John estava terrivelmente horrível. Gastava, bebia e transava com várias e vários para aliviar um pouco daquela dor de ter perdido sua menina, mas de nada, aquilo adiantava.
Suas brigas com Elizabeth eram constantes.
—Até quando pretende ficar com este drama, meu caro marido? - anda de um lado para o outro - As pessoas estão comentando, nós somos piada perante elas, será que isso não percebes?
—Eu gosto de ser piada, gosto de ser odiado. - sorriu e bebe um gole de seu vinho - E o que faço não é drama! Perdi uma filha, é como diz aquele ditado: "Só damos valor quando perdemos."
—E por causa disto devemos manchar nossa honra bebendo, esbanjando e comentendo pecados da carne? - o encarou esperando uma resposta.
—Pecados da carne seria um modo de dizer, "foder"? - sorriu.
—Você é insuportável! - saiu da sala furiosa.
—Não era isso o que me dizia quando eu estava a lamber sua vagina! - gritou.
John saiu da sala e foi para o seu quarto, bebeu mais vinho, sentou-se na cadeira e olhou para os papéis.
Flashback
Vívian com três anos corria pelo quarto de John e olhava para os papéis dele com desenhos obscenos.
Ela olhava atentamente para cada desenho, principalmente para um que havia a figura de um pênis e ela sorria.
—Vívian o que está fazendo aqui dentro? - tomou os desenhos - E vendo isto! - notou que ela escondia um e pegou - Oh... A figura de um pênis, gostou desse? Achou bonito?
—Achei papai. - ela abaixou a cabeça.
—Muito bem, é, volte para a sala e não conte que viu isso ou sua mãe bate em nós dois. Fui claro?
—Tá. - a menina saiu correndo do quarto.
~oOo~
—Ah minha minha menina, será que você se tornaria uma libertina? - sorriu, mas o sorriso foi embora e mais uma vez trouxe a dor.
John se jogou na mesa e passou a chorar, bebia mais de seu vinho e se viu inspirado para um poema, que haveria sua filha como inspiração.
O dinheiro não tem mais valor
O vinho não tem mais sabor
O sexo não tem mais calor
Oh Bárbara eu abandonei
O fruto do nosso amor
Eu sou um monstro,
Canalha,
Ignorante,
Cruel,
Eu mereço esse fel
Minha pobre Vívian
Eu a machuquei
Xingei
E a desprezei.
Você não merecia isso
Minha pobre Vívian.
Eu a joguei na lama
E me arrependi
Hoje você foi devorada por suínos
E nunca mais a vi.
Eu não devia ter lhe maltratado
Se pudesse voltar atrás
Não teria lhe abandonado
Minha pobre Vívian
O dinheiro não tem mais valor
O vinho não tem mais sabor
O sexo não tem mais calor
Oh Bárbara eu matei
O fruto do nosso amor...
—Me perdoe filha. - adormeceu.
Em seu reinado, Charles estava ansioso, andava de um lado para o outro esperando por notícias de Vívian. Ele já estava muito feliz por ela realmente não estar morta daquela forma trágica e de nenhuma outra, mas a saudade de tê-la em seus braços o consumia, deixando-o angustiado.
—Majestade. - um de seus serviçais o reverencia.
—Pode falar.
—O investigador Turner acaba de chegar.
—Mande-o entrar. - o rei senta em seu trono.
—Majestade. - reverencia - Trago lhe boas notícias, a moça a qual procurávamos está realmente viva, mas está sobre tratamento contra o Lúpus.
O rei levanta-se de seu trono e vai até o investigador.
—E onde ela está? - disse com os olhos brilhando.
—Ela está num marquesado.
—Onde? Diga-me o nome! - disse ansioso.
—Marquesado de Lacroix, França. O marquês de nome Maurice de la Tour, a adotou, portanto seu nome agora é Suzette de la Tour. - informou o investigador Turner.
-Perdão. - um detalhe passa despercebido preocupando o rei - O senhor me disse que ela está sobre um tratamento contra o Lúpus? - cruzou os braços.
-Sim majestade e está em um estágio avançado.
-Meu Deus! - disse o rei colocando as mãos na cabeça ficando preocupado e começando a chorar - Maldita hora para ficar sem dinheiro, mas mesmo assim irei até Luís para pedir uma boa quantia e tentar curar a minha menina dos olhos de esmeralda. Doença maldita, maldita! - soluçava o rei.
-Majestade, o senhor não me entendeu. - disse o investigador para acalmar o rei.
-Perdão? - Charles enxugou as lágrimas de seu rosto.
-A moça a qual investigamos... - o rei interrompe o investigador.
-Vívian, o nome da moça é Vívian. Futura rainha de Londres! - disse o rei com um sorriso bobo.
-Está certo. Pois bem, Vívian, já está sendo curada. É um árduo tratamento, já que os médicos tentarão tirar as manchas brancas da pele dela.
-E quem está pagando os tratamentos? - Charles quis saber.
-Maurice de la Tour, o pai adotivo. Os médicos, são os mesmos do rei Luís XV.
-Maldito Luís. - Charles fez cara feia - Sempre se mete em tudo o que é meu. Com certeza, como o tal marquês está pagando os médicos dele para fazer os tratamentos, aquele francês de peruca branca vai visitar a minha menina e se aproveitar dela. - notou que havia acabado de ter uma crise de ciúmes na frente do investigador - Hm... Pois bem senhor Turner, depois me passe o endereço do marquesado, mais detalhado e tome aqui seu pagamento. - Charles lhe deu uma sacola com moedas.
-Obrigado Majestade, com licença. - Turner o reverencia e sai.
Charles foi para os seus aposentos relembrando da tarde em que Vívian o visitou.
-Agora sou eu quem vai fazê-la relaxar... - mordeu o lábio olhando para a janela e depois deitou-se em sua cama iniciando uma masturbação, em homenagem a Vívian.
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Vívian
Historical FictionJohn Wilmot casou-se com a brasileira Bárbara e tiveram uma filha chamada Vívian, a criança nasceu com tonalidade mais escura e por esse motivo não teve o amor do pai. Após o falecimento da esposa por envenamento, a filha teve lúpus e ele a aba...