Capitulo 2

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    Juan era descendente de espanhóis. Seus pais tinham vindo para cá quando jovens ainda, procurando por uma vida  melhor. Eles montaram uma lojinha de souvenier e, com o tempo, eles exapandiram a loja e hoje é uma das maiores lojas da região.
 
   Encontrei Juan do lado de fora da Minha casa. Peguei Minha bicicleta que estava encostada em uma árvore no meu jardim. Juan me encarava com seus olhos cor de ambar. Ele não era um galã da novela das nove, mas era bonito e seu sorriso era a coisa mais linda. Ele é meu amigo desde a infância. Tudo começou quando eu tinha mais ou menos quatro anos. A caminho da escola, eu vi meu Pai fazendo um gesto com o dedo do meio para um outro motorista.
  – Pai, o que quer dizer esse símbolo?
  – Qual, susu? - ele me chamava de susu até uns três anos atrás, até que falei para ele parar com isso, que eu já era uma menina de 13 anos e que não tinha mais idade para apelidinhos como esse.
  – Esse símbolo com o dedo do meio.
  – É... Bem...- meu Pai ficou um pouco tenso-  Bem, é um símbolo carinhoso, que você usa para dizer que gostou da pessoa ou de um objeto.
  – E porque o senhor mostrou o dedo para aquele homem?
  – Ah, simples, porque eu gostei do carro dele. Achei bonito.

   E então ele me deixou na escola. Juan estava lá com seus cabelos loiros, quase brancos,  e com camisa preta do Harry Potter ( desde pequena era fã). Como eu tinha gostado de sua camisa, eu mostrei o me dedo do meio para ele. Ele fechou a cara e foi direto para a professora contar o ocorrido. A professora me chamou com a cara vermelha .
     – O QUE FOI ISSO SUZANA ?! - A professora era magra, era idêntica a Olivia palito.
    – O que professora?
    – Esse gesto que você acabou de fazer para o Juan.
    – Meu  papai que me ensinou.
    – Duvido que seu Pai te ensinaria algo tão feio!
    – Mas..
    – Mas nada! Peça desculpa para ele agora! E depois vá direto para o cantinho do pensamento, primeiro por fazer um gesto feio e depois por mentir!
    – Mas eu não estava..
    – Um, dois...
    – Desculpa Juan, eu não tive intenção de te magoar.
     – Agora dê um abraço.
     – Ah não, ai já é dema...- a Olivia palito me interrompeu no meio da frase.
     – Não vou repetir!
     Dei um abraço rápido nele. Em seguida fui para o cantinho do pensamento. No recreio, me encontrei com Juan e fui até  ele para falar que tinha gostado da sua blusa e, desde então, somos amigos.
    Fomos pedalando até o James Joyce. Quando estávamos quase chegando, ele  comentou:
  – Minha mãe não para de dizer que meu cabelo ta horrivel dessa Cor. Eu não aguento mais. - Juan tinha pintado seus cabelos loiros de castanho escuro.
   – Mas é, ela está certa. Parece até que você passou bosta no cabelo.
   – Olha, se é para me insultar é melhor ficar calada. - Falou ele em um tom de graça
   – Eu estou só brincando, até porque fui eu que pintei e eu não sou de deixar as coisas feias.

   Chegamos no rio e deixamos as bicicletas na margem. O rio era grande, só conseguiamos ver o outro lado na estreita linha do horizonte.  Pegamos pedrinhas e começamos a joga- las no rio para ver quem conseguia Jogar mais longe. E, claro, eu que consegui Jogar mais longe.
    Ficamos conversando na margem do rio, distraidos com o mundo exterior e vivendo apenas o mundo que nós criamos.
    Quando peguei o telefone para ver a hora( 16:54 mais especificamente ) meu coração gelou. Em menos de 10 minutos meu pais já estariam em casa e, se soubessem que eu tinha saído sem a permissão deles, eu estaria frita na frigideira, com um pouquinho de alho e vinagrete.
    – Merda!
    – O que foi?
    – Olha só a hora
    – Droga!
    – Temos que ir agora! Meus pais já devem estar eperando
... Ué? Cadê as nossas bicicletas?
    As bicicletas não estavam mais ali. Nós haviamos sido roubados.
  – AI MEU PEPINO SANTO!
    
    
   

  

o relógio da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora