chapter 1

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Já tinha passado algum tempo desde a descoberta da rainha sobre o que aconteceu com seu filho e isso a deixou sem chão, mas o rei não sabia sobre aquilo, então mantinha suas atividades ativas. Os compromissos foram retomados há pouco tempo, logo após sua recuperação.

-Eu não acredito que meu filho, um rei tão jovem não poderá gerar filhos. Eu não compreendo como o Senhor fez isso para nossa família. -A rainha mãe dizia para o seu servo fiel, que lhe ajudava e guardava seus piores segredos.

-Também não compreendo minha rainha. -Ele falou, mas percebendo o olhar da rainha e já sentindo que sua senhora está pensando algo sobre aquilo. -Mas percebo que a senhora esta tramando algo. Estou correto?

-Corretíssima. Não quero meu reino desmoronando por causa disso, então já tenho algo em mente. -Ela virou da janela para o homem. -Vou fazer uma visitinha ao subsolo, vem comigo?


-Espero que essa visita não esteja em seu plano.

-Meu caro, tudo que eu faço é cuidadosamente calculado. -Ela anda pelo quarto e vai até a porta virando novamente para o homem e dizendo. -Irá comigo ou não?

-Claro que sim, minha senhora. Não a deixarei sozinha com aquela aberração.

Eles saíram do quarto e seguiram o rumo do subsolo. Em outro lugar do palácio estava o rei e sua esposa conversando, porem já se tornando uma discussão.

-Você não se deve se intrometendo em meus negócios e no meu reino. -Ele disse, colocando suas vestes e equipamentos.

-Até onde eu sei, o reino pertence a nós dois. Somos reis dele e eu tenho o direito sobre ele, Ian, mas você me trata como se fosse uma ignorante sem poderes. Fui ensinada para reinar.

-Mas eu não preciso da sua ajuda, sei muito bem cuidar de minhas coisas. Você só serve para me gerar filhos, nada mais. Então não faça e nem fale mais nada de como eu dirijo meu reino. -Depois daquelas palavras, ele logo saiu do quarto, batendo a porta.

Para quem via aquela cena de discussão, nem pensaria que minutos antes estavam na cama, entre gemido, soltados mais pelo rei do que pela moça, que agora era rainha. Não pareciam dois recém-casados, mas pareciam dois estranhos que cumprem ordens de gerar filhos.
Os corpos não tinham nenhuma conexão ou sentimento um pelo outro. Pelo rei era somente um corpo bonito que geraria aquilo que ele queria e para a jovem rainha era somente um corpo sem delicadeza que possui seu corpo e faz se sentir um objeto. Quando acabavam, nada era dito e sempre os dois se mantinham longe um do outro.

A jovem rainha se manteve ali, sentada na cama, por mais alguns minutos ate se levantar e colocar um robe, chamando sua criada logo em seguida.

-Ali, prepare meu banho imediatamente.

A criada viu a cama da sua senhora e percebeu que a própria tinha se deitado com o rei há pouco tempo.

-Senhora, isso prejudicará se quiser ter filhos. -Para a menina, um banho prejudicaria sua rainha.

-Para de falar bobagem, se for para ter filhos, nada prejudicara. E pare de falar besteira e prepare meu banho.


-Sim senhora. -Com aquela ordem, ela foi preparar o banho.

O que ninguém sabia, era que a cada vez que deu marido a possui, ela torcia para não engravidar, porque ter um filho de um homem asqueroso e dominador como ele seria um castigo. Ele não devia ter o direito de ter filhos, simplesmente por achar que as mulheres só servem para gerar filhos, cuidar de seus lares e maridos quando voltam do trabalho ou guerras. Mas ela imaginava algo a mais para elas e não queria gerar um filho para ser educado com aquele pensamento vindo do marido, por ela aquele rei não teria filhos.

No subsolo a velha rainha estava em frente a uma cela.

-Senhora, ela não quis comer nem ontem e nem hoje, se recusa a tal ato. -Um guarda disse para a rainha, carregando uma tigela com algo feito e bem mal feito.

-Você tem que comer minha cara, se não morrerá aqui. -A rainha disse mantendo aquela serenidade, como se aquilo que estava vendo era somente uma jovem fazendo rebeldia.

-Não percebe que é isso que quero. -A jovem disse mantendo a cabeça baixa.

-Mas dessa maneira, não terá força para sair daqui. -A rainha disse.

-Perdi a esperança de sair daqui. -A jovem disse.

-Não quero que perca, porque vim trazer um acordo que a faria sair daqui imediatamente. -Falando aquilo fez a jovem levantar a cabeça e esperar a senhora continuar. -Agradeço pela atenção, vejo que se interessou sobre o que eu disse.

-Sim, mas espero que isso não seja uma brincadeira com minha esperança.

-Não é. Quero que me faça favores e terá seu sua liberdade garantida.

-O que quer de mim? E quais são os favores? -A jovem se levantou e foi ate a grade, fazendo a rainha se afastar por causa do cheiro.

-Você cuidara de algumas coisas e faz outras. Saberá mais pra frente.

-Então me tornarei uma escrava para ter minha liberdade?

-Vai ser melhor do que ficar aqui dentro para sempre. Aceita ou não?

-Sim. Faço qualquer coisa para sair daqui.

-Bom. - a senhora saiu de perto da cela e foi até um dos guardas, mas sem antes escutar a jovem gritar querendo saber para onde ela estava indo,o desespero estava na voz da moça. -Quero que a levem para dar um banho e cuidar de sua aparência, quero a apresentável e o melhor possível.

-Tem certeza senhora? -O guarda disse.

-Absoluta. E a quero mais apresentável possível até o jantar.

-Sim senhora. -Apos reverenciar a rainha,o guarda saiu rapidamente com mais dois guardas.

A rainha depois de dar os comandos, subiu junto a seu servo, que se manteve quieto desde que chegou, mas que logo quando chegaram ao andar de cima soltou tais palavras.

-Espero que o que a senhora esteja fazendo seja para um bem maior.

-Tudo é calculado meu caro. Tudo.

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora