Capitulo 10

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Senti um cheiro de queimado e um calor próximo da Minha cabeça.
– Suzan! Seu cabelo!
Abri os olhos e vi que tudo estava em chamas, inclusive o meu cabelo.
É assim que começa o nosso capítulo, com um incêndio. Após o nosso beijo, vestimos as nossas roupas e fomos para o Hotel de mãos dadas.
– Vou tomar um banho, faz Mais de 24 horas que não sinto água tratada em mim.
Fui ao banheiro, acendi três velas. A banheira era enorme e Bonita, em um tom de bege, que contrastava com o branco das lajotas. Me despí e entrei na banheira. Me acomodei melhor na banheira e fechei os olhos, me perdendo nos meus pensamentos. Como pude deixar isso acontecer? Perguntava a mim mesma. Ele é só o meu melhor amigo, nada mais. Isso foi um erro, um grande erro. Vou acabar magoando os sentimentos dele. Ele realmente me ama! E eu... bem... Eu acho que estou amando ele também. Merda, merda, merda! Estava em conflito com os meus pensamentos. Acho que acabei cochilando, pois tive a sensação de estar despertando de um sono profundo quando senti o cheiro de algo queimado e um calor intenso. Juan veio correndo para o banheiro. Uma das velas provavelmente tinha encostado na toalha, que agora estava totalmente em chamas e o fogo deve ter atingido o meu cabelo.
– merda! Vou ficar careca antes do tempo ! Droga!

Comecei a gritar feito uma louca. Corri até o quarto, batendo no meu cabelo com as mãos, para ver se o fogo apagava. Juan pegou uma toalha que estava no armário e jogou na Minha cabeça. Quase que instantaneamente a tolha pegou fogo. Deu um berro.
– Caramba Juan! Deixa de ser inútil! Você não sabe fazer Nada?! Apaga essa merda do meu cabelo!
Ele foi correndo até o banheiro e me chamou.
– Eu não vou voltar para aí! Vou virar churrasquinho!
– Vem logo e não discute! Inferno.
Fui correndo. No momento que cheguei na porta do banheiro, Juan jogou um jato de água gelada na Minha cara.
– Seu filho da...
Ele jogou o jato de água na Minha boca. Jogou o jato de água nas paredes e em todos os lugares do banheiro. Foi aí, quando ele parou e me olhou, que percebi que ainda estava nua. Fui para o quarto, peguei Uma blusa e Uma calça e me vesti. Olhei para a parede do quarto e vi que a parte Mais próxima do banheiro estava preta, assim como Todo o banheiro. Me lembrei do Jack e fui procurá-lo. Procurei na mochila, no armário e em todo lugar. Ele não estava em lugar algum. Comecei a entrar em desespero. Aonde será que aquele filho da mãe havia se metido? Juro que quando por as mãos nele vou transformá-lo em bacon para comer com ovo no café da manhā. Comecei realmente a entrar em desespero. Será que ele havia Sido consumido pelas chamas? Meus olhos começaram a se encher de lágrimas. A minha cara começou a ficar redonda feito uma bolacha e meu nariz ficou vermelho. Comecei a chorar.
Juan me olhava do banheiro, sem reação, sem saber como me ajudar ou se deveria falar alguma coisa. Eu estava em meio as lágrimas quando ouvi um "oinc". Minhas esperanças voltaram instantaneamente. Procurei por todo lugar. Ouvi outro "oinc" vindo da cama. Me abaixei e olhei embaixo da cama. E lá estava ele, encolhido e com medo. Peguei ele e coloquei ele no colo, envolvendo-o nos braços como um bebê.
– Tá tudo bem, a mamãe está aqui.
– Você é realmente estranha.

Fulminei Juan com o olhar. Na mesma hora nos lembramos do incêndio que eu tinha causado. Nós não podiamos arcar com os custos, os prejuizos haviam sido altos.
– Nós temos que ir. – falei.
– Mas não podemos deixar as coisas assim.
– Nós vamos agora. Não temos como pagar.
– Mas...
– Nós vamos agora! Que saco!

Ele me obedeceu e começou a juntar as coisas. Peguei as minhas coisas e fomos para a saída. As pessoas me olhavam com cara de espanto. Mas porque será? O cabelo. Eu tinha esquecido do meu cabelo chamuscado. Toquei nele e ví que estava volumoso e todo em pé e bastante duro. Ele havia diminuido uns cinco centímetros . Fomos até o carro, colocamos nossas malas no porta-malas. Coloquei o jack no banco de trás. Peguei um casaco na Minha mochila. Estávamos em pleno outono e a noite o frio surgia magicamente para nos matar. Coloquei o meu casaco e sentei no banco da frente junto ao Juan.
– Você está horrivel– Falou Juan.
– Nossa, valeu
– De nada, amor, se é que ja posso te chamar assim– Falou Juan com um sorriso no rosto.
– Não, você não Vai me chamar desses apelidinhos nojentos que casais normais se chamam.
– Nós já Somos um Casal?
Nesse momento, percebi que minhas maçãs do rosto ficaram vermelhas.
– É... Não, não Somos e nunca seremos. Aquilo foi um erro.
– Para mim, aquilo nunca será um erro.
– Eu lamento, "amor" – Falei com irônia.– Mas eu discordo.
– Eu te amo.

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2017 ⏰

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