Drag Queen

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P.O.V Diana Belt
03/06/2015
Quarta-feira
Às 8:00 A.M
New York, Manhattan...


- Alô?
Atendo meu celular.

- Diana? Onde você está?
Ouço a voz do Cody do outro lado da linha.

Não posso acreditar que estou esperando esse irresponsável no estúdio há uma hora, não se preocupa nem com a própria carreira.

- Cody? Onde é que VOCÊ está?! Estou te esperando tem mais de uma hora no estúdio e você não aparece.
Me exalto no telefone e grito pouquinho.

- Eu realmente acordei um pouco tarde. Não precisa esculachar. Mas eu cheguei faz uns 15 minutos.

- E por que raios você não subiu?

- Tem um monte de fãs aqui e eu não consigo passar, estou estacionado dois quarteirões antes.

- Espera, estou indo aí.
Desligo o telefone e saio do estúdio levando três seguranças comigo.

Tentamos ir de elevador, só que estava demorando muito então resolvemos ir de escada. Aquilo estava acabando com os meus saltos novinhos, e com meu físico avantajado.

Alcançamos a porta e a abrimos.

C-A-R-A-L-H-O.

Como eu vou fazer para o loiro passar por tudo aquilo de gente? Onde eu fui amarrar meu bode senhor?

Ok, pensa, pensa.

- Senhores, por favor. Não deixem essas pessoas ultrapassarem a porta da gravadora. Se precisarem chamem mais seguranças, eu só vou dar um pulinho ali e já volto.
Eu digo e os seguranças assentem.

Caminho uns cinco minutos e avisto a carro de Cody, caminho até ele e bato na janela.

- Sai de dentro do carro e me segue com a cabeça mais abaixada possível.

Ele faz o que eu mando e me segue até uma rua escura.

- Pode levantar a cabeça. Tira esse capuz. Senhor, você estava parecendo um traficante fugindo da polícia daquele jeito.

- Ha Ha, eu estou rindo tanto. Por que me trouxe para esse beco? Está pretendendo abusar do meu corpo? Olho vindo de você eu posso até aceitar.

- Pare com essas gracinhas. Trouxe-te aqui porque não tem a mínima condição de passar pela porta da gravadora. Eu tenho um plano, mas vai ser um pouco desconfortável para você.

- Quão desconfortável?

***

- Você não me disse que teria de me vestir de mulher!

Cody esperneava. Não sei do que ele está reclamando, ele até que ficou uma mulher atraente.

- Eu disse que seria desconfortável.

Defendi-me.

- Não há esse ponto.

- Pare de reclamar, nem ficou tão ruim assim. Você poderia ter ficado uma baranga, pense nos lados positivos.

- Que lados positivos?

- Bom, quem sabe, no futuro. Você poderia virar uma Drag Queen. Eu continuaria sendo sua agente se isso acontecesse, acho que a sua aparência iria agradar muitos homens.

Falo enquanto arrumo sua peruca para o lado certo depois passando gloss. rosa em seus lábios.

- Tá me estranhando, Diana?

Um riso escapa dos meus lábios e vira uma grande gargalhada.

- Nunca faria isso. Mas...

Começo a rir de novo.

- Mas, o que?

- Mas nada, Cody. Você tem que ir, agora.

Cody estava com um dos vestidos de Kitty, que ela havia esquecida na minha casa, ele era rosa, rodado e como Kitty é bem mais baixa que Cody, o vestido ficou extremamente curto. As sapatilhas brancas com brilho eram minhas, era o único número 42 que eu tinha. Vieram de uma tia que errou feio no meu calçado (37, diga-se de passagem).

Sua peruca era morena e cacheada. A maquiagem não era tão necessária assim, mas queria o fazer sofrer um pouquinho. Com os óculos de sol e o lenço na boca, o look do dia de Cody Simpson estava completo.

Só para tirar sarro, peguei meu celular e tirei uma foto.

- Ei! Se isso cair na internet eu te mato!

Ele tenta pegar o celular da minha mão, mas não consegue.

- Foi mau. É que o Ian não iria acreditar se eu não tirasse uma foto.

Começo a rir novamente e guardo o celular.

- Vai mandar isso para o Ian?!

- Não, vou mostrar quando ele chegar a casa. Seria muito provável que essa foto voasse do meu celular direto para sites de fofocas se eu enviasse para ele. E isso é o que menos precisamos no meio de uma gravação de disco.

- Nossa muito melhor.

Ele diz em tom completamente irônico.

- Por que tem tanto medo? O Ian vai deixar de ser a mulher da relação de vocês se ele vir isso?

- É claro amiga, ele é tudo para mim.

Ele faz uma voz fina e joga os "cabelos" para trás.

- Ok, tudo bem. Eu aceito o amor de todas as formas. Só não tenho tempo de ouvir todas as suas aventuras com o Ian, precisamos ir. Preste atenção, você vai entrar pela porta dos fundos da gravadora, tem um segurança te esperando lá.

- Espera, ele vai me ver assim?

- Meu Deus, Cody! Eu peço completa descrição, se você quiser, mas você precisa ir. AGORA.

- Tudo bem, tudo bem. Miss Stress. Já estou indo.

Se meu plano não der certo, eu não me chamo Diana Belt.

Depois que o Cody saiu, eu liguei para a gravadora dizendo que ele já estava indo, e pedia para que eles mantivessem completa descrição sobre como Cody chegaria lá.

Preciso de café, sempre que estou estressada, um bom café sem açúcar me acalma.

Entro em um táxi em peço para ele ir até o endereço da gravadora, só que peço para ele parar um pouquinho antes, não quero chamar a atenção para a porta dos fundos.

Entro na gravadora e rezo para que não tenha nenhum repórter ou fã maluca ali. Pego o elevador de serviço e alcanço a sal em que iríamos gravar.

É, até que para um dia que tive que transformar um cara praticamente em uma Drag Queen, tudo correu bem no final.

Ok, tivemos alguns probleminhas no caminho? Sim.

Eu acho que deixei Cody traumatizado para o resto da vida? Talvez.

Ele pode estar chorando e ouvindo Lana Del Rey e ficar na Bad para sempre? Provavelmente.

Mas nada que não se resolva com uma pizza, um balde de Nutella com morangos ou três lanches do Mc Donald's.

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