Para todo o Sempre, Juntos. | Visão de Caio | [FINAL]

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Aquilo foi um pesadelo. A Ruby se matou após eu dizer que a amava. A Natália tentou salvá-la depois de tudo que ela fez. E eu estava lá, desmaiado, quase o tempo inteiro. Só o que eu consegui fazer foi dizer que eu amava a Ruby, e isso provocou a morte dela. Eu sei disso porque ela se soltou, não foi a Natália e nem eu que fizemos isso. E isso só me faz me sentir pior. Fomos para a delegacia após o "acidente", e tivemos que explicar tudo, nos mínimos detalhes. Eles disseram que iriam decidir o que "fazer" com nós, já que tem vários fatos negativos para o nosso lado. A Natália teve que ligar para a agência em que ela faria intercâmbio para cancelar as viagens. Isso também me deixou abalado, já que era o sonho dela viajar toda a Europa. Parecia que naquele dia tudo ia dar errado. Passamos quase o dia inteiro na delegacia e depois a Natália foi para o hotel em que estava hospedada, e eu, para o meu apartamento. Eu não menti quando falei que amava a Ruby. Mas não disse toda a verdade, e nem deu tempo. Eu amava de verdade ela, mas o amor da minha vida sempre será a Natália, não importa os obstáculos. Eu amava a Ruby como amiga, melhor amiga, mas não companheira. Estes últimos anos eu estava confuso sobre os meus sentimentos, já que fui afastado de Vancouver, dos meus pais, e, principalmente, da Natália. Mas o meu reencontro com a Natália me deu um choque de realidade. Eu estava criando, na minha cabeça, uma vida que na verdade eu não tinha. Eu me agarrei a oportunidade de virar amigo da Ruby, e ela acabou se tornando meu porto seguro. Naquela cidade, naquele país, naquele continente, eu só podia confiar nela. Mas eu não era feliz. Nunca fui feliz naquela cidade. Só era uma farsa mental que eu havia criado. Eu havia me esquecido o que era felicidade, o que era amor. E foi um erro que agora eu estou recebendo as consequências. 

No dia seguinte...

Acordei ás 4hrs da manhã, sendo que dormi só quando bateu 1hr da manhã no relógio. O ar estava frio, gelado como todo inverno, e o céu estava nublado e cinza, como nos dias de chuva. Preparei um café e me sentei para ver o nascer do sol em meio as nuvens, como antigamente. O vento forte batia em meu rosto e me dava calafrios naquela manhã chuvosa. As cortinas balançavam como se fossem o próprio vento, de um lado para o outro. Tomei meu café rápido para que não esfriasse e coloquei um casaco. Peguei a minha câmera fotográfica, que faz cada paisagem demonstrar sua beleza natural. Não importa se você a vê como uma paisagem feia ou comum. Cada paisagem, cada casa, cada nuvem e cada planta lá embaixo, na rua, tem uma história, um significado, uma beleza interior. E a câmera captura isso, com quase todos os detalhes. Por exemplo : se você ver uma foto de vários amigos rindo, provavelmente ela vai te transmitir felicidade. Se você ver uma foto de duas pessoas se abraçando, provavelmente ela vai te transmitir amor. Por isso que eu escolhi a fotografia : é possível eternizar sentimentos e momentos. É possível eternizar pessoas. Depois desse momento de reflexão e algumas fotos boas, me levantei da cama e comecei a me arrumar, para me encontrar com a Natália. Eu sei que eu amo ela. Ela é o amor da minha vida, e apesar de que eu sei que vou conseguir superar a morte da Ruby, eu nunca superaria a da Natália. Tomei meu banho e vesti uma roupa confortável. Abri a porta do apartamento e fui rumo ao hotel em que a Natália estava hospedada. Já era 8hrs da manhã e provavelmente ela estava acordada. Subi as escadas do hotel dela com ansiedade e bati na porta. E ela abriu. E me beijou.

Um mês depois...

Hoje, eu e a Natália embarcamos em um avião que pousará em Vancouver. Eu estou tão animado para voltar! Apesar de não ter nascido especificamente em Vancouver, eu sinto um carinho tão grande por aquela cidade como se eu tivesse nascido lá. Não é mais como quando eu cheguei lá, que tentei ser um bad boy só para deixar meus pais loucos. Me sinto aliviado de ter amadurecido, apesar de tudo. 

No outro dia...

Chegamos em Vancouver por volta das 2hrs da tarde e fomos direto para o "nosso" café, como sempre o chamamos. O clima era um misto de frio com calor, como se o inverno tivesse se cansado de ser inverno e decidido ser primavera mais cedo. Estava ensolarado, e o vento frio se unia com o sol da tarde. As flores já estavam desabrochando e as folhas das árvores nascendo. Os pássaros pareciam cantar em comemoração e as borboletas começavam a voar perto de nós. Não, não era um conto de fadas, mas poderia muito bem ser um. Eu e a Natália entramos no café, desfrutando o cheiro de bolo que acabava de sair do forno e escutando as cafeteiras fazendo o seu trabalho. A Natália pediu um donut e eu uma torta de limão, e ambos tomamos café. Depois, passamos na casa dela, e ficamos lá até o anoitecer, e então fomos para a minha antiga casa, em que meus pais ainda moravam. O meu quarto estava pronto e intacto como antes, e os meus móveis já estavam sendo descarregados do caminhão. Arrumei meu armário com a ajuda da Natália, e ela dormiu comigo naquela noite. Estava tudo andando tão bem!

6 meses depois...

Está tudo preparado. Hoje eu irei pedir a Natália em casamento. Não será em Londres, na frente da London Eye, mas sim no aconchego da nossa nova casa. Sim, compramos uma casa para nós. A Natália recebeu reembolso das passagens que ela havia pagado para viajar pela Europa, e eu estava guardando dinheiro já fazia um bom tempo. A casa é mais para uma chácara, repleto da natureza que tanto amamos. Ela tem um estilo bem rústico e antigo, e isso é o que a faz ser mais aconchegante para nós. Estamos morando nela já faz dois meses, e a paisagem é uma ótima fonte de inspiração para a Natália, que está escrevendo um livro, e para mim, que gosto de fotografar. A Natália tem um compromisso com uma editora hoje, então deu tempo para mim e nossos amigos arrumarmos todo o "quintal". Ela vai chegar daqui à meia hora, mais ou menos, e será uma surpresa. 

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Ocorreu tudo como planejado. A Natália entrou, com o carro dela, e quando saiu do carro eu estava de joelhos, no caminho dos canteiros. Ela sorriu, e algumas lágrimas escaparam de seus olhos. Depois, ela veio correndo até mim, e nós nos beijamos. Eu coloquei a aliança nela. E dentro de casa, estava toda a nossa família. Nossos pais, nossos amigos, nossos avós, todos lá. Foi o dia mais feliz da minha vida. Imagina o casamento?


Yay! Fim da história! Sim, ela vai ficando por aqui, mas é claro que futuramente talvez eu faça um capítulo extra sobre o futuro desses dois. Mas já dá pra saber que é só jogar um "felizes para sempre" no final que, pelo menos eu, fico com o coração apertado. Não foi tão fácil escrever uma história que houvesse os dois lados, principalmente pelas diferentes emoções e histórias de cada um. E ainda por cima escrever a história dos dois juntos! Houve sim muitos obstáculos, barreiras, um oceano e tudo mais ( risos ), mas se um amor é verdadeiro, ele passa por tudo! Bem, essa era para ser a moral da história =) 

Com muuuuuuito amor, 

                                         Café e Sofá

De Repente { HISTÓRIA COMPLETA }Onde histórias criam vida. Descubra agora