Na manhã seguinte, no ponto de ônibus, decidi que iria tentar me aproximar um pouco desse Ashton Irwin. Ele parou no lugar de sempre, encostado na placa que tinha ali. Ele estava incrível, atraente até. Não conseguia tirar meus olhos dele enquanto atravessava a rua, admirando a forma como ele conseguia só ficar parado ali e ainda tirar meu fôlego.
Me aproximei dele, que me deu um aceno com a cabeça quando reconheceu a minha presença.
- Certo Irwin. Eu tenho algumas perguntas pra você - Coloquei minha mochila no chão que estava começando a ficar pesada.
- Ah, então você finalmente descobriu meu nome. Demorou, hein?
- Eu realmente não me importava até recentemente - Disse, tentando esconder como foi estúpido da minha parte não ter perguntado para ninguém antes.
- Então, quais são essas perguntas que você tem para mim? - Ashton empurrou os fios de cabelo que estavam em sua testa.
- Onde você mora? Eu literalmente nunca te vi antes - Perguntei a ele. Estava de pé bem a sua frente, tentando chegar o mais perto possível. Pensei que talvez pudesse colocar uma certa pressão nele o forçando a responder.
- No final da sua rua, em uma casa pequena na esquina - Ele respondeu, seus olhos ainda escondidos pelos óculos de sol.
- Como você sabe quem eu sou? - Ele deu um passo para trás, claramente desconfortável com o quão perto eu estava.
- Todo mundo sabe. Você é uma das garotas mais populares do colégio - Ele então tirou outro cigarro de seu bolso, e colocou as mãos em volta enquanto o acendia, dando um longo trado antes de soprar a fumaça, dessa vez tendo a decência de virar para o lado.
Tirei meu celular do bolso e olhei as horas, 7:15. O ônibus estava atrasado, de novo.
- Como você sabe tanto sobre os meus pais?
- O casal mais rico da cidade. É difícil não escutar as pessoas falando sobre eles em todo o lugar que eu vou - Ele tirou o cigarro da boca e o segurou entre os dedos, fazendo a fumaça voar sobre a sua cabeça enquanto falava.
- Porque você se importa?
Ele tirou o cigarro da boca e o ofereceu a mim. Não usou nenhuma palavra para "me convencer" a experimentar. Simplesmente esticou o cigarro para mim esperando que eu o pegasse, e foi o que eu fiz. Dei uma leve tragada e rapidamente o afastei de meus lábios, tentando não tossir muito e esperando a sensação da minha garganta se fechando passar.
Ashton balançou a cabeça.
- Eu não me importo, Murphy.
- Claramente sim, Irwin. Caso contrário você não sentiria a necessidade de me contar fatos da minha vida a cada chance que você tem - Lhe devolvi o cigarro e Ashton o colocou na boca.
- Você tem alguma outra pergunta pra mim Murphy? Ou já acabamos com esse seu joguinho? - Ashton perguntou
- Porque você tem que ser tão rude? - Murmurei. Meu objetivo aqui era fazer Ashton se abrir comigo um pouco, e até agora não tinha ido a lugar algum com ele.
- Okay, então você está querendo fazer perguntas sobre mim, certo? Para me conhecer? Porque eu acho que você está com uma ideia idiota sobre nós, estamos no mesmo ponto de ônibus então vamos magicamente nos tornar amigos, estou certo? Bom, até agora você só perguntou sobre você mesma e como eu te conheço, não perguntou nada sobre mim - Ashton tirou o cigarro da boca e o jogou no chão, pisando em cima logo em seguida.
- Bem observado Irwin. Qual a sua cor favorita? Você pratica algum esporte? Vai a algum clube? Em quais faculdades tem pensado em ir? O que você gosta de fazer nos finais de semana? - Soltei as primeiras perguntas que vieram a minha mente.
Ashton tirou os óculos e os colocou sobre a cabeça, me permitindo ver seus olhos castanhos lindos.
- Não vou responder a nenhuma dessas perguntas - Ele zombou.
- Qual é o seu problema? - Joguei minhas mãos pra cima frustrada. Com o fato do ônibus estar 5 minutos atrasado e Ashton estar sendo tão difícil. Eu já sabia que havia acontecido uma tragédia na vida dele e entendia que ele não iria gostar de falar sobre isso, mas ele poderia fazer algum esforço e falar sobre outras coisas. Provavelmente eu era a primeira pessoa que tentou falar com ele o ano todo, e tudo o que ele fazia era me afastar.
- Oh me desculpe. Você quer que eu responda essas perguntas? Bom, se acostume a não conseguir o que você quer - Ele sorriu.
- Eu só quero poder te conhecer - Respondi me afastando um pouco dele inocentemente.
Pensei em simplesmente jogar a bomba, dizer que eu sabia o que havia acontecido com ele e com a sua namorada no verão. Queria ver a expressão no rosto dele quando ele descobrisse que eu sei vários dos seus segredos, mas eu decidi não o fazer. Não era assim tão má.
- Bom, eu não quero que você me conheça então eu sugiro que pare de tentar.
- Onde está o ônibus? - Murmurei e fiquei na ponta dos pés para ver melhor a estrada.
- E você acha que eu sei? - Ashton se virou para mim, com os óculos de volta em seu rosto.
- Não estava falando com você! - Falei com o tom de voz um pouco mais alto. Ashton estava começando a me irritar.
- Porque você perguntou se não queria que eu respondesse? - Ele sorriu.
- Era retórica - Revirei os olhos.
Depois de cinco minutos esperando, o ônibus finalmente apareceu. Deixei escapar um suspiro de alívio, mais calma por ainda poder chegar na escola a tempo. Peguei minha mochila do chão e segui Ashton enquanto subia os degraus. Era sempre dessa forma, ele subia na frente e eu ia atrás.
- Preto - Ashton se virou e falou.
- O que? - Parei de andar e o olhei.
- Minha cor favorita é preto.
-
Esse capitulo estava quase pronto ontem, mas quando fiquei sabendo da morte do Chester não consegui fazer mais nada!
Chester Bennington tinha uma das vozes mais maravilhosas que eu já ouvi, e definitivamente vai fazer muita falta nesse mundo. Ainda não estou acreditando que isso aconteceu, estou em choque até agora.
Bomm, mas eu consegui.. aqui está mais um capitulo!
~Paulinha

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7:15 - Irwin (BR)
Fanfiction"7:15, essa é a nossa hora" " - Danielle Murphy, mas que merda você está fazendo no ponto de ônibus? - É Dani, Dani Murphy - Respondi. Ele deu um passo na minha direção e soprou a fumaça do cigarro no meu rosto, o que me fez tossir um pouco. ...