89 - Hanako-San

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  Estamos em um colégio japonês, duas alunas estão dentro do banheiro feminino localizado no terceiro andar. olham assustadas para uma porta fechada, que começa a abrir lentamente. As meninas saem correndo e gritando.
Chiaki, a professora responsável pela sala de aula das duas, aplica uma bronca nelas:

_Quantos anos vocês pensam que tem? Que negócio é esse de sair correndo e gritando pela escola?
_É que... - uma das alunas começa a falar, mas fica com medo.
_O que foi?
_Nada.
_Não, vocês iam dizer alguma coisa e não vão sair dessa sala até falarem.
_Vimos a Hanako-San
_O que? - Chiaki fica incrédula - Hanako-san? O fantasma da menina que habita o banheiro?
_Sim - as duas falam em uníssono.
_Vocês querem que eu acredite nessa lenda?
_É verdade professora.
_Parem de falar besteiras, sejam mais corajosas ou nunca se tornarão adultas respeitáveis que contribuem para com a sociedade.
_A senhorita é uma adulta responsável que contribui com a sociedade?
_Que tipo de pergunta é essa? - Chiaki estava furiosa - Sou sua professora, estou perdendo um tempo precioso para convence-las que fantasmas não existem.
_Então por que não invoca a Hanako-san? Se sabe que ela não existe, se não tem porque tremendo, se é uma adulta responsável por que não?
_Vão embora, o mau comportamento de vocês duas será havaliado mais tarde.
Naquela final de tarde Chiaki ficou na sala dos professores terminando seu relatório sobre as garotas e corrigindo provas. Começa a chover forte, ela desanima percebendo que ficará mais tempo do que gostaria.
Chiaki levanta-se e vai ao banheiro mais próximo, após o devido uso ela lava as mãos, ao olhar-se no espelho lembra-se da provocação de sua aluna: "Então por que não invoca a Hanako-san? Se sabe que ela não existe, se não tem porque tremendo, se é uma adulta responsável por que não?".
A professora respira fundo, vira-se para uma das cabines do banheiro, muda sua expressão para uma amigável e sorrindo realiza o ritual que aprendera na infância: bate palmas e fala cantando: "Hanako-San, vamos brincar?".
O som de uma dobradiça enferrujada toma o ambiente, como se uma porta muito antiga fosse aberta, Chiaki dá um passo para trás, a porta de uma das cabines do banheiro está semi aberta. A professora percebe um olho a espiando pela fresta, assustada sai correndo.
Correndo no corredor Chiaki tropeça no salto de sua bota, ela ouve uma risada infantil. "Vamos brincar" gritando ela se arraste, fica de pé e corre o mas rápido que pode até a sala dos professores.
Uma vez no local que julga protegido a jovem professora bebe um pouco de chá, já meio frio, tentando se acalmar, qual seu susto ao ver uma marca de mão na janela. O som de passos no corredor - passos de uma criança correndo. Risos infantis.
_Desculpe! - Chiaki grita, ela desliga seu computador, joga suas coisas dentro da mala apressadamente para ir embora, quando sente uma mão segurando sua perna.
Chiaki está paralisada de medo, ao tomar coragem olha para baixo vê uma menina de roupa vermelha e cabelos curtos segurando sua perna, olhando para ela. Chiaki grita de novo e cai no chão desmaiando.
Hanako aproxima-se da professora desacordada, agacha-se de cócoras e observa seu lindo rosto, afasta os longos cabelos negros da face dela. A expressão de Hanako é neutra, não existe a alegria ou o sorriso maroto das crianças, tampouco qualquer outra emoção.
Minutos se passam e Chiaki acorda dolorida. Ela ainda está confusa, teria sido tudo um sonho? A chuva passou, ainda cambaleante ela vai para seu carro disposta a ir para casa e esquecer aquela noite.
Hanako está sentada no banco de trás.  

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