Reponse en paix

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John não ligava para ninguém, começou a reescrever a sátira sobre o reinado do rei, deixou-a no teatro onde novamente ela foi encenada. O rei foi informado da peça, furioso, ordenou que procurassem John vivo ou morto, de preferência com vida para ser executado.

John fugiu, Alcock e Jane o acompanharam e passaram a ser procurados.

-Tem alguma notícia dele? - perguntou Charles andando de um lado para o outro.

-Sim majestade. Ele foi visto em Shipside, acompanhado do criado e de uma prostituta.

-Primeiro o pai, depois a filha, agora o pai de novo! Querem me matar de procupação? - ergueu uma cadeira e a jogou com força numa mesa qualquer - Vamos. - ordenou.

Na tal cidade, John era um suposto "doutor", que criou um tipo de elixir para dor de cabeça, joelhos, rosto que não curava nada disso. Era uma farça pois, o tal produto era a urina de Alcock num frasco qualquer.

-Quantos frascos vendemos hoje? - perguntou John.

-Quinze meu senhor. - sorriu Alcock.

-Ótimo. Ficaria melhor ainda se Vívian estivesse aqui. - John tirou o capuz e a peruca que usava.

-Vívian está morta, sentada ao lado de Jesus Cristo. - disse Alcock ironizando.

-Sabe... - disse John olhando para Jane - Se Jesus Cristo realmente existe, ele poderia trazer Vívian de volta a vida. - sorriu.

-Argh! O senhor está delirando. - Alcock saiu da tenda onde estavam, furioso, ele culpa John pela morte da menina.

-Você acredita, Jane? - perguntou John esperançoso.

-Claro que acredito querido. - sorriu.

-Que bom, agora me deixe sozinho. - ela continuou olhando para ele - Saia logo, não me aborreça! - gritou.

Jane saiu, logo após a saída dela um barulho de carruagem, cavalos e homens armados foram ouvidos. Em seguida Jane entra correndo para a tenda.

-Não! Deixe-o em paz! - alguns homens a seguravam.

-Tirem ela daqui. - disse calmamente um dos oficiais do rei.

-Me larguem! Por favor, deixe ele em paz! - ela saiu chorando enquanto os homens a arrastavam para fora da tenda.

-John Wilmot, fique de joelhos perante sua Majestade, o rei Charles II. - o oficial coloca John bruscamente de joelhos e o monarca entra.

-Ora, ora Johnny. - disse o rei encarando o conde.

-Deseja vinho, Majestade? - disse a última palavra com desdém.

-Não obrigado. Afinal, o que você queria com isso tudo? Me prejudicar ainda mais? - Charles olhava calmamente para John.

-Você prejudica a si mesmo sem minha ajuda. O único prejudicado nessa história sou eu que não posso fornicar com uma meretriz qualquer pois estou sem dinheiro, já que vossa Majestade tirou a pensão que me dava, misera pensão. - furioso estava o conde.

-Você que se prejudicou meu caro. Eu disse para você ser o meu poeta e impressionar o imperador francês com suas palavras, mas você fez tudo ao contrário, me ridicularizou perante todos naquele teatro. - o rei suspirou - Eu poderia muito bem mandá-lo para a forca, executá-lo da pior forma possível. Mas, eu não posso. Eu o amo como um filho, sempre passei a mão na sua cabeça aturando todas as suas atitudes que desaprovo. Até em conde o transformei para responsabilidade você ter, mas foi em vão. Contudo, não posso me fazer de cego novamente, de hoje em diante eu irei ignorá-lo outra vez. - o rei outra vez suspira - Eu o condeno a ser você mesmo, pelo resto de sua vida e com as tristes lembranças dos maus tratos à Vívian. - o rei saiu da tenda acompanhado do seu oficial e os outros homens.

John o observou sair e começou a chorar.

Alguns meses mais tarde, o conde piorava, a mãe dele praticamente só esperava a morte do filho já que o rei havia lhe dado às costas pela segunda vez.

