17 de agosto de 1960.
Acordei com o sol invadindo meu rosto, estava com uma imensa dor de cabeça e um enjôo muito forte, não lembrava de nada da noite passada. Fui ao banheiro e pus pra fora tudo que eu ingeri noite passada. Lavei minha boca e percebi que tinha que ir a Alemanha hoje, John ainda estava dormindo provavelmente iria acordar com uma ressaca daquelas. Acordei John calmamente e ele saltou do chão dizendo que a gente ia se atrasar, que iam reclamar que ele é irresponsável, que não era pra ele ter bebido noite passada... Isso só me deixou com mais dor de cabeça ainda, me despi de John para poder ir ao meu apartamento pegar minha mala e me arrumar para pegar o vôo.
Não conseguia ficar de pé direito, cambaleava pela rua, as pessoas passavam por mim me chamando de louca. Fui ao meu apartamento e pedi para que George abrisse a porta pra mim pois eu esquecera a chave, ele abriu a porta porém com uma cara de bravo, não queria que eu bebesse tanto assim. George começou a falar várias coisas que eu nem prestei atenção, o que eu menos queria naquele dia era George falando sem parar. Ele dissera para me arrumar pois iríamos pegar o vôo daqui a uma hora.
Fiz minhas higienes, tomei o meu banho rápido e fui me vestir, optei por uma saia azul clara que era um pouco acima do joelho, uma blusa branca e uma boina. Calcei minhas sapatilhas cor branca, peguei minhas malas e pus elas em um canto da sala. Coloquei uma música calma e fui tomar café da manhã, fiz torradas e comi-las com um pouco de manteiga, bebi um café forte pois era desse nível que eu gostara. Terminei de comer e escovei meus dentes, depois disso fiquei na varanda olhando a movimentação da rua. O tempo passou tão devagar que pensava que iria ficar naquele apartamento por um bom tempo.
Por fim George chegara em casa, dizendo que já estava na hora da gente ir pegar o vôo. Na verdade eu nem sabia onde ele estava, ele não é de ficar saindo por aí. Peguei minhas malas e fomos em direção ao aeroporto, demorou demais até chegarmos lá, então decidimos conversar para passar o tempo.Notei um clima entre você e o John. –Disse George.
Você é louco, não existe nada entre nós, nos conhecemos à dois dias. –Disse eu discordando de George.
Vocês beberam muito ontem a noite, até se beijaram. –Disse George.
O QUE? –Perguntei surpresa em um alto tom que deu para as pessoas do ônibus me ouvirem.
Fala baixo, Laurie. Sim, vocês se beijaram enquanto estavam dançando, todos pararam pra ver. –Disse George.
Meu Deus que vergonha, como eu vou olhar pra cara dele de novo? –Disse eu cobrindo meus olhos com a mão.
Finge que nada aconteceu, provavelmente ele também não deve se lembrar. –Disse George me dando uma solução.
Não tinha pensado nisso, Obrigada George. –Disse eu.
Ele riu. Tivemos que descer do ônibus pois estávamos na rua do aeroporto, andamos um pouco até chegar lá. Os meninos nos aguardariam no aeroporto. Chegando lá encontramos eles, nos cumprimentamos. Evitei o máximo o possível pra não falar com John, ele me olhava muito porém eu não dava a mínima e desviava meu olhar. Nós embarcamos no vôo, sentei no acento ao lado de George, atrás estavam Paul e John e na frente Stu. Os meninos conversavam paralelamente, incomodando minha viagem, mas fora isso o vôo foi super tranqüilo