Best Friends

Melhores Amigos... ou não

DIAS ATUAIS...

 

ANASTÁSIA STEELE

Abro os olhos lentamente e sinto todo meu corpo doer, olho em volta vendo as paredes brancas. Ah, hospital! Um flash percorre minha cabeça e eu lembro porque estou aqui. Olho novamente em volta e vejo August e Kate dormindo juntos em um sofá perto da porta, sinto algo pesar sobre mim e vejo Christian. Ele está sentado ao lado da cama, sua cabeça está baixa e seus braços cruzados repousando minhas minha barriga.

Levanto a mão e gemo de frustração ao ver a intravenosa em meu braço, afasto os pensamentos e levo minha mão aos cabelos de Christian, ele levanta a cabeça e me olha. Seus olhos aparentam cansaço, mas ele sorri para mim fazendo-me sorrir também.

—Acordou dorminhoca? —Ele diz sorrindo e beija minha mão.

—Chris... O que houve?

—Você não se lembra?

—Sim. Meu pai. Arma. Tiro. Hospital.

—Ele foi preso...

—Mesmo? —Pergunto aliviada.

—Sim. —Christian suspira. —Seus irmãos quase morreram desde segunda.

—Quem dia é hoje?

—Quarta.

—E dormi todo esse tempo?

—Sim. Por causa da cirurgia.

—Hmm. Como está o August?

—Querendo te bater.

—Ana?

Viro-me e vejo August e Kate acordados. Kate começa a chorar e corre para me abraçar. August se aproxima e me abraça também.

—Qual é mesmo o seu problema? —August grita e eu encolho os ombros.

—Você... Lembra quando eu tinha uns... Dez anos? —Pergunto e ele me encara. —Você me salvou de ser atropelada, e disse que daria sua vida por mim... Eu também dou a minha por você.

—ah, Ana. —August me abraça novamente e beija o topo da minha cabeça. —Eu te amo tanto.

—Ana, por favor, sem mais atos heroicos, ok? —Kate pede e eu balanço a cabeça. —Você fez o Christian correr mais de dois quilômetros te carregando.

—O que? —Olho para Christian e ele encolhe os ombros.

—O transito fechou, se eu demorasse mais você iria morrer.

—Christian, você louco. —Digo incrédula. —Mas é meu melhor amigo, obrigada... Eu amo você Christian.

Christian sorri de canto e me puxa para um abraço. Pela primeira vez sinto meu corpo todo tremer com seu abraço. Meu coração está disparado. E eu acho que tem borboletas no meu estomago, mas... Não. Não. Ele é louco, e eu o amo... Como amigo... Certo? Errado. Diz minha inconsciência.

—E eu amo você Ana. —Christian sussurra.

Agora ferrou tudo.

Sinto algo invadir meu peito e me assusto com a intensidade disso. Quando Christian me solta eu sinto o medo me invadir. Eu não quero que ele me solte, quero que ele continue me abraçando. Agora eu percebo o quanto preciso disso. O quanto preciso dele.

—Com licença. —Viro para a porta e vejo uma mulher.

Acho que ela deve ser a médica. A mulher aparenta ter uns quarenta anos. Tem cabelos loiros e olhos castanhos bem claros.