Natal

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"De acordo com fontes seguras do nosso site, temos agora a certeza de que o rei e rainha dos Imobiliários dos Estados Unidos estão oficialmente no processo de divórcio, o casal Peter e Melina Belt não justificou a separação, mas deixa a entender que as brigas intensas já registradas foram a causa. O casal deixa três filhos: Eduard Belt, de 25 anos, Hanna Belt, de 15 anos, e a do meio, a muito falada empresária e também namorada do badaladíssimo cantor Cody Simpson, Diana Belt. Parece que Diana soube a notícia na ceia do dia de Ação de Graças, e deixou a casa dos pais assim que soube, e foi direto para a casa do namorado e sua família, também na cidade de Princeton, Diana não se pronunciou sobre o divórcio de seus pais, mas parece ser a mais abalada entre os filhos do casal."

- TMZ

Acreditei em Papai Noel até os onze anos de idade, eu era muito fiel ao bom velhinho, porque apesar de em quase todos os Natais Andy me dizer que ele não existia, todo Natal eu ficava esperando ansiosamente o meu presente de baixo da árvore. Até que um dia eu tive a grande ideia de ficar escondida esperando o Papai Noel entregar os presentes de Hanna e os meus, mas não foi aquilo que eu vi, eu vi minha mãe e meu pai colocando os presentes ao redor da árvore, aquilo me cortou de um jeito, mas um jeito terrível.

Meus pais haviam mentido pra mim, mentido descaradamente, por literalmente minha vida inteira, toda aquela crença havia sido uma mentira.

E era assim que eu estava me sentindo naquele momento, me sentindo traída pelos meus pais por não me contarem novamente.

Lembro que quando entrei no quarto chorando Andy estava acordado, me abraçou e disse "Viu, viu porque eu ficava te dizendo, não queria que você descobrisse assim e ficasse chateada desse jeito".

Mas Andy não havia me dito nada dessa vez, nem uma única palavra, nem tentado me contar, nem ele nem muito menos Hanna.

E era isso que me deixava mais chateada.

P.O.V Diana Belt
24/12/2015
Sábado
Às 11:00 A.M
Nova Jersey, Princeton...


- Eu não vou!
Eu dizia para Cody.

- Diana, hoje é véspera de Natal, não acha que seus pais merecem um pouco de compaixão?
Cody insistia.

Fazia quase um mês que eu havia deixado a minha casa, um mês que não havia nem falado com meus pais, mesmo estando quase no mesmo bairro que eles. Logo depois que eu recebi a notícia de que todos que eu mais prezava estavam mentindo para mim, saí de casa correndo, e fui direto para a casa do Cody.

- Não! Não acho, eles não tiveram compaixão comigo, por que eu deveria ter com eles? É a lei do retorno.
Eu exclamava e cruzava os braços.

- É a lei do retorno, e toda essa repugnância pela sua família vai acabar voltando para você também!

- Ótimo, não é como se pudesse ficar pior.

- Diana, você já falou com seus irmãos, o que custa falar com seus pais também? Ponha se no lugar deles, como acha que eles iriam te contar uma coisa dessas? Ainda mais com você morando a quase 100 quilômetros de distância?

- Não sei. Como seus pais te disseram?

- Com minha mãe pegando meu pai com outra mulher na nossa própria casa!

Cody estava tentando me convencer a falar com meus pais desde o começo da semana e eu estava sendo grossa com ele desde o começo da semana. Ele tinha entendido que eu precisava de tempo, mas eu já estava a mais de um mês naquele regime de silêncio, e já era demais.

Eu estava sendo tão rude com Cody esses dias, que não havia percebido que tinha tocado uma ferida aberta dele de sua infância, a separação de seus pais. Cody era meio sentido com aquilo, não era um assunto que trazíamos muito a tona no nosso relacionamento, mas eu sabia uns pedaços soltos da história. Um dia Angie havia pegado o pai de Cody traindo ela, e quase no mesmo instante ela foi ao um advogado pedir o divórcio.

- Ah, Cody, me desculpe. Eu sou uma idiota, eu não me dei conta do que estava dizendo. Me desculpe.
Fui até ele e o abracei e o beijei, como um pedido de desculpas.

- Tudo bem, entendo você, mas precisa me prometer que vai falar pelo menos com sua mãe hoje. Você já perdoou Ian e seus irmãos o que custa perdoar ela também?
Cody responde olhando nos meus olhos.

Era verdade, eu tinha perdoado meus irmãos e Ian por terem me ocultado aquilo, mas meus pais, por alguma razão aquilo era praticamente impossível de se fazer.

- Tudo bem, eu vou. Hoje, depois do almoço, mas você vai comigo.

...

- Diana, Cody! Ainda bem que vocês vieram! Veio para falar com a mamãe, né?
Hanna que atende a porta da casa.

- Bem, sim, ela veio tentar.
Cody responde por mim, vendo que eu estava meio sem palavras.

- Ótimo, entrem, eu vou chamar ela. Sabe ela anda meio maluca desde aquele dia.
Hanna sai falando sozinha enquanto sentamos no sofá da sala.

- Será que vai dar tudo certo?
Pergunto a Cody.

- Vai sim, confia em mim.
Ele aperta minha mão e eu observo minha mãe descer as escadas.

- Fofinha!
Minha mãe me abraçou.

- Mamãe, mamãe, vai com calma. Estou aqui para conversar.
Eu esclareço e ela se afasta de mim.

- Bem, eu vou dar licença a vocês.
Cody diz se levantando.

- Obrigada, Cody, querido. Obrigada por ter trazido e cuidado de Diana nesse tempo, não sei o que vou fazer para agradecer você e Andie.
Minha mãe fala com Cody.

- Não fiz nada mais que minha obrigação, Senhora Belt. Agora tenho que ir, prometi ao seu irmão que mostraria para ele o carro.
Cody diz e me da um selinho de despedida.

- Minha filha, você tem que me contar como vocês dois se desenrolam, porque parece que foi ontem que eu via vocês dois quase se matando nesse jardim mesmo.
Minha mãe diz quando vê Cody fechando a porta.

- Sim, mãe. Mas antes precisamos esclarecer outro assunto, o porquê da senhora ter mentido para mim.

- Ah, Diana, eu tenho tanta coisa para te explicar.

- Então se explique mamãe.

- É tanta coisa que eu não sei nem por onde começar. Bem, eu e seu pai decidimos nos separar no verão, mas como o processo de separação é muito demorado decidimos que eu deveria ficar aqui em casa até os papéis de divórcio ser assinado, para que a imprensa não descobrisse tão rápido. Eu contei para seus irmãos assim que as coisas começaram a acontecer, mas eu não achei que iria ser conveniente te dar uma notícia dessas por telefone, que eu iria até Nova Iorque para te contar quando as coisas tivessem mais calmas, mas quando você disse que viria para cá no final de ano, era a oportunidade perfeita. Eu iria te contar Diana, eu juro que iria, depois do jantar, eu já tinha planejado tudo, o que eu iria te falar, tudo mesmo. Mas então Hanna falou tudo antes de mim.
Minha mãe explicou e eu via lágrimas saindo dos olhos dela.

- Mamãe, está bem, eu te entendi agora. Não precisa chorar, eu te entendi, ok?
Eu abraçava minha mãe.

- Oh, isso é ótimo fofinha. Além de ótimo. E-eu vou preparar para nós um chocolate quente, então você pode me contar sobre a história de amor de vocês pombinhos, Cody e você. Espere só um segundo.

Por uma estranha sensação, senti que aquilo era um milagre de natal.

Ain't Your Mama Onde histórias criam vida. Descubra agora