chegada

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Quando chegamos, Lipe, que era a forma como Marcus o chamava, me tirou do carro me puxando pelo meu braço que estava dormente devido ao tempo que estava preso. Meu corpo inteiro doía naquele instante, não sei se pela posição na qual viajei ou pela tensão de estar em um lugar contra a minha vontade e sem nenhum meio de comunicação. Marcus jogou minha bolsa na estrada, quando chegou naquele sítio destruiu completamente meu celular o jogando em um lago que havia perto dali.
Lipe me colocou ajoelhada naquela terra fria e disse que eu poderia falar minhas últimas palavras tirando a mordaça da minha boca.
Eu comecei a chorar desesperadamente e só sabia implorar pra que eles não me matassem, que faria tudo que fosse preciso e me comportaria. Meus joelhos estavam sujos de terra e meu cabelo colava no meu rosto devido às lágrimas, minha saia preta também tinha sido suja e eu tremia de frio ou talvez desespero.
O lugar naquele momento parecia um cenário de um filme de terror. Havia uma casa velha não muito grande e um amplo espaço com muitas árvores,  um lago de cor escura e uma estrada de terra que levava até a rodovia. O sítio era completamente isolado, o silêncio chegava a ser incomodo, o lugar mais próximo com certeza estava a muitos quilômetros de distância.
Lipe não estava fazendo nada mais que uma brincadeira para me assustar quando me obrigou a ajoelhar no chão e me ameaçar, acho que ele sentia prazer no meu desespero, queria ver até onde eu chegava, queria me testar. Dava pra perceber nos olhos dele que o poder sobre aquela vida que algumas horas atrás era livre e que agora estava nas mãos dele o fazia sentir prazer, orgulho e os sentimentos mais desprezíveis que pude conhecer.
Depois de alguns minutos daquela brincadeira, quando eu não conseguia falar mais nada e tremia descontrolavelmente de medo implorando pra ele não fazer nada comigo ele se deu por satisfeito ao me ver completamente frágil a aquela loucura sádica.
Me ajudou a levantar e abriu a porta da casa. Marcus veio em seguida, vendo meu estado foi um pouco mais gentil. Disse que não fariam mal algum para mim e que era muito simples viver ali, só queriam uma companhia e que se eu os obedecesse não haveria problema algum. Aquilo que Lipe fez foi só uma brincadeira, segundo Marcus o irmão dele tinha um ótimo senso de humor e adorava brincar.
Ambos me levaram para um quarto escuro e sem janela e me deixaram lá sozinha.

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