Capítulo 55

15 1 0
                                    

— Muito bem. Isso é dor normal, sem efeito que te prejudique muito igual o Saizol. Fique tranquila. Agora, vá comer algo que essa dor na barriga deve ser fome!

Abracei Lanyon e Michelle. Fui para o refeitório e entrei na cozinha. Não estava na hora do almoço ainda, por isso peguei duas maçãs e uma fatia de melancia.

— Espera! - Me barrou Liuginea, uma das cozinheiras. — Você vai comer tudo isso?

— Isso não é nem a metade do que eu conseguiria comer, acredite. - Mordi a maçã e saí da cozinha deixando Luiginea pasma.

Não tinha um lugar pra ir, e não queria voltar para meu quarto. Já havia passado tempo suficiente para não querer voltar mais por enquanto. Então, caminhei arrancando olhares até a sala central. Todos muito eficientes na frente dos grandes computadores trabalhando. E eu, perdida no meio de tanta tela grande. Ta explicado porque muitos usam óculos de grau.

— Qual o foco de vocês nesse momento? - Perguntei curiosa e, oferecendo uma das maçãs pra cada um que se aproximasse. Mas felizmente, não aceitaram.

— Alguns de nós estamos procurando pistas sobre o chefe de Sebastiãn.

— E acharam?

— Ainda não, desculpe.

— Não, tudo bem. Obrigada por me ajudarem nisso!

Dessa vez, uma maçã já tinha ido. Agora, comecei a comer a melancia enquanto ia para o quarto do Garry.

Estava subindo as escadas, quando Ruan aparece. Paro, o encaro. Mas antes dele continuar descendo e eu subindo, pega minha última maçã e apressa sua descida.

— Ruan!

— Valeu pela maçã, Only.

Agora só me resta você, melancia! Continuei a subir, e logo andei até o local. Bati na porta até ser respondida.

*TOC TOC TOC TOC*

Será que está bravo comigo? E continuei batendo.

*TOC TOC TOC TOC*

— Acho que quem você procura não está no quarto. - Alguém atrás de mim, falou. — O que te trás aqui?

Minhas pernas. Não, espera.

— Preciso esclarecer as coisas. Pedir desculpas e entre outros. Mas, podemos entrar?

Abriu a porta e andou para o lado, me deixando entrar primeiro. Tomei mais cuidado para não deixar cair pedaço de melancia no chão. Senão voltaria pra enfermaria.

— Sinta-se no seu quarto. - Apontou, — isso é uma melancia?

— Bom, pelo menos eu chamo essa fruta assim. - Sentei na cadeira que girava.

— Sobre o que quer falar?!

— Um minuto. - Enfiei a cara na melancia e comi rapidamente indo da direita para a esquerda. E com a boca cheia, falei cuidadosamente: — Você, você tem um guardanapo, pano ou papel?

Garry pegou um papel e me deu. Limpei a boca e engoli a melancia que estava na boca. A casca, joguei na pequena lixeira do quarto dele. Sentei-me novamente na cadeira giratória.

— Olha, desculpa ter te dado trabalho após beber.

— Bom, - se levantou — espero que seja a última vez que você bebeu demais. - Começou a mexer na papelada pra disfarçar.

— E... - Coloquei alguns fios de cabelos atrás da orelha com vergonha. — Sobre o...

— Não precisamos tocar nesse assunto. Sei que você não fez por querer. — Me encarou.

— Realmente. Mas... Sabe, eu... Eu só queria me desculpar por isso! - Levantei da cadeira e saí do quarto.

Fechei a porta e encostei na parede, com as mãos na boca e logo após segurando na parede, enquanto escorregava devagar até o chão. Super, super calma!

Uma funcionária apareceu e perguntou:

— Está tudo bem? Até parece que saiu correndo do quarto do Garry após tocar em um assunto que lhe causara vergonha.

A olhei virando a cabeça para o lado direito.

— Como, co-como assim? - murmurei.

*Risos*

IDENTIDADE ZEROOnde histórias criam vida. Descubra agora