Guerra, fé e magia. O Medalhão de Ísis é o primeiro livro de uma trilogia ambientada no Oriente Médio do século IV que narra a disputa de três reinos da Arábia por um antigo artefato divino. O leitor será levado a viver uma aventura fantástica atrav...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Havia se passado uma semana desde que Ahlam soubera que tinha um pretendente e que seria obrigada a se casar em breve. A princesa mais velha do reino de Nifah passara os últimos dias acatando os desejos de sua mãe; experimentando vestidos, escolhendo joias e ajudando nos demais preparativos para seu noivado, que seria negociado junto ao seu décimo oitavo aniversário.
Naquela manhã tão importante, ela foi despertada por sua mãe.
— Vamos acordando, vamos acordando, Ahlam! Hoje é o grande dia! Você precisa se preparar para receber o seu futuro noivo!
— Obrigada por me lembrar do meu aniversário, mãe — disse a princesa, sonolenta.
— Oh! Claro! Parabéns habibite! Você foi muito abençoada por conseguir um noivo tão bom mesmo ficando velha.
— Obrigada, mãe — a resposta de Ahlam saiu com um suspiro carregado de pesar.
— Ora, Ahlam, eu na sua idade já estava esperando uma criança. Erga as mãos aos céus e agradeça a Allah!
— Claro — disse ela, secamente.
A sultana observou sua filha por um instante, não podia crer que o dia de entregar sua filha em casamento havia chegado tão rápido. Mesmo tentando se manter otimista, no fundo, Inaya estava aflita e preocupada. Ela não teria mais o controle sobre a vida de Ahlam, não poderia controlar quem se aproximaria dela e muito menos por onde ela andaria e isso a deixava extremamente apreensiva.
— Agora, minha querida, vamos dar jeito nesse seu cabelo. Vou chamar alguma criada para ajudar você a se banhar e se arrumar. Não podemos receber um príncipe com essa cara mal-humorada e toda descabelada, não é mesmo? — A sultana falou, apertando a bochecha de Ahlam. — Já volto.
A sultana saiu deixando a filha com cara de poucos amigos para trás em busca de alguém para ajudá-la nos preparativos.
— Pobre de mim! Tão jovem e com um destino tão desgraçado! Passar a vida toda ao lado daquele tirano do Marzuq! Allah tenha piedade de mim!
— O que é que está acontecendo aqui, minha princesa? — perguntou a voz da velha criada atrás da jovem desesperada.
— Ora, Adiva, vou ser obrigada a me casar com o príncipe Marzuq! — Ahlam disse, com lágrimas nos olhos.
Adiva era uma senhora em torno de sessenta anos, que havia cuidado da princesa desde que ela nascera. Seus olhos cansados cor de amêndoa olharam a jovem princesa à sua frente com carinho.
— Ora, minha querida, mas talvez não seja tão ruim assim. Pense bem, através do seu noivado muitos problemas do reino irão acabar, como, por exemplo, os conflitos com o reino de Badhi. Você é uma princesa, nasceu com privilégios que muitas pessoas neste momento lá fora nunca terão; e este fato requer certos sacrifícios da sua parte.
