Fractais do Passado

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ANASTÁSIA STEELE

Encaro a Dra. Hope novamente e me vejo com três anos, correndo por uma casa simples enquanto minha mãe me persegue... Ela. Como eu não me lembrei disso antes? Era ela esse tempo todo? Viro-me para encarar Kate e seu olhar está apavorado. Mas é claro que ela sabia, ela conhecia minha mãe, e ela não me contou isso!

Kate rapidamente senta ao meu lado e segura minhas mãos me impedindo de levantar.

—Não. —Ela diz num sussurro. —Eu não te contei porque pensaria que você iria reconhecer sua mãe.

—Ela sabe? —Pergunto controlando as lágrimas.

—Não. Ela não te reconheceu, também, quinze anos se passaram.

—Kate. Eu quero ir embora, por favor, eu não posso lidar com isso. Ele também.

—Eu sei, eu não imaginava que os dois estivessem juntos, muito menos que ela fosse irmã da Grace, foi loucura, mas eu não sabia disso tudo.

—Ela se lembra de você ou do Ethan?

—Não.

—Eu quero ir embora.

—Calma. Eles vão estranhar se você sair.

—Kate, por favor...

—Ana... Está tudo bem? —Grace pergunta e todos se viram para nos olhar.

—Não. —Digo me levantando e as lágrimas começam a cair sem que eu possa controlar. —Eu realmente preciso me retirar, desculpe, por favor.

Pego minha bolsa e na hora que faço isso acabo abrindo-a e todos meus materiais caem no chão, assim como o distintivo que o Detetive Bout me deu quando me deixou no orfanato. Ele se abaixa ao ver o distintivo e o pega. Meu coração acelera quando ele me olha com incredulidade. Pego meus cadernos e os coloco na bolsa e sai correndo em direção a saída. Chego a porta e abro-a correndo para fora, passo pelos portões e começo a correr pelas ruas.

Não... Não! Não pode ser. É loucura. Eu... Eu não sei o que dizer. Droga! Droga!

Paro no meio da calçada sem saber para onde ir. Coloco a mão sobre a testa e começo a chorar. Olho para os lados e vejo que não sei onde estou. Merda duas vezes!

Sento-me no meio-fio e abraço meus joelhos, abaixo a cabeça e começo a soluçar.

Eu nem sei porque estou chorando. Deveria ser ótimo reencontrar minha mãe, se ela ao menos soubesse quem eu sou.

Fico por horas sentada no chão e vejo que já é noite, mas não sinto vontade de ir embora, nem de levantar. Acho que eu não estou pronta para enfrentar isso. Não sem o Christian ao meu lado.

Algo clareia meu rosto e eu levanto a cabeça vendo um carro parar, aperto os olhos algumas vezes e sinto meu coração disparar quando vejo Christian descendo do carro.

—Christian... —Sussurro me levantando.

—Ana. —Ele suspira aliviado e corre para me abraçar. —Meu Deus, garota, onde você se meteu?

—Me desculpe, por favor. —Digo chorando contra seu peito. —Eu não sabia que você gostava de mim, não daquele jeito. Eu pensei...

Sou interrompida por seus lábios. Gemo em surpresa e isso dá passagem para sua língua. Christian invade minha boca sem a menor cerimônia. Apalpo sua língua com a minha de forma tímida. Minhas mãos vão para seus cabelos e eu começo a puxá-los em fervor. Deus! Acho que depois de provar esse beijo eu não vou querer outro. Suas mãos passeiam pelo meu corpo e ele me aperta. Afasto-me sem fôlego e as lágrimas caem ainda mais.

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