Depois de uma viagem tão longa, enfim chegamos na França e em seguida no marquesado de Lacroix.
—Venha ma chérie. - ele estende a mão para Suzette e a ajuda descer da carruagem.
Era um lugar muito agradável, sentia uma paz tão grande. Não que Rochester fosse horripilante, era lindo também, eu não era feliz devido as atitudes de John.
—Aqui é muito lindo papai! - disse a jovem sorrindo enquanto chegava próximo a porta.
Maurice pediu que me lavassem, ele me comprou um vestido azul claro pra mim, quando foram me vestir me colocaram um espartilho, no inicio eu não conseguia respirar, mas depois adquiri a prática.
—Elle est prête, monsieur. (Ela está pronta, meu senhor.) - informou um dos criados do marquês.
—Laissez-moi voir. (Deixe-me ver.) - respondeu o marquês.
Vívian agora Suzette, apareceu descendo as escadas com um vestido azul-claro, o espartilho fez seus seios ficarem maiores. O marquês não ligou se os seios da menina eram maiores, o que de fato estava ali era sua filha, não de sangue, mas de coração. As manchas não eram vistas devido o chapéu com a aba caída cobrir seu rosto.
—Estás linda mon amour. - beija a mão da filha.
—Obrigada pai.
Após a agradecer o pai, Suzette tem um desmaio deixando todos preocupados, Maurice pediu que chamassem os melhores médicos da França, ou seja, os médicos do rei Luís XV.
—Ce qui s'est passé? (O que aconteceu?) - perguntou Maurice aflito.
—Elle a le lupus, est à un stade avancé, le traitement dans ce cas est très cher Monsieur de la Tour. (Ela tem lúpus, está numa fase avançada, o tratamento neste caso é muito caro Senhor de la Tour. ) - esclareceu o médico Antoine.
—Pas de problème, je veux juste qu'elle aille mieux. (Não tem problema, eu só quero que ela fique melhor.) - disse o marquês.
—Quand pouvons-nous commencer le traitement? (Quando é que podemos iniciar o tratamento?) - perguntou o médico.
—Tout de suite. (Imediatamente.)
E assim aconteceu, o médico Antoine tratou de mim arduamente, e é claro não pude deixar de notar a beleza máscula de um homem em torno dos seus 40 anos, olhos e pele clara, um homem muito lindo.
—O senhor é casado? - perguntou Suzette enquanto Antoine lhe dava o remédio.
—Je ne parle pas l'anglais dame, pardon. (Eu não falo Inglês senhorita, perdão.) - sorriu e foi colocar frasco do remédio de volta em sua bolsa.
—Ah que pena. - sorriu maliciosamente quando o homem estava de costas.
Depois de um mês de tratamento George veio me visitar, eu como sempre estava de cama. Eu queria ajudar as criadas a dobrar as roupas, fazer o jantar ou limpar os cômodos da mansão, elas se espantavam com a minha atitude já que ninguém as ajudava. Elas agradeciam e diziam que era o trabalho delas e que eu devia voltar pro quarto já que estava sob cuidados médicos.
Elas sempre me carregavam como se eu fosse um bebê até o quarto e sempre me davam um beijinho na testa do mesmo modo como mamãe fazia em mim e eu sentia uma enorme paz.
—Posso entrar? - disse George entrando no quarto.
—Você já entrou. - ambos sorriram - O que faz aqui?
—Ora, porque estava com saudades das prostitutas francesas. - sorriu maliciosamente.
—Então porque está perdendo seu tempo comigo?
—Você é a minha prostituta francesa. - mordeu o lábio inferior.
—Para a sua sorte eu não posso foder, pois se pudesse eu faria você pedir desculpas somente usando a minha língua!
—Uh... Você me deixa com o pau latejando pra foder essa sua boceta apertada quando me fala essas coisas. - lambe os lábios.
—Eu sei disso, mas eu não posso, estou me tratando pra ficar melhor do lúpus, por isso não tenho que andar transando por ai. Bem que eu gostaria. - pisca para George - Como andam as coisas em Londres?
—O rei Charles está de luto. - disse George se sentando confortavelmente na poltrona.
—Quem morreu? - Suzette ficou espantada.
—A menininha dos olhos esmeralda, mas eu creio que ele não acredite na sua morte.
—E por que não? Como ele soube?
—Bom, ele estranhou você não ter voltado no dia seguinte para visita-lo. E eu não gostei nada do que fizeram nessa visita. - George cruza os braços.
—Ciúmes agora não George, continua. - a menina revira os olhos.
—Está bem, ele ficou preocupado e foi até Rochester procurar você, mas ele acabou encontrando John bêbado dizendo que você tinha falecido há um mês. Charles ficou com ódio e brigou feio com o Johnny. E acho que ele está mandando investigadores descobrir algum paradeiro, já que ele sabe que você não morreu daquela forma trágica.
—Lorde Rochester sabe disso?
—Não, o rei deixou bem claro que não informassem nada a ninguém. Mas até agora ele não sabe onde você está.
—Melhor assim, e minha avó como está?
—Triste Vívian, vive rezando por você. Agora seu pai não está nada bem, vive bebendo, gastando tudo, e transa várias vezes com as prostitutas para que de alguma forma isso alivie a dor de ter perdido a filha, fruto do amor da mulher que ele tanto amou.
—Ele? Transando, gastando e bebendo por minha causa? - ela gargalhou debochadamente - Ele não é meu pai, e se ele está assim é porque merece.
—Mas e sua avó Vívian, ela te ama e sofre também.
—Eu irei visita-la um dia, mas não vai ser agora, deixe as coisas como estão. E diga a Sackville que eu não irei faze-lo gozar só por ele não ter vindo me visitar. - sorriu maliciosamente.
—Eu direi Vívian. - disse George rindo - Ou melhor, Suzette de la Tour.
—Isso, deixe Vívian no túmulo. E faça como os outros estão fazendo, vivendo sem ela. Mas não se esqueça de Suzette, pois ela acaba de nascer.
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Vívian
Historical FictionJohn Wilmot casou-se com a brasileira Bárbara e tiveram uma filha chamada Vívian, a criança nasceu com tonalidade mais escura e por esse motivo não teve o amor do pai. Após o falecimento da esposa por envenamento, a filha teve lúpus e ele a aba...