capitulo 1

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– Que inferno, mãe!
 
     Eu não costumo ser histérica assim com as outras pessoas, só com a minha mãe mesmo.
    
       A coisa que eu mais odeio na minha vida (depois de vendedores ambulantes) é acordar cedo. EU NÃO SUPORTO! Esse era um daqueles dias em que eu tinha que ir ao médico fazer exames de sangue. Meus pais eram fanáticos pelos exames e pelo menos uma vez no ano eles me arrastavam para uma clínica. Nesse dia eu não iria para aula, meus pais me deram isso Como Uma recompensa por ter acordado mais cedo que o comum.
 
        Minha mãe estava me apressando, falando que eu Sou lerda e que se eu demorasse mais, meu Pai iria se atrasar para o trabalho e blá,blá,blá.

       Me vesti rapidamente e os encontrei já no carro, me olhando com aquela cara de raiva e, ao mesmo tempo, me fulminando com o olhar.
  
        Fiz os exames normalmente, com a calma de uma pessoa serena como sou. Meus pais me deixaram sozinha em casa. Bem, eu não estava sozinha, eu estava com o jack Sparrow. Ele veio correndo na Minha direção com toda a sua felicidade. Sempre era assim. Eu voltava para casa e ele sempre fazia festa.

– jack! Seu safado, você quer mais comidinha? Vou colocar para você — Só para deixar claro, eu não tenho nem um cahorro e nem um Gato de estimação, nem um papagaio, canário, pombo ou qualquer ave que só vem mirando o angulo certo para cagar na sua cabeça. Não, eu tenho um porco e, sim, o Nome dele é jack Sparrow. Porque? Não sei. Tive vontade de dar esse nome. Nós o adotamos a cerca de um ano. Nós descobrimos que ele não cresce muito. Pelo o que soubemos pelo seu dono ( um fazendeiro beberrão que tem cheiro de charuto) seus pais também eram pequenos. Botei a comida dele no seu potinho. Enquanto ele comia, eu liguei para o meu melhor amigo. Já que meus pais não estavam em casa e voltariam  só no fim do dia e ele havia faltado aula, sabendo que eu não iria para aula hoje, e sempre, sempre e sempre nós combinávamos de nos encontrar em frente a Minha casa e irmos pedalando até um rio que fica a menos de um quilomêtro da minha casa, liguei.

– Oi, suzan.
– Oi. Vem me encontrar na frente da Minha casa em 10 minutos e vamos para o James Joyce.
– Ok, até mais.

Fato 1 sobre mim: eu dou sempre Nome a coisas que já existem. Acho um jeito mais descontraído de ver as coisas e encarar a vida de um jeito mais simples. Eu e Juan demos o nome ao rio de James Joyce. Nós os declaramos como propiedade nossa e, já que é nosso, temos total direito de botarmos o Nome que quisermos. Com certeza o rio tem um Nome de "verdade", ( para mim o Nome de verdade é James Joyce e fim de papo)  mas eu não tenho interesse algum de descobrir o nome ou qualquer nome moribundo dado a ele que não seja  james Joyce.
   Saindo da cozinha, bati a cabeça com força no armário, ao todo, contei doze estrelas. Saí da cozinha meio tonta e lesa.
  
    Fato 2: Sou extremamente desengonçada e estabanada. Tudo cai da Minha mão e eu caio em Todo canto, consigo me machucar até onde não tem lugar e, uma coisa que eu acredito com toda a minha Alma, é a famosa lei de murphy. Se existe Uma coisa que se aplica a mim e parece que foi feito para mim, é essa merda.

    Saí de dentro de casa e fui pegar a Minha bicicleta no jardim, esfregando a mão aonde futuramente uma Maria ( palavra que dei para galos) se situaria ali.

o relógio da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora