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Adrien

— Então... Por que ainda não aprendeu a nadar? — Perguntei depois de ver que ela já estava mais confortável na água.

— Eu ainda não tive oportunidade pra aprender.

— Sério? Ninguém te ensinou ou esse é seu primeiro contato com a água?

— Eu já fui em um rio, quando mais nova. Mas não deu tempo do meu pai me ensinar. Nesse mesmo dia, eu fiquei pulando na água e acabei pisando num buraco e afundando. Ou seja, me afoguei.

Dou risada e seu rosto fica vermelho.

— Não leve a mal, Mari. Isso é normal, se isso te confortar, quando eu era mais novo eu também me afoguei. Meu pai me soltou sem querer no fundo da piscina e na época que eu não sabia nadar. — Ela sorri. — Depois disso ele me colocou nas aulas de natação. Se quiser amanhã eu te ensino a nadar, que tal?

— Seria incrível! Se não for te atrapalhar, é claro.

— Combinado! — Sorri, feliz com sua empolgação. — Vamos ver quem consegue ficar no fundo da água por mais tempo?

— Ok. Se prepare porque sou muito boa nisso. — Damos as mãos e contamos até três juntos.

— 1, 2, 3 e já. — Afundamos, abri os olhos enquanto a mesma continuava de olhos fechados.

Sorri e passei a mão no seu braço, na intenção de distrai-la. Então ela volta pra superfície, demoro mais alguns segundos e volto também.

— Ahá, ganhei!

— Não valeu, eu senti alguma coisa no braço e... — Ela olha pra mim e cruza os braços. Acho que não sei disfarçar. — Foi você, não foi? Isso foi trapaça, eu achei que fosse um bicho.

— Desculpe. — Dei risada. — Vamos de novo então?

Ela concordou e eu abaixei novamente, mas ela deu uns tapinhas nas minhas costas, então eu subi.

— O que?

— Eu ouvi umas vozes e um barulho vindo de lá, acho que é a Alya e o Nino.

— Consegue prender a respiração bastante tempo?

— Acho que sim...

Abaixamos e esperamos até ver a imagem da Alya e sua voz. Os dois procuravam por mim e Marinette.

— Onde se enfiaram aqueles dois?

— Não sei, provavelmente devem estar se beijando por aí. — Sinto minhas bochechas esquentarem.

— Eu sabia que nosso ia plano dar certo. — Como? — Fingir que machuquei o pé foi uma ótima idéia, Nino. Eu disse? — Espera, foi armação? Tudo mentira? Por qual motivo? Marinette abriu os olhos e acabou de desesperando, voltando a superfície, O que me fez subir também.

— Como assim você fingiu que machucou o pé, Alya? Que tipo de brincadeira de mau gosto foi essa? — Pergunta Marinette tentando chegar a beira, sem muito sucesso.

No meio do caminho, a mesma escorregou em uma pedra e quase caiu. Porém, consegui segura-la a tempo.

— Cuidado. — Vi seu rosto ficar vermelho e quase sorri, balancei a cabeça negativamente e a ajudo se ajeitar.

— Obrigada.

— Sem problemas.

Meio desajeitada ela caminha até a beira e a Alya ajuda a mesma a sair da água. Marinette me olhou de relance e eu senti um palpitar  dentro de mim. Esfreguei a mão no rosto e sai da água.

— Nino, que história é essa?

— Então cara... Sabe como é, né. — Ele deu uma risadinha. — Ah, Adrien. Sinceramente, se a gente não der um empurrão você nunca pega os sinais. Estamos tentando ajudar vocês dois. Não sei qual o pior.

— O Adrien é lerdo e a Marinette sem ação, tímida demais pra fazer alguma coisa. — Alya se aproximou. — Não aconteceu nada de grave por causa da minha mentirinha, vamos aproveitar que eu e Nino voltamos e vamos curtir a cachoeira juntos, tudo bem?

— Mas eu ainda não compreendi o...

— O pessoal está querendo comer, Adrien. Não vamos ignorar a comida, né?

Alya puxou o Nino, me deixando sozinho novamente. Revirei os olhos e me juntei ao pessoal, olhando para Marinette sempre que eu conseguia.

Alguma coisa mudou.

Férias De Verão - AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora