Ao chegar ao lado de fora de seu palácio, Ahlam ficou aterrorizada com o caos que havia tomado sua querida cidade. Os belos jardins do lugar onde havia passado toda sua vida estavam destruídos e com focos de incêndio. As belas fontes foram quebradas e possuíam corpos ensanguentados boiando na água que uma vez fora cristalina.
A princesa observou em choque enquanto era arrastada até o cavalo de seu raptor.
— Ande logo! — disse Faris. — Como pode caminhar tão devagar?
Outras mulheres estavam sendo levadas junto com o exército, entre elas estava Adiva. Ao reconhecer a jovem princesa, a idosa entrou em pânico.
— Adiva! — a princesa falou, correndo em direção a sua criada mais leal.
— Alteza! Não pode ser! Onde estão o sultão e a sultana?
— Ssshh, cale a boca, velha! — Faris reprendeu a velhinha. — Se não quer sua princesa morta, fique quieta.
— Adiva, foi Marzuq! Ele me deixou presa dentro do castelo! — Ahlam disse, com lágrimas nos olhos enquanto abraçava a velha. — Ele nos traiu.
— Não pode ser! Não pode ser! O que vai ser de você? Nas mãos desses... Vermes brutos!
— Cuidado, velha... — Faris falou, enquanto arrumava seu cavalo para sair.
Ele organizou seus pertences em seu cavalo e puxou Ahlam em direção ao animal.
— O que você está fazendo?
— Eu estou tentando colocar você no cavalo. A não ser que prefira ir andando pelo deserto.
— Andar pelo deserto? Isso é loucura! Eu sou uma...
Antes de finalizar a frase, Faris a interrompeu.
— Escrava. Minha escrava, é isso que você é agora. E, Alteza — ele disse debochado — se não quiser morrer, é melhor manter a boca fechada. Vamos, suba logo no cavalo.
Faris puxou a bela mulher e a colocou na sua frente.
Abdul sinalizou que todos estavam prontos e deveriam se retirar do palácio. Seguindo as ordens de seu general, o exército saiu pelas ruas de Nifah levando tesouros do sultão, algumas mulheres e uma princesa. As ruas da cidade que antes eram cheias de cor e som, agora estavam tomadas pela desordem.
Fogo ardia e chicoteava por todos os lugares, pessoas gritavam em desespero ao ver o exército tomar as ruas e se escondiam. Ahlam, não aguentando ver no que sua preciosa cidade havia se tornado, começou a chorar.
— O que vocês fizeram? Por quê? — disse ela aos prantos.
— Só sigo ordens, princesa.
— Então seu rei acha que pode apenas ir invadindo o lar dos outros, causar o caos e ir embora? Esse é o propósito do seu grande rei?
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O Medalhão de Ísis
ФэнтезиGuerra, fé e magia. O Medalhão de Ísis é o primeiro livro de uma trilogia ambientada no Oriente Médio do século IV que narra a disputa de três reinos da Arábia por um antigo artefato divino. O leitor será levado a viver uma aventura fantástica atrav...