Chefe? 《 4 》

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Júlia

O homem não respondeu, mas pude ver pelos espelhos laterais do elevador que ele sorria, não via direito seu rosto porque estava de cabeça baixa, mas estranhei um homem tão bem-vestido pegando o elevador de serviços, olhei bem pro seu terno cinza-escuro e imaginei que o valor dele deve ser o valor de nosso apartamento.

— Não vejo graça alguma! — falei já incomodada com ele rindo o tempo todo.

— Nem eu! — ele falou e sorriu — Mas as vezes é bom sorrir! — ele parecia estar zoando com minha cara.

— Ata! — falei e arrumei a bolsa no meu braço.

— Como é seu nome? — perguntou como que pra passar o tempo.

— Pra quê quer saber? — Fui meio rude confesso, mas não quero papo com esse cara.

— Estou sendo educado! — ele falou vindo atrás de mim quando o elevador parou.

— Júlia! e o seu? — perguntei meio sarcástica.

— Eu sou Christopher! — falou parando ao meu lado na calçada.

— Hum! Prazer. — falei sem olhá-lo.

— Então Júlia? Trabalha de quê? — perguntou ainda me seguindo.

— Sou secretária e você? — sei que estou rendendo muito esse assunto, mas pelo jeito ele não vai sair do meu pé.

— Eu sou contador! — falou e tossiu — Você é secretária de quem? — perguntou demonstrando curiosidade.

— Do senhor arrogância! — falei me lembrando de todas as ligações que ele fez pra mim com um tom arrogante.

— Não o conheço! Por acaso é o presidente da empresa? — ele parecia confuso.

— Sim! Você não o conhece? — perguntei realmente curiosa, não é possível que ninguém conheça o presidente dessa empresa.

— Não! Na verdade, só o vice-presidente o conhece. — eu já estava descendo as escadarias da estação quando ele falou isso.

— Isso é bem estranho! — comentei rapidamente.

— É Mas, porque acha ele arrogante? — ele parecia interessado.

O olhei bem antes de falar qualquer coisa, não o conhecia e já estava meio desconfiada com ele me seguindo, mas ele não parecia que ia me fazer mal, na verdade me parecia, mas um curioso. Ele me encarou e eu percebi que seus olhos eram azuis bem claros, pisquei algumas vezes antes de desviar o olhar, resolvi o responder, não me custaria nada.

— O modo como ele fala com as pessoas, essa palhaçada de não deixar ninguém o vê e sei lá o jeito como falou comigo não me passou uma boa impressão dele. — falei olhando para o metrô que vinha.

— Talvez ele só trate as pessoas assim porque não gosta de ter intimidade com os funcionários, e talvez não goste que o vejam pra não deixar que sua aparência influencie na atitude dos outros a sua volta — o olhei surpresa — Me disseram que ele é muito bonito — emendou rápido antes que eu pudesse perguntar algo.

— Não acho que seja isso! — falei entrando no metrô e ele veio atrás.

— Então me diga o que você acha desse assunto? — ele queria render a conversa só pode.

— Eu acho que ele se acha demais pra se importar com o modo como vai falar com as pessoas a sua volta — dei de ombros — E que ele se esconde das câmeras e das pessoas porque deve algo a alguém. — ele sorriu.

Meu Querido ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora