Lipe

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Quando eu e meu irmão vimos aquela menina andando na rua distraidamente com os braços cruzados tentando se proteger do frio nem acreditamos. Afinal estava tudo perfeito, eram umas 4 horas da manhã e por esse fato não tinha ninguém na rua além de nós e ela. Primeiro pensamos que não seria tão fácil assim convencê-la de entrar no carro pois sabemos que as pessoas são conscientes, mas resolvemos tentar assim mesmo como a primeira opção. Para nossa surpresa não foi nem necessário insistir ou argumentar, ela caiu na nossa mentira facilmente, ela era leve, acreditava nas pessoas, sua inocência foi péssima pra ela mas ótima para nós.
Depois de um certo tempo ficou desconfiada, de certa maneira foi engraçado, acho que estava bêbada pois não tinha me visto, quando olhou pra traz e percebeu que estava no carro com dois homens desconhecidos pareceu retornar a consciência pois olhou pra mim com uma cara assustada. Porém já era tarde demais para tentar qualquer coisa, seria inviável escapar, não tínhamos pensado em tudo, mas era fácil domina-la naquela situação.
Ela tentou fugir como era esperado, mas obviamente não chegou nem perto de conseguir, fiz questão de usar a força, não que fosse necessário mas achei divertido aquilo, queria ver a reação de desespero e insegurança dela.
Nesses dias que está aqui fizemos questão de fazer ela sentir medo de nós. Ela acredita que somos loucos, mas isso é só um jogo divertido. Meu irmão as vezes acha que eu passo dos limites, mas não vá me dizer que se você tivesse liberdade para fazer tudo com o outro sem nenhuma repreensão exterior não faria? Não sejam hipócritas, a vida lá fora é muito sem graça, e além do mais eu nunca faria algo que machucasse alguem de verdade pois tenho senso, sei do limite das pessoas tanto emocional quanto físico, afinal de contas gosto dessas relações, são fáceis, você brinca com a pessoa e ela acredita, é possível molda-las e ao final de algumas semanas elas fazem exatamente o que você quer.
Marcus ficou bravo que ela tenha tentado fugir, já eu tinha isso como uma coisa óbvia, é a primeira reação da pessoa, ainda mais no pânico que ela estava mas é necessário ensinar que a pessoa não pode fazer aquilo novamente de forma severa, aliás pelas reações dela acho que aprendeu.
No dia que tentou fugir, de forma grotesca inclusive rs, tive que frear a reação do meu irmão, ele perdeu totalmente a noção e quase quebrou as costelas dela, não tive pena porque ela que buscou isso mas precisei defende-la, mesmo que de forma imperceptível por ela mesma. Marcus tem que aprender que as coisas são na medida certa, conversei com ele e expliquei que ela não iria aguentar se tivesse continuado, ele entendeu mas ainda está com raiva.
Vejo que Sofia está no seu limite, pelo seu corpo percebe-se vários ematomas roxos e outro dia quando Marcus à levantou de forma bruta para brigar ela olhou assustada pra mim, mas eu não pude fazer nada, ele estava certo. Percebi que no momento que ele encostou nela ela se contorceu de dor, mas não disse nada.
Acho que Sofia aprendeu a se comportar da maneira que queremos, na minha opinião no estado que ela está não fará nada que me desagrade, até porque não tem força para isso e está nitidamente abalada fisica e psicológicamente.
Já reparei que Sofia é orgulhosa, então muitas vezes não lhe dou nada só para ver até onde ela chega, pra ter o prazer de vê-la com vergonha de pedir algo e tendo que passar por cima de si mesma só pra conseguir algo trivial como água por exemplo.
Ontem não me chamou, então decidi levar comida assim mesmo, quando cheguei no quarto vi que ela estava chorando, Marcus tinha estado lá e não sei o que ele fez. Tentei ignora-la mas fiquei realmente preocupado porque ela estava quieta. Quando cheguei perto ela segurou o meu braço, disse que nunca mais faria nada que eu e Marcus não aprovasse.
Penso que realmente esteja no seu limite para ter tido essa reação, então irei conversar com meu irmão para mudarmos o tratamento com Sofia.

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