George foi visitá-lo junto do outro amigo, Charles. Ambos viram o quanto horrível o amigo estava e o sofrimento da mãe fez George contar para ela que Vívian está viva, mas que John não poderia saber disso.

Rose, ficou muito feliz e pediu que George a levasse até a neta.

-Isso é uma má ideia. Ela irá querer lhe matar. - disse Charles a George.

-Rose é a avó, ela me mataria se eu levasse John. Por mais que eu ame meu amigo e odeie a forma como tratou Vívian desde o nascimento, eu quero muito contar a ele sobre sua menininha de olhos esmeralda, que ela está viva, para acabar um pouco com o seu sofrimento. - ficou triste.

As incestuosas atividades de Maurice e Suzette eram constantes. Um dia, o Marquês precisou viajar para Vichy deixando a filha sob os cuidados de Antoine.

-Madame de la Tour, deixe-me descansar. É a quinta vez que fazemos amor, não me sinto disposto para a sexta vez. - dizia o médico enquanto Suzette o beijava com voracidade.

-Hm... Tudo bem, eu deixo você descansar, mas, só porque você foi um bom menino. - ela lhe deu um selinho.

-Merci madame. (Obrigado senhora.) - sorriu e se ajeitou na cama para descansar.

A viagem de Maurice foi muito longa, ficando dois anos fora do marquesado, tratando de negócios. Mas, quando ele voltou estava debilitado, os médicos o acompanharam em casa. Eles disseram a Suzette que seu pai estava com câncer nos rins e que não havia nada que podia fazer, pois seu estágio estava bem avançado.

Suzette, agora com dezenove anos, quase infartou com a notícia, o vinho era a bebida mais consumida por ela em quaisquer circunstâncias.

Em nenhum momento ela saiu de perto do pai, lia todas as suas histórias libertinas para fazê-lo sorrir, até mesmo no leito de morte.

-Suzette? - Maurice a chamou.

-Papa. (Papai.) - ficou perto dele.

-Sei que não irei durar por muito tempo. - Suzette iria protestar, mas ele a interrompeu - Oui, não vou durar, já sei do meu estado. Quero que faça uma coisa por mim, você pode fazer? - acariciou a face feminina.

-Oui papa. (Sim papai.) - sorriu.

-Aceite. - tirou o anel de marquês - Seja marquesa, cuide de tudo o que é meu, mon amour.

-Papa, não posso. Eu não sou a pessoa certa, isso requer uma pessoa experiente. Não posso aceitar.

-Aceite mon amour, confio apenas em você para cuidar do nosso marquesado, rejeitando o anel, você me rejeita, por favor aceite. - suplicou o marquês.

-Oui. Eu aceito. Mas que fique claro que o senhor fez chantagem emocional para que eu aceitasse. - o marquês sorriu e colocou o anel no dedo anelar da mão esquerda de Suzette.

-Agora você é Marquesa de Lacroix. - acariciou a face feminina novamente.

-Não vou decepcioná-lo.

-Eu sei que não vai. Peço que me perdõe por nós dois. - ela o interrompe.

-Não há o que perdoar, eu gostei da mesma forma que o senhor. - ela sorri maliciosamente para ele que retribui o mesmo sorriso.

-Suzette? - ele a chama novamente.

-Oui.

-Me beije da mesma forma que me beijou na primeira vez que fizemos amor. - pediu.

-Ordene-me.

-Me beije agora. - disse seriamente.

Suzette o beija calmamente e intensifica aos poucos, mas depois volta a beijá-lo sem pressa. O marquês toca em todas as partes que pode do corpo de Suzette e ela faz o mesmo com ele.

-Je vous aimerai toujours, Madame de la Tour, mon grand amour. (Eu sempre vou te amar, senhora de la Tour, meu grande amor.) - disse e faleceu nos braços da filha.

-Je vous aimerai toujours de me laisser l'appler perè. Reponse en paix, mon amour. ( Eu o amarei para sempre por ter me deixado chamá-lo de pai. Descanse em paz, meu amor.) - chorou e beijou a testa do pai.

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