adaptação

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Passei dias naquele quarto no qual a solidão se mostrava minha maior companhia, algumas vezes Marcus aparecia para me alimentar, mas na grande maioria do tempo quem marcava sua presença com seus passos ocos era Lipe.
Depois de certo tempo, não sei dizer ao certo, meus braços ficaram dormentes por estarem impossibilitados de quase qualquer movimento, sentia meu corpo ficando cada vez mais frágil e indefeso e me impressionava como em um espaço tão curto de tempo eu tinha me deixado deteriorar tanto.
Na terceira vez que Lipe entrou no quarto não falou nada, só me pegou ríspidamente pelo braço me jogou no banheiro próximo ao quarto. Eu pedi para que ele me soltasse,mas logo percebi que não era um bom momento.

-Cala a sua boca, tá me entendendo? Você não fala comigo sem minha permissão, ouviu?

Nem me dei ao trabalho de responde - lo vendo o seu estado. Então ele ligou o chuveiro e me deu banho silenciosamente. Depois me levou ao quarto e percebendo que meus pulsos realmente estavam machucados, me desamarrou e trancou o quarto.
Fiquei pensando no motivo de sua fúria, será que teria brigado com Marcus? Intuitivamente pensai que talvez essa fosse uma boa hora para tentar sair desse pesadelo.
Fiquei em silêncio tentando escutar alguma coisa, mas não havia nada. A luz entrava pelas frestas da porta, seria um bom horário para fuga. Mas infelizmente sabia que eu não conseguiria abrir aquela porta, era uma realidade cruel, mas eu tinha que aceita - lá para poder pensar em um plano.
No dia seguinte Marcus entrou no quarto e me tratou de forma amigável, até perguntou se eu estava bem, como se isso fosse possível.
Então eu retribui seu tratamento gentil, claro que com a pretensão de engana - lo.
Então, depois de ter deixado um prato de comida pra mim ele fechou a porta e foi embora

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