10. Soap

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Mendes:

Passamos bastante tempo até terminarmos o trabalho, mas finalmente estava pronto. Dorothy trouxe o lanche pra nós, eu e Stanley nos sentamos na sala e ficamos conversando bastante, sobre tudo. Ele me disse que era católico e que frequentava a igreja desde pequeno, mas ele descobriu que não se encaixava ali, contou também sobre sua família e como tem uma relação saudável com todos

— Então... — Ele bebeu um último gole do suco de laranja, me olhando em seguida — Está ficando com o Dallas?

— Não, claro que não — Respondi rapidamente — Não sou esse tipo de pessoa que "fica", nunca nem namorei de verdade. Ele tem se mostrado um ótimo amigo, mesmo ele sendo totalmente o meu oposto

— Você é bv? — Stanley quase engasgou sem nada

— Bv?

— É, nunca beijou ninguém?

— Ah — Eu estava confuso — Nunca achei alguma menina que fosse especial pra mim beijá-la

— Porque menina? E se seu primeiro beijo for com um garoto?

— Eu não sou gay Stanley, isso é pecado

— Bom, de qualquer forma se eu fosse você tomava cuidado com o Cameron — Ele murmurou, olhando para a janela

— Porque eu deveria?

— Nada, só tome cuidado com ele. As pessoas não são o que parecem — Ele suspirou e se levantou — Bom, já tá na minha hora, tenho que ir

— Tudo bem — Me levantei também, indo em direção a porta, sendo seguido por ele

— Tchau Shawn — Ele sorriu — Qualquer coisa que precisar saiba que tem um amigo aqui — Stanley piscou

— Tudo bem — Retribui o sorriso e o abracei — Tchau Lucas

Acenei e ele entrou no carro que estava a sua espera

Dallas:

— Cam — Ouvi uma voz ao meu lado, era Aaron — Já disse que te amo hoje?

— Já Aaron — Bufei irritado — Umas 10 vezes

— Wow — Ele pareceu surpreso — 10 fucking vezes — Ele sorriu malicioso — Sabe o que a palavra "fucking" me lembra?

— O que?

— Você me fodendo com força

Quase me engasguei com a bebida que estava bebendo, Aaron sempre foi muito reservado e não costumava falar essas coisas, porém ele estava bêbado, então justifica

— Ah Dallas, pare de fazer cú doce, você lembra muito bem — Ele sussurrou no meu ouvido, sua mão apertou meu membro por cima da calça — Você foi lá em casa quando meus pais não estavam e me fodeu forte enquanto eu estava de quatro gemendo seu nome

Empurrei Aaron de cima de mim antes que eu fizesse alguma besteira com o garoto e fui em direção a cozinha. Gabriel me chamou hoje de manhã pra fumar na casa dele, como Gabriel é um grande amigo, preferi vir aqui do que ir pra escola. O problema é que já são 11 horas da noite e até agora não voltei pra casa. Entrei na cozinha e Nash estava entre as pernas de Matthew, alisando seu rosto enquanto os dois riam de alguma coisa. Era perceptível que Nash sentia alguma coisa pelo Matt, o jeito que ele o olhava já deixava bem claro. Nash pode ser o badboy mais corajoso do mundo, mas quando se trata de Matthew Espinosa, ele se torna uma garotinha. Eu não pude deixar de rir disso, chamando a atenção dos dois pra mim

— O que você quer agora Cam? — Nash perguntou emburrado, com certeza eu tinha atrapalhado alguma coisa

— Ir embora — Respondi pegando uma maça na fruteira

— Agora? — Nash perguntou olhando pro Matt e depois pra mim. Ele quis dizer que eu tava atrapalhando

— Yeah — Falei de boca cheia

— Porra — Nash bufou

— Se quiser posso ir deixar ele com você, babe — O loiro abriu a boca pela primeira vez desde que entrei no cômodo e Nash o olhou surpreso, eu apenas revirei os olhos

— Se não for incomodar...

— Pra mim não tem problema — Ele disse descendo do balcão

— Tudo bem — Nash coçou a nuca, e saímos da casa com Matt segurando seus ombros, revirei os olhos e joguei a maçã no lixo

— Então "babe" — Comecei a falar enquanto ele tirava o carro da vaga — Como vai aquele outro loirinho que você tava afim? — Provoquei, recebendo um olhar furioso dele

— Que loirinho? Não tem outro loirinho — Ele se fez de desentendido

— Aquele lá, que você disse que era mais velho, era da igreja e que tava afim de foder também — Matt se remexer desconfortável no banco de trás

— Não sei do que você tá falando. Matt você gosta de qual tipo de música? — Ele mudou de assunto, ligando o rádio do carro

— Indie — Respondeu seco, provavelmente com raiva e ciúmes de Nash. Onww, que bonitinho

— Que foda! Eu também gosto

— Você disse que odiava indie porque as cantoras parecem que estão mortas e sem animação alguma — Revirei os olhos

— Isso é mentira — Nash gaguejou — Eu amo aquela cantora, o nome dela é Miley Cyrus né?

Eu e Matt explodimos em gargalhadas

— Agora deu pra ver, o quanto você gosta de indie — Matt disse, ainda rindo

— Do que diabos vocês tão rindo?

— Miley Cyrus canta pop, fã de Indie, hippie, urban e conceitual — Zuei ele

— Muito fã de Indie — Matt revirou os olhos, sorrindo quando Soap começou a tocar na rádio, cantarolando baixinho junto com a cantora. Nash apenas o observava pelo retrovisor do carro.

— Obrigado Nashyy — Sorri, beijando sua bochecha assim que saí do carro

— Eca Cam! — Nash passou a mão sobre sua bochecha, com de quisesse limpar

— Porque isso agora? — Perguntei o provocando — A gente já fez coisa pior, inúmeras vezes

Nash me olhou com raiva, acelerando o carro de uma vez, fazendo Matt se assustar, eu apenas sorri alegre, acenando

Entrei dentro de casa e avistei minha mãe se contorcendo no chão, merda. Subi as escadas correndo, entrando em seu quarto arranquei a gaveta de sua cômoda procurando a maldita seringa. Assim que achei corri pra sala, coloquei minha mãe em meus braços e injetei a seringa em sua veia, e aos poucos ela foi se acalmando, até cair no chão inconsciente

— É dona Gina — Passei meus dedos pelos poucos fios brancos que eram pouco visíveis por conta de seus cabelos escuros cobrirem quase tudo — A senhora me da trabalho


O Filho do Pastor • Shameron VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora