Two Hearts | l.s

sept

- Esse filme é péssimo.

- Não é. - protestou Louis, resmungando contra o peito de Harry.

Os dois estão deitados na cama do mais velho, espremidos um contra o outro. O braço de Styles está por cima dos ombros de Tomlinson, obrigando-o a apoiar a cabeça no peito do - oficialmente - namorado.

Faz uma semana que tiveram a conversa e concordaram em tentar. Uma semana desde que Louis permitiu que Harry o fizesse feliz pelo tempo que fosse possível.

Pelo tempo que for possível.

Essa meio que virou a frase deles. Sempre que o mais velho começa a dizer que não poderá fazer Harry feliz por muito tempo, os dois repetem essas palavras. É como um mantra.

As enfermeiras os deixaram passar algumas noites juntos, dormindo abraçados na mesma cama. Talvez até elas saibam que o menor não tem muito tempo e só queiram deixá-lo feliz. Só querem fazer o mesmo que Harry.

Styles também não se sente bem nos últimos dias. Faz o possível para não deixar isso transparecer, pois não quer preocupar o namorado e também quer ser forte por ele, precisa ser forte. Mas isso não muda o fato de que se sente cada vez mais fraco e cansado, mesmo quando fica o dia todo na cama acariciando os cabelos de Louis.

Por falar em cama e cansado, Harry conversou com a médica de Louis sobre uma certa coisa que requer esforço físico. Ela disse que avisará no dia que entrar no quarto e Tomlinson estiver bem o suficiente.

Os dois já conversaram sobre isso. Gostariam muito de poder simplesmente trancar a porta e ter uma linda noite, mas precisam esperar autorização e isso é um saco.

Harry foi tirado de seus devaneios por uma voz doce e gentil que reconheceu como sendo da médica do namorado.

- Você parece bem, Lou.

- Me sinto bem melhor.

- Harry, preciso pedir para que levante. Preciso examinar seu namorado. - e, após quase trinta minutos, Tancredi - a médica - encarou-os e sorriu.

- Eu acho que, se vocês dois quiserem... vocês sabem, hoje é um bom dia. Mas, por favor, Louis, não passe do seu limite. Posso providenciar o que vocês precisarem. Me chamem caso queiram.

Encararam-se por longos minutos após a saída da médica, Harry em pé na frente da cama e Louis ainda sentado com dois travesseiros atrás de suas costas, sua feição demonstrando uma mistura de choque e confusão.

Styles não sabe dizer o que Tomlinson pode querer, simplesmente não consegue ler a expressão do menor.

Mas ele sabe o que quer. Sabe que quer amar Louis de todas as formas possíveis e sabe que talvez não tenha muito tempo para fazê-lo.

- O que você acha? - perguntou o mais velho, esfregando as mãos na colcha que cobre seu corpo.

Mesmo tendo certeza de querer dizer eu aceito, preferiu pensar sobre o assunto por algum tempo. Não quer que Louis se sinta pressionado a fazer algo que não se sente confortável e essas não são as melhores condições para terem sua primeira vez. Claro que os dois já tiveram relações com outras pessoas, mas nunca houve sentimento envolvido - pelo menos não para Harry.

- O que você acha? - escolheu responder, mesmo sabendo que o pequeno odeia quando responde com outra pergunta.

- Não é o melhor cenário, né? Mas... não sei quanto tempo ainda tenho e... não sei se teremos outra chance, é isso que quero dizer.

- Tenho medo de algo acontecer com você, talvez seja muito esforço.

- Talvez, mas Tancredi liberou, podemos colocar a culpa nela se precisar. Vamos terminar de ver o filme e conversar sobre isso depois, ok?

- Ok.

---x---

Harry está sentado de frente para Louis na cama, olhando-o da mesma forma que o mais velho o olha; com desejo.

A médica havia estado no quarto mais cedo para tirar o soro de Tomlinson por um tempo, para que o menor pudesse se mexer melhor para... bom, para o que ele é Styles estavam prestes a fazer.

Não demorou para que o de olhos azuis estivesse deitado embaixo do mais novo, suas bocas juntas enquanto ambos ficavam excitados.

Um dos pedidos da médica foi que eles pulassem as preliminares; ela disse que muita coisa junta poderia fazer mal ao pequeno.
Mas Harry realmente não se importa. Também não se importa da moça ter avisado que deveria ser lento e não o sexo louco que ela acha que pessoas da idade deles fazem.

Tudo o que Styles quer é sentir Louis por inteiro e isso não demora a acontecer. Seus dedos entrelaçados e olhares tão profundos que o azul e o verde parecem se misturar um ao outro enquanto seus corpos se movem com os movimentos lentos de Harry.

Uma das mãos grandes do mais novo larga a de Tomlinson somente para poder percorrer todo seu corpo, parando em cada curva para admirar cada parte do garoto que ama.

Então foi a calmaria antes da tempestade. Ou a tempestade antes da calmaria? Nenhum deles poderia dizer. Foram aqueles longos segundos antes de tudo se desmanchar, quando Harry pensa que perdeu o controle e foi rápido demais - Louis pareceu gostar.

Para Tomlinson, foi quase torturante sentir o vazio dentro de si quando Styles deitou ao seu lado, onde permaneceu durante toda a madrugada.

Mas não foi torturante acordar com os braços de Harry envolvendo sua cintura.