Baile

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Percy's Pov.

Eu não estava ansioso. Eu estava desesperado. Ficava andando de um lado para outro sem ter ideia do que ia acontecer. E se ela não gostasse de mim, ou pior e se ela não for o que eu estava esperando, e se algo der errado e se...

- Será que consegue parar de andar de um lado para o outro? Isso irrita!

-Foi mal, Nico. - Disse me sentando na cama. - Mas hoje vou conhecê-la. E se alguma coisa der errado?

-Relaxa, a menina deve estar lá, no salão de beleza se produzindo toda com um monte de breguetes e você ai todo nervosinho. Vá arrumar o que fazer. - Nico disse sentado no Puff que tinha ao lado da minha cama, ainda entretido no jogo do celular.

-Grande primo eu tenho... - murmurei. - Nem para me dar uma moral...

- Até parece! Você sempre foi o pegador, o "mais mais" da escola e agora quer ajuda na moral? Cadê o Perseu confiante e cheio de si que eu conheço?

-Ah, sei lá cara, mas parece que dessa vez vai ser diferente sabe? E, não quero que nada saia errado.

-Não vai. - Dessa vez Nico olhou para mim. -Só relaxa. Daqui a pouco dá a hora, e então finalmente você vai conhecer a garota. - Disse dando ênfase no "A".

-Certo. É só relaxar e ficar calmo Eu consigo fazer isso!

(...)

- Cara, não acredito que você ainda baba quando dorme. - Disse Nico rindo enquanto eu me levantava. Passei a mão no canto da boca automaticamente e nem me dei o trabalho de responder.

- Que hora são? - Perguntei ainda deitado. Tinha pegado no sono enquanto a gente assistia a um filme para passar a hora. Irônico como o tempo demora a passar quando estamos ansiosos.

- Falta quinze para as seis. - Ele disse se levantando do Puff. - Vou à cozinha. Quer alguma coisa?

- Bolacha. - Respondi me levantando também. Ele já estava na porta quando me lembrei de uma coisa. - Azul.

Ele revirou os olhos e saiu. Eu peguei minha toalha e fui para o banheiro. O baile começava as 7 p.m. e bom, não queria me atrasar. Vai, pode zoar, me chamar de maricas, mas quando se vai conhecer uma garota incrível, até mesmo nós, garotos ficamos ansiosos, nervosos e com medo.

Despi-me, e tomei um banho bem relaxante. Nem me preocupei com o tempo, mas minha mente me lembrou de uma coisinha. E ela tinha nome. Drew.

Ela não se conformou e nem aceitou o fato de que eu tinha dado "um fora" nela, e digamos que ela fica meio alterada quando não se tem o que quer, e bom eu simplesmente não quero pensar nela estragando minha noite.

Afastei esse pensamento louco da minha cabeça e saí do chuveiro. Enrolei a toalha na cintura e fui para o quarto. Assim que eu saí Nico entrou no banheiro e eu fui me trocar. Eu tinha achado essa roupa horrível, mas minha madrasta, a Lizzy me garantiu que eu ia ficar lindo, considerando que o baile é a máscara ou fantasia.

Coloquei a roupa e deixei meus cabelos bagunçados mesmo, porque ficavam muito mais bonitos assim.

Comi minha bolacha - azul - e desci para a sala, Lizzy e meu pai estavam na sala assistindo um filme.

- Lizzy - a chamei assim que entrei na sala. Ela se virou e arregalou os olhos e depois deu um sorriso satisfeito.

- Você está lindo pequeno príncipe. - Ela disse se levantando e indo ao meu encontro.

- Muito bem! Parece um homem agora. - disse meu pai ainda no sofá. Nem me importei com o comentário dele. Ele sempre fazia isso.

- Obrigado Lizzy. - Disse abraçando ela. Nico apareceu na escada e bom... ele estava parecendo um vampiro moderno, alguma coisa a ver com uma garota de cabelos pretos e olhos azuis elétricos. Isso te lembra alguma coisa?

-Vamos? - Ele me perguntou.

Despedimo-nos dos meus pais e fomos no carro dele um Cadilac preto quatro portas.

-Vem cá, essa sua fantasia, é ideia do seu par? - Conhecia Nico o suficiente para saber que ele nunca ia admitir isso, mas sabia que ele tinha convidado a Thalia para o Baile. Claro que ia atormentar ele pelo resto da vida com isso. - Com vergonha de me contar quem é seu par?

- Olha só, vamos nos concentrar somente em você, tá!

Olhei pra ele com a sobrancelha erguida, mas não falei nada, sabia que ele estava fugindo da resposta, mas vamos fingir que não notei isso.

A escola estava linda. Os pessoais do comitê e do Jornal fizeram um ótimo trabalho. Estava toda decorada no estilo "contos de fada" com muito brilho e o pátio estava totalmente diferente do que estávamos acostumados. No centro a pista de dança, nas extremidades do pátio muitas mesas com comidas e bebidas, as escadas que davam para o andar de cima estava toda decorada, e vários jogos de luzes acima de nós. As músicas eram variadas, de todos os estilos. Já estava cheio de alunos para todos os lados, os professores estava de "guarda" observando os alunos e a coordenadora passeando pelo pátio procurando o "casal do baile".

Despedi-me do Nico, que foi para o outro lado do pátio e eu fui para o centro da pista como o combinado com a Sabidinha. Eu não sabia o que esperar. Tinha tanta gente com tantos estilos diferentes que eu tinha medo de ser uma menina esquisita.

A festa realmente tinha começado, a hora ia passando e eu já estava aflito. Nada da Sabidinha aparecer. E meu coração já estava acelerado, minhas mãos estavam mais que suadas, e minhas esperanças já estavam indo para o ralo.

Fui numa das mesas e peguei meu quinto copo de ponche (sem álcool), eu já não sabia mais o que fazer, já era quase 10 da noite e eu já estava pensando em ir embora, quando do nada as luzes se apagam e um holofote é direcionado as escadas. Uma linda menina estava lá. Com um vestido encantador, os cabelos loiros semi-preso e uma máscara escondia seu rosto. Uma verdadeira princesa, e como tal desceu as escadas devagar, e todo o colégio a admirava, e como uma verdadeira dama se encaminhou até o centro da pista de dança, e então, antes que eu mesmo percebesse, eu já estava indo a caminho da pista de dança, e ela estava lá de costas para mim, dançando com um lunático eu só revirei os olhos e me aproximei.

-Sabidinha? - Perguntei em seu ouvido.

Ela empurrou o cara que estava com ela fazendo-o cai no chão e se virou para mim.

- Cabeça de Algas? - Ela me perguntou com voz meiga, que me parecia conhecida.

Assenti com a cabeça e estendi minha mão a ela a convidando para dançar.

Eu, Cinderela?!Onde histórias criam vida. Descubra agora