Problemas de Família

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"Cody Simpson não está mais entre nós nova iorquinos. Fontes seguras confirmaram que ele deixou sua residência em Nova Iorque com sua namorada, a agente publicitária Diana Belt, para passar as festas de fim de ano com sua família na cidade de Princeton, o casal leva dois amigos: Ian Dawson, herdeiro da empresa de peças automobilísticas Dawson, e Ruby Dornan, amiga também antiga do casal de profissão desconhecida."

- Page Six

Família é uma coisa que não se escolhe, as pessoas diziam.

É verdade, família não se escolhe você simplesmente é criado ali, naquele lugar, sem ninguém te perguntar se você está feliz ali, ou se queria estar ali, simplesmente tem que estar ali.

Era assim que eu observava a minha família, um lugar que eu teria que ficar, até conseguir um melhor, pessoas que eu teria que aguentar, até ter independência suficiente para conseguir sair dali.

Não me leve a mal, eu amo minha família, mas havia algumas coisas sobre a minha casa que não me agradavam nem um pouquinho.

Para a cidade inteira éramos os Belt, a família perfeita. Mas não era nada disso que eu enxergava, os membros da minha família eram incrivelmente imperfeitos.

A família começava com meu pai, Peter Belt, ele vinha de uma grande linhagem de homens ingleses rígidos, então, ele nunca fora muito amoroso comigo, ou com nenhum dos meus irmãos, ele nunca foi o exemplo de pai, é claro, nunca deixou nada faltar em casa, financeiramente falando, mas em relação a carinho e amor, ele sempre estava em falta, ele foi a razão principal que me levou sair de casa tão cedo.

Minha mãe era outra história completamente diferente, Melina Belt era a melhor mãe do mundo, parece clichê, mas é verdade, mamãe sempre foi muito amorosa e presente, ela abandonou seu próprio negócio para cuidar de seus três filhos (o que nunca entrava na minha cabeça, mas fazer o que né), mamãe era o contrário de meu pai, mas ela era uma das qual mais sofria na mão dele, não que ele batia nela ou algo do tipo, ele nunca foi covarde a esse ponto, mas as brigas no relacionamento deles era constante, desde que eu era pequena.

Dentre esse relacionamento nasceram três filhos, exatamente, eu tenho dois irmãos, uma surpresa não é?

O mais velho era Eduard Belt, ele é dois anos mais velho que eu, mas ninguém o chamava assim, na intimidade o chamávamos só de Andy. Andy era o filho modelo, se formou no colégio e na faculdade com honras, e trabalhava gerenciando os negócios do nosso pai. Andy era parâmetro de comparação nas minhas brigas com meu pai, "Andy já vendeu sua primeira casa, Andy já está gerenciando tudo na imobiliária e blá blá blá blá...". Eu não tinha raiva de Andy por isso, jamais, porque era aquilo que ele fazia, era o que ele sempre quis, era o que o deixava feliz, e quem sou eu para me meter na felicidade dos outros? Andy sempre ficava constrangido quando meu pai começava com esses papos, e sempre me defendia quando podia. Lembro-me de que quando ainda frequentávamos a escola juntos, ele se meteu em uma briga porque algum valentão tinha me chamado de baleia ou algo do tipo, e ele acabou com um olho roxo, mas o garoto que tinha me xingado tinha parado no hospital. Andy era um ótimo irmão.

A mais nova de todas era Hanna Belt, ela tinha 15 anos. Apesar de não ter convivido muito com ela, toda vez que a vejo sinto que ela está cada vez parecida comigo, ela é vegana, e é uma completa ativista animal, minha mãe disse que ela montou um clube na escola contra o uso de sapos na aula de anatomia, é claro que não funcionou muito, mas a intenção era ótima. Ela e meu pai tinham brigas constantes, nas vezes que eu falava com minha mãe no telefone, ela dizia que ter Hanna em casa era como ter uma mini eu de 15 anos andando pelo nosso quintal novamente.

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