Finalmente

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Já fazia uma semana que eu estava na casa de Thalia. Era sexta, o dia do grande jogo decisivo na escola, e eu estava em casa deitada na cama, com nenhuma vontade de sair de lá.

—Annie! Vamos, qual é, não vai ser tão ruim assim! – Silena estava insistindo para que eu fosse para o maldito jogo.

—Si, não. Eu não quero ir. – Disse colocando o travesseiro no meu rosto.

—Sua chata. Sua amiga vai estar lá, contando com você, e você não vai.

Olhei para ela e a fuzilei com os olhos.

—Não coloca a Rachel na história. – Disse brava. —Eu não vou e ponto.

—Sua chata. – Disse ela se levantando. —Você nunca vai ficar com ele se continuar fugindo.

Fingi não ter escutado. Ela foi embora, e eu fiquei olhando para o teto. Eu sabia que ela tinha razão, mas eu ainda estava chateada. Michelle e as mostrengas não me procuraram, eu não ia mais para a lanchonete trabalhar, mas sempre visitava o povo. As pessoas na escola finalmente começaram a esquecer do ocorrido graças ao jogo. E eu? Bom eu estava tentando tirar Perseu da cabeça e viver minha vida, coisa que não estava sendo fácil.

Eu sabia o que tinha que fazer, mas não sabia se ia fazer. Olhei para o lado. Ainda tinha caixas que estavam com as minhas coisas, que não foram arruadas e eu estava com uma preguiça notável.

—Você está bem loira? – Thalia perguntou entrando no quarto.

—Estou. – Respondi me levantando da cama.

—Vi a Si saindo toda nervosinha. Alguma coisa me diz que ela não conseguiu o que queria.

—Não vou ao jogo. Não quero. – Disse para ela.

—Eu sei. Eu vou, então não me espere. E depois vai ter uma festa e bom... O Nico me chamou...

Sorri. Eu sempre soube que tinha algo entre eles e depois que eu me mudei para lá ela tinha me contado sobre o baile e eu fiquei muito feliz por ela.

—E é claro que você vai, para dar uns pegas nele. – Completei.

—É. Basicamente isso. – Completou rindo.

(...)

Já era noite, faltavam vinte minutos para começar o jogo, e eu estava sentada na sala, assistindo um filme qualquer na TV. Eu tinha uma vasilha de pipoca no colo e um copo grande de refrigerante ao lado. Eu tinha um problema sério, quando estava chateada eu comia. Comia muito. E lá estava eu matando minha tristeza com pipoca e refrigerante. Só não comia sorvete porque não tinha.

Senti meu celular vibrar e peguei-o. Era uma mensagem da Silena.

“Sei que você não vai vim, mas pelo menos pensa no que eu te falei ok? Bijus Silena. ”

Fiquei olhando para o celular por um tempo e depois me levantei. Eu já sabia o que tinha que fazer.

Percy’s Pov.

Eu já estava na escola. Era o grande dia, como meu pai falou. O dia em que o sonho dele se realizava. Se a gente ganhasse o jogo eu ganharia uma bolsa para a Universidade de Stanford para futebol.

Na verdade, meu sonho era mesmo estudar na Stanford. Mas não para basquete, queria ser biólogo químico. Coisa que meu pai jamais aceitaria. O sonho dele era que eu fosse um grande jogador de futebol americano.

Eu já estava no vestiário, faltavam dez minutos para o jogo, e eu ainda não estava pronto. E então vi os meninos começarem com uma gritaria. Olhei para o corredor principal e fiquei estático. Era ela.

Eu, Cinderela?!Onde histórias criam vida. Descubra agora