2018, 25 de Dezembro
Encolho meus ombros e dou um passo para trás, quando as duas crianças de cabelos acobreados e olhos azuis passam correndo pela cozinha, assustando-me. Eu tinha quase certeza que Teddy e Phoebe seriam agitados assim, graças a toda a bagunça que faziam na minha barriga e agora, com cinco anos, os dois superam completamente a minha expectativa, eles são dois pestinhas!
— Não, Teddy, não faça isso — ouço Rosalie gritar da sala, fazendo-me suspirar. — Mamãe, eu vou matar o Teddy!
— Mamãe, a Phoebe está rasgando minhas coisas — Eddy grita.
Filhos... eu vou enlouquecer!
Coloco a bandeja de biscoitos em cima da mesa e corro até a sala, a cena me irrita ainda mais! Rosalie está empurrando Teddy enquanto ele tenta pegar os enfeites da árvore e Eddy está tentando salvar seus desenhos enquanto Phoebe tenta pegá-la.
— Já chega — falo firme, minha voz ecoa por toda a sala e todos param. — Phoebe e Theodore, já chega!
— Nós estamos apenas brincando, mamãe... — Phoebe sussurra envergonhada.
— Não estava sendo engraçado para seus irmãos, peçam desculpas.
— Desculpe — os dois sussurram, ao mesmo tempo, envergonhados.
— Desculpe, Rosalie — Teddy sussurra abraçando a irmã. — Não vou mais mexer na árvore.
— E eu não vou mexer nos seus desenhos, Eddy — Phoebe diz, encolhendo os ombros.
— Rosie, Edward, por que não deixam seus irmãos ajudarem vocês com essas coisas?
— Porque eles são monstrinhos — Rosalie fala, revirando os olhos.
— Não revire os olhos para a sua mãe, garotinha.
Meu coração acelera ao ouvir a voz de Christian e tanto eu, quanto as crianças, giramos as cabeças para encontra-lo parado a porta, com um sorriso doce no rosto e um olhar sério. As crianças gritam e correm para os braços do pai que os recebe com alegria, deixando a seriedade de lado, balanço a cabeça rindo e cruzo meus braços.
— Eu tenho uma surpresa para vocês — Christian diz, sorrindo amplamente. — Nós temos que sair agora.
— Sair? Querido, é véspera de natal.
— É, eu sei, mas nós precisamos ir.
— Christian...
— Vamos lá, confiem em mim — pede, então encara as crianças. — Vão colocar os casacos.
Os quatro nem hesitam, balançam as cabeças e correm para fora da sala, Christian sorri nesse momento e se aproxima, ele me dá um abraço apertado e eu fecho os olhos, podendo descansar por alguns segundos. Jamais imaginei que estaríamos aqui algum dia, mas aqui estamos. Casados, com quatro filhos, duas empresas e uma rotina absurda! Queria que nossa família estivesse reunida hoje, mas minhas mães e meus pais estão viajando, Mia e Ethan ainda estão em paris e Kate e Elliot estão atarefados, é o pior natal de todos.
— O que foi, querida? — Christian segura meu queixo e eu lhe encaro, suspirando. — O que houve?
— Queria que nossa família estivesse aqui hoje.
— Eu sei, sinto muito.
Balanço a cabeça apenas e sorrio quando as crianças voltam a sala, com seus casacos e tocas colocadas, então Christian me encara.
— Vamos lá, eu tenho uma surpresa para vocês.
— Isso está me preocupando.
— Ainda nem começou, coloque isso.
Christian tira uma venda de cetim ameixa do bolso e eu balanço a cabeça, rindo sem entender. Ele se aproxima e cobre meus olhos e logo tudo fica escura e eu deixo ele me guiar, primeiro até o carro, depois o ouço bater à porta, ajeitar as crianças, logo estamos andando. Ficamos um bom tempo no carro e eu fico mais preocupada e ansiosa, mas em algum momento, sei que estamos chegando na praia, posso sentir o cheiro do mar e da areia.
Quando Christian estaciona o carro, ele desce e minutos depois – de provavelmente ter ajudado as crianças – ele me ajuda a sair do carro.
— Você está me assustando — murmuro e ele apenas ri. — Quando vou poder tirar isso?
— Em breve...
Quero revirar os olhos, mas não consigo, e tudo o que me resta é deixar que ele me guie, sei que estamos na nossa casa, mas assim que entramos sinto um cheiro maravilhoso de tantas coisas e não consigo reconhecer o que é ao certo, mas parece as comidas das minhas mães. De fundo, há uma música calma tocando e é exatamente o tipo de música que Bolt escolheria, é horrível! Christian continua me guiando e logo ouço ele abrir uma porta, depois escuto o barulho do mar e isso me acalma por inteiro, então ele tira minha venda e meus olhos marejam ao ver toda nossa família aqui, meus pais, meus sogros, meus irmãos e cunhados... todos.
Meus filhos e sobrinhos estão correndo na beira do mar, brincando e gritando e a nossa família está sentada mais a frente, conversando e me olhando. Não acredito! Viro-me rapidamente para Christina e ele sorri, orgulhoso.
— Como?
— Eu consegui trazê-los, não foi fácil, mas consegui.
— Ah, meu Deus! Christian, obrigada.
— Tudo por você, querida. Eu amo você, Anastásia.
— E eu amo você, Christian, para sempre.
— É, eu sei, agora, vamos lá viver uma aventura de natal com a nossa família — murmura me fazendo gargalhar. — Feliz Natal, Ana.
— Feliz Natal, Christian.
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Best Friends
Hayran KurguAnastásia 4 anos, Christian 8 anos, Mia 10 anos, Ethan 12 anos, Katherine 14 anos Elliot 16 anos Seis crianças que tiveram a infância marcada, depois de recolhidos, alguns por abandono, outros por agressão, e alguns por passados desconhecidos. Ao se...