Capítulo 24

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Coloquei uma roupa comum e que não fosse chamativa. Digo: Uma regata cinza, uma calça leggin preta, um casaco preto e um sapato branco.

Sai do banheiro toda produzida, e brincando, disse:

— Ruan Ruan você, estou um arraso pode dizer!

— Está sim. - Concordou rindo.

— Mas enfim, posso saber por que veio aqui? - me aproximei, sentando na cama e fazendo um sinal para que sentasse também.

— Você soube qual a decisão do Mário, não é?

— Ah, sim. - Olhei para o chão e balancei os pés, um de cada vez. — Fiquei triste por isso, mal consegui dormir.

— Mas você não sabe o verdadeiro motivo, não é?

— Ele me disse que era por conta da idade...

— Errado! O verdadeiro motivo é que sua sobrinha, única família que ele tinha, faleceu ontem após sofrer um acidente. Ele não aguentou a pressão, então quer voltar para sua cidade natal.

— E como podemos impedi-lo?

— Esse é o problema.

Talvez se... Não tenho ideia do que fazer, desculpe.

— Ok, agradeço mesmo assim. - Encerrou a conversa indo embora.

Fiquei pensativa por alguns segundos, mas logo peguei uma bolsa com o propósito de ter um dia comum. Sem poderes, sem vilões.

Saí da área 51, apreciei a área verde ao redor. Cheiro de lavanda, pássaros cantando. Parece um dia normal.

Gostava de caminhar, então andar uma grande distância até a cidade, não seria problema.

Andei, pessoas cumprimentei, junto com os pássaros cantei. Ah, que caminhada divertida, pensei.

Caminhei até chegar a grande cidade. Hoje, não planejava visitar meus pais, queria dar uma relaxada e esvaziar minha cabeça. Curtir um pouco, sem trabalho ou preocupações. Talvez, é, seja algo impossível. Mas vida que segue.

Fui até um local grande, ou melhor, imenso! O chamavam de shopping, e era sim que eu chamaria daqui pra frente. Sabe? Sendo alguém normal.

Avistei várias lojas de diferentes produtos. Fiquei fascinada, não havia entrado em um desses antes. Não estava com muito dinheiro, eram apenas alguns dólares. — Cento e trinta e cinco dólares.

Não recebia muito lá na área 51, por conta dos meus pais terem ganhado uma grande quantia antes. A cada missão difícil, que me prejudique muito, o valor vai aumentando. E eu, tento não gastar muito.

Andei, admirei muitas vitrines com eletrônicos a mostra, ou mesmo roupas. Aquelas roupas elegantes que custavam o olho da cara. Fazendo escolher o almoço de hoje ou a vestimenta.

Vi um grande local aberto, mas sem portas. Havia muitas pessoas lá, em fila, ou sentada em mesas. Olhei para uma placa escrita PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. Fui para esse lugar e percebi que em um lado, (do lado direito pra ser mais exata) era o cinema. Adoraria ver um filme, mas estava com fome. E acreditava que pipoca não me faria satisfeita, queria comida, arroz e feijão.

Cheguei perto daqueles "restaurantes" vendo os preços e as opções de pratos. A vontade mesmo, era de pedir tudo!

Andei a área toda, até chegar a um restaurante que não parecia estar bem nos negócios. Educadamente, cheguei mais perto, já satisfeita com a foto dos pratos.

— Oi, gostaria de fazer meu pedido!

— Claro, o que deseja? - Perguntou um homem abrindo um largo sorriso.

Os preços eram acessíveis, bem baratos. E a comida, hum... Davam água na boca!

— Gostaria desse prato número doze. — fritas, arroz, feijão, batata assada — Parece bem apetitoso!

— E para beber?

  Apontei o dedo para um refrigerante sabor laranja médio.

— Está bem. Pegue sua senha, e logo aparecerá no telão. Agradecemos pela escolha!

Peguei a senha que tinha o número vinte e sete e escolhi uma mesa para sentar. Não muito longe, para não ter um longo caminho com uma bandeja na mão. Do jeito que sou desastrada, essa aqui está ótima!

IDENTIDADE ZEROOnde histórias criam vida. Descubra agora