-se aqui. - ele nos direciona ao sofá.
Imediatamente lembro do que aconteceu aqui ontem a noite. Não me sento no sofá e o Sebastian me lança um olhar questionador.
- Sabe senhor Jones, eu me recuso a sentar nesse sofá. - falo.
- Elizabeth? Que besteira. Senta logo, o assunto é importante. - Mari fala. Nego com a cabeça.
- Nunca se sabe o que acontece aqui, quando todos saem da empresa. Você deveria se levantar. A reunião vai ser em minha sala. - Sebastian me olha e percebe que eu vi o que aconteceu.
- Deixa de infantilidade, Elizabeth. - ele fala.
- Marina a reunião vai ser na minha sala. - Ela fica sem entender mas concorda e me acompanha.
Sebastian nos acompanha.
Marina passa uns quarenta minutos conversando e nos mostrando alguns papéis do RH.
Quando ela sai Sebastian me lança um olhar furioso.
- Foi você que bateu ontem a porta da minha sala. - ele diz.
- E o que você esperava, Sebastian? Desse jeito você vai jogar o nome da Parker's na lama. - suspiro. - Eu não aguento mais as suas irresponsabilidades. - grito.
- Elizabe... - ele tenta falar mas o corto.
- E se essa mulher te processa por assédio? Hein? - grito. - Eu vou te dar uma última chance, antes de tirar a presidência.
- Olha só, Elizabeth. Ninguém pode reclamar do meu trabalho aqui, porque desde que eu entrei pra presidência, os números só vem aumentando a cada dia. - ele fala.
- Você não está fazendo mais do que a sua obrigação. -
- Se você conversar com os diretores de todos os setores, vai ver que tudo que eu disse é verdade. Se eu fosse você nem perdia seu tempo tentando tirar o cargo de mim. -
- Eu não quero o seu cargo. Me poupe. Eu quero que você seja imparcial, porque se eu disser pra alguém o que presenciei naquela sala ontem, você sai daqui rapidinho. O que as pessoas achariam se eu dissesse que você, saiu com uma mulher no início do expediente, enquanto tinha questões inadiáveis na sua mesa pra resolver? -
- As pessoas não diriam nada, sabe porque? Porque eu faço um ótimo trabalho. - ele diz e levanta da cadeira se dirigindo até a porta.
- Depois não diga que eu não te avisei. - falo quando ele está prestes a sair da sala.
![](https://img.wattpad.com/cover/114841202-288-k919456.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredo Irresistível (CONCLUÍDO)
RomansaMeu nome é Elizabeth Parker tenho 23 anos, e eu estou me afogando em um mar de mentiras. Afinal o que é verdade o que não é ? Posso confiar em alguém? Eu não sei mais. E justamente quando acho que estou entendendo, tudo é puxado para debaixo de mim...