Traição

Chapter 27

Os dias da semana tinham se passado bem, as manhã sempre ensolaradas e limpas de nuvens, nem parecia que estavam em plena época de chuvas. Os empregados estavam sempre em seus trabalhos, menos uma, que vivia fugindo e se encontrando as escondidas com a sua senhora, sempre no labirinto de plantas que tinha ali, sempre em seu centro.

-Como você esta se sentindo esses dias? -Lauren perguntou abraçada com Camila, as duas encostadas em uma das paredes fixas.

-Eu ando bem, o bebê agora se mexe mais, porém nada que me atrapalhe ou machuque. -A jovem rainha tocava sua barriga sempre que podia, ela gostava de sentir seu filho.

-Eu posso tocar? -A cavalariça sempre pedia permissão para tocar a barriga da outra, mesmo a moça dizendo que não precisava daquilo.

As duas ficavam minutos tocando e sentindo a criança mexendo ou chutando, elas não podiam chamar muita atenção sobre o sumiço, então elas aproveitavam o máximo o tempo para se beijarem, saberem como estavam e sentir o bebê, as visitas noturnas tiveram que parar, porque depois que Ally deu a luz, sempre tinha alguém andando a noite pelo castelo, indo atender a rainha estrangeira ou limpando algumas coisa do bebê de Ally.

-Eu sinto cada vez mais saudade de ti, a noite sinto falta do calor de seu corpo, fico rolando na cama até conseguir dormir pela falta de ti junto a mim. -Lauren tocava o rosto da jovem rainha, enquanto a mesma escutava aquelas palavras e compreendia como se apaixonou pela cavalariça. -Todas as noites penso em fugir de tudo isso e levá-la comigo.

-Mas você sabe que isso não poderia acontecer e mesmo que acontecesse, Ian ia nos encontrar, levando a para praça publica e mandando seu carrasco arrancar sua cabeça.

-Mas por você eu lutaria, ele é um dos homens mais desprezível, todos os empregados tem coisa sobre ele, como ele trata desde seus soldados a empregadas.

-Mas ele continua sendo o rei, você não pode simplesmente o desafiar a uma luta pensando que vai ganhar, ele já esta nesse cargo a muito tempo, foi criado para isso.

-Ele não devia ser o rei...

-Quem você pensa que devia ser? Os conselheiros dele? Um dos rebeldes que invadem e matam? -Ela tocava o rosto de Lauren e olhava no fundo dos seus olhos, tentando decifrá-la.

Ela estava assustada com aqueles posicionamentos da jovem, ela sabia que estava num momento que tudo esta fervendo em sua mente e veias, porque a rainha já viveu aquele momento, mas ela estava com medo dela soltar aquilo para alguém da guarda ou um dos conselheiro que sempre andavam por ali quando Ian estava, então ela tinha que manter a cavalariça calada.

-Lauren, você tem que entender que tudo na vida já foi escrito dessa forma propositalmente, só um milagre para mudar algo. -Ela agora via suas mãos juntas, aquelas duas mãos, uma calejada e a outra sedosa, mostrando a diferença das duas. -A unica coisa que quero é sua morte, você agora esta sendo a segunda pessoa mais importante da minha vida, atrás só dele. -Ela tocou na barriga.

-Porque acha que é um menino?

-É algo automático chamar de ele, mas guardando só entre nós, acho que é uma menina. -Elas soltaram uma risada. -Agora preciso ir. -Deu um beijo em Lauren e se afastou sem dizer mais nada.

A jovem saiu daquele labirinto, mas entrando no palácio foi parada por um mensageiro do rei, ele trazia uma carta do próprio, ela decidiu abrir junto de Ally, porque sabia que a moça estava apreensiva e precisava saber do marido, talvez ali teria boas novas.

-Ally? Você esta acordada? -Camila falou antes de entrar.

-Sim, minha amiga, pode entrar.

Ao entrar, a rinha viu que a mulher estava com o seu bebe na cama, sempre era assim, ela sempre estava junto ao seu filho, parecia o proteger de algo ou de alguém. Camila não percebia aquilo, pensava que aquela aproximação da mulher era normal, era seu primeiro filho e o primogênito, que seria o próximo rei da linhagem do seu marido e da sua também. Um filho homem é o que um reino sempre quer e manter um vivo até que tenha forças o suficiente era difícil nessa época.