Capítulo 04

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Lena só queria a chance de mostrar que era diferente do seu irmão, que mesmo sendo uma Luthor não estava nesse mundo para carregar o legado de vilania do Lex. E talvez tenha sido por isso que acreditou tão desesperadamente e de forma tão cega em Rhea, ela lhe deu a possiblidade de algo novo e sem precedentes, não pediu nada em troca além de guia-la, está ao seu lado, tão altruísta, havia pensado na época. Mas Rhea não estava ali para ajudar a humanidade, pelo contrário, ela era rainha de um mundo destruído, em busca de um novo lar para seu povo, e que usaria a tecnologia feita por Lena para traze-los e juntos governar a terra. E o pior era que Mon-El ou Mike, namorado da Kara era o filho dela. A morena queria rir por tão irônico o universo parecia ser. A imersão da CEO no projeto impediu que fosse possível ver Kara, e ser salva pelo namorado da outra depois de claramente toda essa situação ter sido sua culpa, não era exatamente assim que a queria reencontra-la.

A Luthor estava disposta a fazer qualquer coisa para se redimir, até mesmo cooperar com sua mãe. No entanto a solução que surgia perante as duas parecia quase uma dadiva dos deuses jogada em suas mãos, mas para certas duas pessoas aquilo claramente seria um castigo. Uma arma foi desenvolvida, ela mergulharia a atmosfera com chumbo, isso a tornaria tóxica para os daxamitas. Só de ver o olhar de dor que a Super fez ao receber a notícia, sabia que aquilo não seria fácil para ela. Gostava de Kara, e sabia que seu tempo longe só deve ter fortalecido seu relacionamento com o namorado, e isso não significaria que a morena desistiria, mas as coisas não deviam ser dessa forma, pois jamais iria querer causar tanta dor a garota de aço.

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Enquanto Lena estava ocupada com seu novo projeto as duas se mantiveram afastadas, o que contribuiu para Kara se aproximar novamente de Mon-El, fazendo com o que ela sentia por ele renascesse novamente. Pelos menos era isso o que a loira queria acreditar. E por isso quando o daxamita teve que sair da terra, o sentimento de perda foi avassalador, a angustia que a preencheu poderia ser comparada a uma dor física. Como uma lamina que perfurava seu peito, rasgando a carne e partindo em pedaços o seu coração. E algumas vezes era como se estivesse submersa debaixo da água, sem se afogar, só afundando, com os sentidos entorpecidos. Mas mesmo depois de tudo que havia acontecido ela não se deixou ser derrubada. Dando um passo de cada vez decidiu que seguiria em frente.

Os daxamitas haviam deixado National City em péssimo estado, mas a cidade não era de se deixar abater. Já estava se reerguendo, todos faziam o que podiam, não desistiam e era por isso que CatCo Worldwide Media não parava. Embora esteja em reforma, continuava espalhando informação e como sempre força e esperança as pessoas. Por isso Kara não havia parado desde que a senhorita Grant tinha voltado para a liderança da CatCo. Uma das únicas coisas boas depois de toda essa situação desastrosa. É claro o sentimento de perda ainda estava ali, no entanto o trabalho não lhe permitia pensar nisso. O que ajudava bastante. Uma distração muito bem-vinda. Que decidiu abraçar incondicionalmente.

- Kara! - a loira ouviu seu nome assim que saiu do elevador, a voz em tom apática era nostálgica, se virou na mesma hora passando entre as mesas dos funcionários da CatCo, enfrentando aquele mar de funcionários. E foi em direção ao grito. A sala de Cat Grant.

A fundadora e a CEO da CatCo Mídia Internacional e a porta-voz da Casa Branca, essa era Cat Grant, uma das mulheres que a garota de aço mais admirava. A loira mais velha estava sentada atrás de uma mesa, com vários papéis espalhado em cima do móvel, ela tinha alguns documentos em mãos, os quais os olhava com seus óculos um pouco abaixado sobre o nariz. Os olhos indo de uma ponta a outra.

- Srta. Grant, me chamou? – indagou com seu habitual sorriso brilhando nos lábios.

- Ah Kara! Qual é o trabalho que se pode ter em me trazer um simples café? – a mulher a sua frente questionou largando os papeis em uma pinha qualquer a encarando em buscas de respostas. Suspirando em cansaço.

Amigas - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora