4. please bitch

863 84 30
                                    

Shawn estava andando pelo corredor da escola, com seus fones no volume máximo enquanto ouvia a sua playlist gospel. Até que sentiu um puxão no ombro e foi meio que obrigado a se virar

— Hey Shawn? Você não ta me ouvindo? — Sabrina perguntou, encarando o garoto — Estou te chamando faz uns cinco minutos

— Desculpe, eu estava ouvindo música, por isso não escutei você me chamar — Shawn sorriu forçadamente

— Tudo bem, posso te fazer uma pergunta? — Ela disse já o perguntando, agora caminhando ao lado do garoto

— Claro, o que é?

— Você tá tipo... Ficando com o Dallas? — Ela perguntou nervosamente, captando com o olhar todas as reações do garoto ao seu lado

— O quê? — Ele parou de caminhar e começou a olha-la também por causa da pergunta repentina

— Nada, é que eu vi vocês conversando e eu ouvi, você sabe... Alguns boatos. Aí, bom, eu pensei...

— Pensou errado — Cameron se colocou na frente de Sabrina. Fazendo Shawn se questionar sobre onde ele estava e quanto tempo ele estava ouvindo aquela conversa — Eu e Shawn não temos nada, e se tivéssemos, tenho certeza de que não seria da sua conta — Forçou um sorriso

— Acontece que eu estava falando com o Shawn, não com você

— Ah vadia, por favor — Cameron revirou os olhos — Todo mundo aqui nesse corredor sabe que você está doida pra dar pro garoto novo, o filho do pastor

— Para com isso Cameron, não fale assim da Sabrina, ela é uma ótima pessoa — Shawn a defendeu — Saí daqui

— Ok, até mais tarde Shawn — Cameron sorriu irônico e foi de encontro a Nash, que estava do outro lado do corredor, apenas observando

— Idiota — Sabrina murmurou quando o moreno estava longe o bastante para não ouvi-la, e aproveitou o momento pra abraçar Shawn, que não recuou

3:23 PM

— É buddy, parece que cada dia você fica mais distante de foder a bunda do Mendes e ganhar suas tatuagens — Nash disse já em seu carro

— Ainda tem dois meses, querido. Não se preocupe — Cameron piscou para o maior — Bastante tempo ainda pra começar a guardar o dinheiro

— Eu vi vocês conversando hoje de manhã, quer dizer, a escola toda viu. E você sei lá, tava sorrindo um pouco, não vai me dizer que você tá começando a gostar dele?

— Vira essa boca pra lá! — Cameron riu e empurrou o melhor amigo — Estou conquistando a confiança dele, não posso ser grosso e irônico com ele, tenho que ser fofo, pra ele acreditar em mim

— Então isso tudo só faz parte da sua missão, iludir o crente pra foder com ele?

— Yeah, eu sou Cameron Dallas

Nash balançou a cabeça negativamente. E pela primeira vez ele se sentiu mal por ter feito o amigo iludir outra pessoa

— Você não pensa em... sei lá, cancelar essa aposta?

— Claro que não, eu quero essas tatuagens mais que tudo — Cameron disse — Por quê? Acha que vai perder ou não tem dinheiro pra pagar?

— Não é isso, é que... — Nash bufou, parando no sinal vermelho e aproveitando para encarar o amigo — Sei lá, a gente tá brincando com uma pessoa e não um boneco ou coisa do tipo, ele tem sentimentos Cam, você só vai usá-lo e depois jogar fora

— E daí? Quem fez essa merda de aposta foi você, eu só tô cumprindo minha parte

Nash bufou e acelerou, mantendo um clima tenso no carro até chegar na casa do melhor amigo

— Boa sorte então, eu só acho que ele vale mais do que cinco tatuagens

— Nash nós estamos falando de cinco tatuagens grandes, com pintura. Nem trabalhando em um lugar razoávelmente bom por, sei lá, três anos, sem gastar nada, eu conseguiria o dinheiro pra pagar por elas — Cameron piscou, saindo do carro sem nem possibilitar do amigo o responder

7:02 PM, Mendes:

— Shawn? — Dorothy bateu na porta — Acorda garoto

— O que foi Doro? — Me levantei e abri a porta

— Seu pai disse que é pra você se levantar, tomar um banho e ir se vestir para o jantar que será servido em uma hora, você sabe que seu pai não tolera atrasos

— Ok, obrigado

Sorri e fechei a porta, indo em direção à cama e me jogando nela de novo com preguiça de ir tomar banho, mas mesmo assim fui, até porque preguiça é um dos sete pecados capitais. Olhei no relógio eram sete horas da noite. Coloquei minha calça cáqui bege, meu tênis branco e uma blusa qualquer de um retiro da igreja que eu fui. Penteei meu cabelo para o lado, nada de topetes. Desci, encontrando minha mãe sentada na mesa com as mãos na cabeça e meu pai no sofá da sala

— Oi pai — Disse me sentando ao seu lado — Como vão as coisas no escritório da igreja?

— Bem filho, essa semana eu recebi uma proposta ótima — Meu pai sorriu pra mim, bebendo um gole de seu vinho

— Que proposta? — Perguntei curioso

— Eu ir administrar aquela igreja no centro da Austrália, em Sydney. Mas é uma coisa que eu estou pensando ainda, estou entregando tudo nas mãos de Deus, e se ele quiser que eu vá, ele vai me dar algum sinal positivo — Meu pai falou calmamente

— Isso é fantástico, pai! — Sorri orgulhoso dele — Mas e a escola? E a igreja daqui?

— Calma filho, isso é lá pro final do ano. A igreja vai ser administrada pelo pastor Matheus

— Mal posso esperar para ir para a Austrália — Levantei animado — Mãe! Vamos para a Austrália!

— Vamos querido — Minha mãe sorriu — Mas por favor, não grite

— Sim senhora! — Respondi animado, sentando-me na mesa, e me servindo, logo após de agradecer a Deus pelo alimento que ele nos deu, e pela proposta de emprego a meu pai

O Filho do Pastor • Shameron VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora