Capitulo 8

15 1 0
                                    


   – Oinc, Oinc

  Acordei com o Jack em cima de mim. Por um momento tinha esquecido completamente que ele estava aqui. Ele tinha ficado dentro da Minha mochila esse tempo todo.

   – Eu não sabia que você tinha trazido o seu porco.
 
   – Eu trouxe ele.

   – É, isso eu já percebi. Ele estava fazendo muito barulho, por isso soltei ele. Nós teremos que comprar comida para ele. O que ele come?

   – Normalmente eu compro para ele ração de gato e coloco um pouco de maçã. Falta muito?

  – Para o quê? – Ele só podia estar testando a Minha paciência.

  – Para o Harry Potter achar todas as Hocrux.
 
   – Daqui a vinte minutos a gente chega em Wilmington, grossa.

    Peguei o meu telefone e a primeira coisa que vi foram as notificações de doze ligações perdidas da Minha mãe e Cinco do meu pai. Tinha uma ligação
até da empregada. Tinham Duas mensagens de voz que foram para a caixa postal.

    – Suzan! Porra! Cadê você, sua filha da puta dos infernos! – Era a Minha mãe. – Você ficou biruta de vez? Ta lelé? Vou chamar a polícia, sua retardada! Esteja em casa até o anoitecer! Sabe o que você pode Fazer com o bilhete que você me deu? Enfia no...

    O tempo da chamada acabou. Graças a Deus. Escutei a outra caixa postal.

    – Desculpa, filha. Você sabe que quando eu me altero eu fico falando essas coisas. Eu não sou assim, filha. Te amo. Pelo o menos me fala, você está bem? Te amo muito. Desculpa.
 
       Por um momento eu fiquei com pena e mandei uma mensagem de texto para ela.

    –  Mãe, não se preocupa, eu estou bem e volto em uma semana. Te amo.

     Mandei a mensagem e desliguei o sinal telefônico.

     – Sua mãe é um pouco... Não sei...
     – Louca?
     – Não usaria bem esse termo.
     – Mas ela é louca, eu sei.

      Olhei para Juan e percebi que o seu cabelo loiro começava a crescer. Pela primeira vez percebi uma beleza oculta nele.

     – Olha! Um lugar de tatuagem!
     – E o que é que tem?
     – Eu quero fazer uma tatuagem.
     – Ah, não. Sério?
     – Sim. Estaciona Ali.

      Ele parou em frente à um lugar que estava escrito  TATTOO  ,  FAZEMOS AS TATTOOS MAIS IRADAS DA REGIÃO. 
     Peguei o Jack e falei com ele.
  
     – A mamãe já volta, certo bebê?
     Ele ficou quieto. Fiquei com pena. Eu não o deixaria alí. Peguei a coleira Azul dele. Coloquei nele enquanto ele se debatia.
    – Sério mesmo?
    – O quê?
    – Você Vai levar o seu porco?
    – Vou, mas você vai ficar tomando conta dele enquanto eu faço a tatuagem, caso eles não aceitem animais.
    – Tudo bem.

