reflexões

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Estou arrependida, como fui burra. Ao tentar fugir tudo que ganhei foi o desprezo deles, preciso recuperar a confiança, sinto que estão com um ódio mortal de mim e isso é perigoso. De alguma maneira esse lugar escuro e silencioso me faz encontrar comigo mesma, com meu próprio eu, a ausência do barulho explícita o vazio da minha alma, conviver consigo mesma sem máscaras torna-se incômodo pois aqui os equívocos que cometi durante a vida ficam evidentes. O tempo nesse lugar deixa escancarado meus medos que se escondiam no cotidiano da vida urbana, das relações rasas e sem propósito. Ficar em convívio consigo mesmo é um dos maiores desafios do ser humano, pois somos capazes de ver a fraqueza alheia, mas evitamos a qualquer custo reconhecer a nossa própria, talvez porque saibamos a impossibilidade de mudança ou porque existem feridas que preferimos esconder como única forma de defesa para suportar aquela dor que não é vista mas sim sentida pela própria alma do indivíduo.
Preciso manter a calma, esses homens não devem ser tão ruins assim, afinal acredito na possibilidade de mudança, só tenho que encontrar alguma coisa que faça eles perceberem que também sou humana. Não posso ter medo, mas a forma que me tratam me faz acreditar que realmente não mereço nada além do que me é dado, se eu não tivesse desobedecido eles talvez estaria melhor. Me sinto um lixo tendo que depender deles, na verdade mesmo em liberdade sempre me senti assim. Pelo menos eles são sinceros comigo e não fazem questão de mentir pra mim e fingir que gostam.
Estou com tantos pensamentos desconexos e aleatórios.
Queria ficar bem, queria que eles gostassem de mim, que não me tratassem assim, afinal eu não sou tão ruim.
Mas o que esperavam que eu fizesse ? Acho que estou certa sim de ter tentado fugir e eles não vão me convencer do contrário, não irei mais ter medo deles, são só dois homens perdidos, posso supera-los.

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