    Desci do carro com o Jack na coleira. Ele ia na frente com a buanda impinada a todo gás. As pessoas paravam para ver ele. Talvez não fosse muito comum ver pessoas levando um mini porco pela coleira alí. Chegamos na recepção. Uma mulher de cabelos azuis e uma tatuagem no braço que dizia: Sexta- Feira, dia de cerveja. Simpatizei na hora com àquela mulher.
    – Boa tarde, o que desejam?
    – Boa tarde. – disse Juan– A  minha amiga quer fazer uma tatuagem e nós trouxemos esse porquinho aqui. Ele pode entrar?
    – Nós somos Pet friendly, possuímos uma salinha individual para cada animal. Podemos levá-lo?
   – Claro – Eu disse.
    Ela pegou o Jack no Colo e o levou para a salinha dele. Quando voltou, ela liberou a nossa passagem.
    – Sala 4.
     Seguimos até a Sala quatro, onde um tatuador cheio de tatuagens, Uma barba enorme e cabeça raspada nos esperava. Sentei no banco.
    – Qual tatuagem você Vai querer?
    – Não sei. Quais você tem para me mostrar?
    Ele pegou uma pasta com várias tatuagens. Fui folheando até achar uma gravura. E tive uma ideia.
     Eu falei para ele a tatuagem que queria e mostrei pela da recepção o que eu queria e Como eu queria. Ele assentiu e esboçou um sorriso no rosto.
     Juan estava ali do meu lado, olhando com atenção cada detalhe. A agulha começou a perfurar a região das minhas costas, próxima ao meu ombro, e depositar a tinta. Doía, mas não muito. Demorou mais de uma hora. O desenho não era grande. Eu tinha mandado ele Fazer uma tatugem de um fusca amarelo, igual ao de Juan, de lado e, na janela, um porquinho igual ao Jack. Essa era Uma imagem que não queria que fosse esquecida. Essa tatuagem representava a nossa viagem, que tinha um valor para mim, pois eu estava com a pessoa que eu mais confio no mundo e o meu porquinho de estimação, meu filho.
    – Pronto, a sua tattoo está pronta.
    – Obrigada, quanto deu?
    – $180,00
Cacete. Entreguei a ele o dinheiro. Agradeci a ele e, quando estávamos na recepção,. Juan voltou rapidamente de onde tínhamos vindo.
  – Aonde você está Indo?
  Mas ele não me ouviu. Fui atrás dele e o vi sentado na cadeira do tatuador que tinha acabado de me tatuar. Ele estava conversando com o tatuador. Quando estava ao lado dele, o tatuador já estava pegando a maquina de tatuar.
    – Você Vai tatuar?
    – Tá meio óbvio, não?
    – Você Vai fazer o quê?
    – Você verá, major Mauni.
    – Espero que seja bonita, sol - dado.
     – Será, senhora.
    Ele estava com a manga da blusa levantada. Ele faria Uma tatuagem no braço.
     A tatuagem começou e não demorou muito. Foi mais rápida que a minha. Hora ou outra Juan fazia caretas de dor. Eu caía na gargalhada com ele. A tatuagem estava pronta.  Era um símbolo do infiníto com os nossos nomes fazendo a forma do infiníto. Meus olhos se encheram de lágrimas.
     – Gostou?
     – Eu amei! Linda, linda e linda! Maravilhosa.
     – Essa tatuagem representa a nossa amizade, e o quão infiníto será, porque bons amigos, amigos verdadeiros, nunca se separam, porque a nossa amizade já está em um nível que vai além de brigas ou coisas do tipo. Nossa amizade é sincera, verdadeira e linda. Uma parte de você pertence à mim, e uma parte de mim, pertence a você. Nós somos um só e, ao mesmo tempo, somos dois. Na luta, na dor, em tudo. Estaremos juntos. Eu cuidando de você e você cuidando de mim. Assim será a nossa amizade, unida, linda, sincera.
  
    Eu comecei a chorar e rir ao mesmo tempo. Não era à toa que eu o amava tanto. Os olhos dele se encheram de lágrimas.
    – Ta bom, pessoal. – Falou o tatuador enxugando uma lágrima dos olhos. – Deu $50,00 a tua tatuagem.
    Juan pegou o dinheiro e entregou ao tatuador. Fomos em bora Juntos. Pegamos o Jack Pela coleira. Em frente ao carro, olhei meu reflexo. Eu tinha emagrecido desde que descobri a doença e me cabelo estava um pouco menos volumoso. Abaixei um pouco a blusa para ver minha tatuagem. Era linda. Meu fusca amarelo em contrsate com minha Pele branca.
 
   Um desejo concretizado, um sonho realizado

    
    
   
 
   

   

 

 

  

   
  

o relógio da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora